out 242012
 

“Encontramos caracterizada com frequência nestas páginas a solução aos problemas espirituais do homem do século XXI”. Com essas palavras, o Cardeal Franc Rodé, CM, do Vaticano, apresenta o livro O inédito sobre os Evangelhos, publicado por Mons. João Clá, Fundador dos Arautos do Evangelho.
A coleção oferece ao leitor um verdadeiro tesouro: os comentários aos Evangelhos de todos os domingos e solenidades do ciclo litúrgico.
Compostas de sete volumes, a coleção permitirá os leitores acompanharem Nosso Senhor Jesus Cristo ao longo de todos os domingos do Ano Litúrgico junto com o fundador dos Arautos do Evangelho.
O lançamento é internacional. Será publicado em quatro línguas (português, espanhol, italiano e inglês).

Vol. V: Domingos do Advento, Natal, Quaresma, Páscoa e Solenidades do Senhor que ocorrem no Tempo Comum (Ano C)

Vol. VI: Domingos do Tempo Comum (Ano C)

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nov 172011
 

Salve Rainha (Gregoriano Audio Mp3)

Para ouvir, clique aqui.

Partitura

Salve Regina

História da Salve Rainha

A Salve Rainha é uma oração dirigida a Nossa Senhora surgida no século XI. Narra a História que um monge chamado Hermano Contracto compôs a oração cerca do ano de 1050 na cidade de Reichenau, Alemanha. Quando São Bernardo de Claraval tomou contato com a oração cantada pelos monges ficou tomado de tal enlevo a ponto de improvisar a última parte do cântico. Daí surgiu o verso “O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria”, que em português significa, “Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria”.

Domina Nostra a Fatima

Domina Nostra a Fatima

Historia Salve Regina

Salve Regina oratio ad Dominam Nostram scripta in XI saeculo. Monachus benedictinus Hermanus Contractus circa anno 1050 factus est eam in oppido Reichenau, Germania. Cum Sanctus Bernardus Claraevallensis cognoscit eam cantatam a monachis, admiratione afflante, postremam precis partem componit: “O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria”.

Tradução da Salve Regina

Salve, Rainha, mãe de misericórdia,
Salve, Regina, Mater misericordiae,
vida, doçura, esperança nossa, salve!
vita, dulcedo, et spes nostra, salve.
A vós bradamos os degredados filhos de Eva.
Ad te clamamus, exsules filii Hevae,
A vós suspiramos, gemendo e chorando
ad te suspiramus, gementes et flentes
neste vale de lágrimas.
in hac lacrimarum valle.
Eia, pois, advogada nossa,
Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,
misericordes oculos ad nos converte;
e depois deste desterro mostrai-nos Jesus,
et Jesum, benedictum fructum ventris tui,
bendito fruto do vosso ventre,
nobis post hoc exilium ostende.
Ó clemente, ó piedosa,
O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria.
ó doce sempre Virgem Maria
V.: Ora pro nobis sancta Dei Genetrix.
V.: Rogai por nós santa Mãe de Deus
R.: Ut digni efficiamur promissionibus Christi.
R.: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Textus in latine

Salve, Regina, Mater misericordiae,

vita, dulcedo, et spes nostra, salve.

Ad te clamamus, exsules filii Hevae,

ad te suspiramus, gementes et flentes

in hac lacrimarum valle.

Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos

misericordes oculos ad nos converte;

et Jesum, benedictum fructum ventris tui,

nobis post hoc exilium ostende.

O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria.

Em alguns ainda é adicionado:

V.: Ora pro nobis sancta Dei Genetrix.

R.: Ut digni efficiamur promissionibus Christi.

O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria

O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria

nov 172011
 

Salve Rainha (Gregoriano Audio Mp3)

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Partitura

Salve Regina

História da Salve Rainha

A Salve Rainha é uma oração dirigida a Nossa Senhora surgida no século XI. Narra a História que um monge chamado Hermano Contracto compôs a oração cerca do ano de 1050 na cidade de Reichenau, Alemanha. Quando São Bernardo de Claraval tomou contato com a oração cantada pelos monges ficou tomado de tal enlevo a ponto de improvisar a última parte do cântico. Daí surgiu o verso “O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria”, que em português significa, “Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria”.

