fev 272012
 

Roma (Quinta-feira, 23-02-2012, Gaudium Press) O latim é de vital importância para a formação e a vida do clero do século XXI. Esta é a ideia central da intervenção que secretário da Congregação para o Clero, Dom Celso Morga, preparou para uma jornada de estudos que terá lugar nesta quinta-feira, 23, na Universidade Pontifícia Salesiana, em Roma. O evento comemorará os 50 anos da Constituição Apostólica “Veterum Sapientia” de João XXIII, que descreve a importância do latim nos seminários e na vida dos sacerdote, e será presidido pelo Cardeal Zenon Grocholewski.

Dom Celso Morga.jpg
Dom Celso Morga, secretário da
Congregação para o Clero

Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Celso adiantou algumas ideias que serão expostas em sua reflexão de hoje. “Não podemos perder esta grande riqueza que nos vem nesta língua, nelas temos muito da literatura patrística, sobretudo dos padres ocidentais”, afirmou inicialmente o prelado, que citou como exemplo os escritos de Santo Agostinho e Santo Ambrósio, recordando também as obras dos doutores medievais, como São Tomás de Aquino e São Alberto Magno, referências fundamentais da teologia, e a produção teológica dos séculos posteriores, que foi escrita quase exclusivamente em latim até o século passado.”Portanto, se queremos ir às fontes de nosso saber filosófico e teológico, sem intermediário, sem necessitar de traduções, temos que saber latim. Não podemos depreciar esta língua”, asseverou.

Perante os desafios da globalização e a relação com as línguas e culturas dominantes, Dom Morga descreveu a possibilidade de mútuo enriquecimento. “Entrar em diálogo com estas culturas diferentes da nossa não quer dizer perder nossa própria identidade, quer dizer entrar de igual a igual e saber expôr nossa riqueza para também reconhecer a riqueza das outras culturas”, explicou o secretário.

Segundo Dom Morga, este intercambio de riquezas foi precisamente o que construiu a cultura e a identidade ocidentais, nas quais a influência cristã está presente não só na filosofia e na teologia, como também nas artes plásticas, na literatura e na música, impregnados de língua e do sentir da Igreja.

Nossa identidade “é de uma riqueza extraordinária e tem uma carga de valores humanos autênticos, como a liberdade, a dignidade da pessoa humana e o valor do trabalho. Tudo isto, que nos vem da latinidade clássica e da Doutrina da Igreja, não se pode perder”, afirmou o prelado.

O secretário da Congregação para o Clero manifestou ainda seu desejo de que esta língua tivera uma presença de vários momentos das celebrações. “Esse era o desejo do Concílio, não que tudo fosse traduzido nas línguas vernáculas, mas sim que se deixasse partes em latim, para que nosso fiéis na esqueçam de todo esta língua”, recordou.

Ademais, com sua ampla experiência em Roma como secretário da Congregação para o Clero, Dom Morga ressaltou a utilidade de contar com uma língua comum nas celebrações internacionais. “Agora mesmo em São Pedro, quando o Papa celebra, a missa é em latim quando se encontram fiéis de distintas línguas. Nossa língua comum é o latim e se reza em latim. Encontrarmos nesta língua comum nos faz bem a todos e nos ajuda a rezar por todos”, concluiu.

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Roma (Quinta-feira, 23-02-2012, Gaudium Press) O latim é de vital importância para a formação e a vida do clero do século XXI. Esta é a ideia central da intervenção que secretário da Congregação para o Clero, Dom Celso Morga, preparou para uma jornada de estudos que terá lugar nesta quinta-feira, 23, na Universidade Pontifícia Salesiana, em Roma. O evento comemorará os 50 anos da Constituição Apostólica “Veterum Sapientia” de João XXIII, que descreve a importância do latim nos seminários e na vida dos sacerdote, e será presidido pelo Cardeal Zenon Grocholewski.

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Dom Celso Morga, secretário da
Congregação para o Clero

Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Celso adiantou algumas ideias que serão expostas em sua reflexão de hoje. “Não podemos perder esta grande riqueza que nos vem nesta língua, nelas temos muito da literatura patrística, sobretudo dos padres ocidentais”, afirmou inicialmente o prelado, que citou como exemplo os escritos de Santo Agostinho e Santo Ambrósio, recordando também as obras dos doutores medievais, como São Tomás de Aquino e São Alberto Magno, referências fundamentais da teologia, e a produção teológica dos séculos posteriores, que foi escrita quase exclusivamente em latim até o século passado.”Portanto, se queremos ir às fontes de nosso saber filosófico e teológico, sem intermediário, sem necessitar de traduções, temos que saber latim. Não podemos depreciar esta língua”, asseverou.

Perante os desafios da globalização e a relação com as línguas e culturas dominantes, Dom Morga descreveu a possibilidade de mútuo enriquecimento. “Entrar em diálogo com estas culturas diferentes da nossa não quer dizer perder nossa própria identidade, quer dizer entrar de igual a igual e saber expôr nossa riqueza para também reconhecer a riqueza das outras culturas”, explicou o secretário.

Segundo Dom Morga, este intercambio de riquezas foi precisamente o que construiu a cultura e a identidade ocidentais, nas quais a influência cristã está presente não só na filosofia e na teologia, como também nas artes plásticas, na literatura e na música, impregnados de língua e do sentir da Igreja.

Nossa identidade “é de uma riqueza extraordinária e tem uma carga de valores humanos autênticos, como a liberdade, a dignidade da pessoa humana e o valor do trabalho. Tudo isto, que nos vem da latinidade clássica e da Doutrina da Igreja, não se pode perder”, afirmou o prelado.

O secretário da Congregação para o Clero manifestou ainda seu desejo de que esta língua tivera uma presença de vários momentos das celebrações. “Esse era o desejo do Concílio, não que tudo fosse traduzido nas línguas vernáculas, mas sim que se deixasse partes em latim, para que nosso fiéis na esqueçam de todo esta língua”, recordou.

Ademais, com sua ampla experiência em Roma como secretário da Congregação para o Clero, Dom Morga ressaltou a utilidade de contar com uma língua comum nas celebrações internacionais. “Agora mesmo em São Pedro, quando o Papa celebra, a missa é em latim quando se encontram fiéis de distintas línguas. Nossa língua comum é o latim e se reza em latim. Encontrarmos nesta língua comum nos faz bem a todos e nos ajuda a rezar por todos”, concluiu.