Domina Nostra a Fatima

Domina Nostra a Fatima

Historia Salve Regina

Salve Regina oratio ad Dominam Nostram scripta in XI saeculo. Monachus benedictinus Hermanus Contractus circa anno 1050 factus est eam in oppido Reichenau, Germania. Cum Sanctus Bernardus Claraevallensis cognoscit eam cantatam a monachis, admiratione afflante, postremam precis partem componit: “O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria”.

Tradução da Salve Regina

Salve, Rainha, mãe de misericórdia,
Salve, Regina, Mater misericordiae,
vida, doçura, esperança nossa, salve!
vita, dulcedo, et spes nostra, salve.
A vós bradamos os degredados filhos de Eva.
Ad te clamamus, exsules filii Hevae,
A vós suspiramos, gemendo e chorando
ad te suspiramus, gementes et flentes
neste vale de lágrimas.
in hac lacrimarum valle.
Eia, pois, advogada nossa,
Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,
misericordes oculos ad nos converte;
e depois deste desterro mostrai-nos Jesus,
et Jesum, benedictum fructum ventris tui,
bendito fruto do vosso ventre,
nobis post hoc exilium ostende.
Ó clemente, ó piedosa,
O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria.
ó doce sempre Virgem Maria
V.: Ora pro nobis sancta Dei Genetrix.
V.: Rogai por nós santa Mãe de Deus
R.: Ut digni efficiamur promissionibus Christi.
R.: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Textus in latine

Salve, Regina, Mater misericordiae,

vita, dulcedo, et spes nostra, salve.

Ad te clamamus, exsules filii Hevae,

ad te suspiramus, gementes et flentes

in hac lacrimarum valle.

Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos

misericordes oculos ad nos converte;

et Jesum, benedictum fructum ventris tui,

nobis post hoc exilium ostende.

O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria.

Em alguns ainda é adicionado:

V.: Ora pro nobis sancta Dei Genetrix.

R.: Ut digni efficiamur promissionibus Christi.

O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria

O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria

out 242011
 

Homo quidam

Homo quidam fecit cœnam magnam, et misit servum suum hora cœnæ dícere invitátis, ut venírent. Quia paráta sunt ómnia.

Veníte, comédite panem meum, et bíbite vinum quod míscui vobis.

Glória Patri, et Fílio, et Spirítui Sancto.

Carl Bloch (1834–1890)_SermonOnTheMount

Tradução

Certo homem fez um dia um grande banquete, e enviou à hora da ceia o seu servo a dizer aos convidados: Vinde, já está tudo preparado.

Vinde, comei de meu pão e bebei o vinho que para vós preparei.

Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo.

Partitura gregoriana

homoquidampartiturapdf

Ouça a música

Homo quidam (Gregoriano)

out 122011
 

Gnosticismo

O maior perigo para a Igreja nos primeiros séculos de sua História, de fato, consistiu numa subtil e venenosa heresia chamada Gnosticismo. Gnose é uma palavra grega que significa conhecimento, este pretende negar a Revelação divina que é o fato de Deus se dar a conhecer às criaturas humanas e lhes revelar seus eternos desígnios de salvação. A Igreja, como guardiã da Revelação, é também a guardiã e mestra do verdadeiro conhecimento a respeito de Deus. Santo Irineu ensinava que a verdadeira gnose é a doutrina dos Apóstolos (Santo Irineu, Contra as heresias, IV, 33,8). A Religião Cristã, por outro lado, é religião de mistério, e nela há uma dimensão infinita da verdade divina que não é alcançável pela inteligência humana, mas ante à qual, a razão deve se inclinar reverente e submissa. Entretanto, em todos os tempos, houve espíritos insatisfeitos ante essa contingência humana nos quais fervia o desejo de perscrutar, com seus meros recursos de inteligência, horizontes que só a Revelação nos pode descortinar.

Santo Irineu de Lyon

Santo Irineu de Lyon

Deste modo também em todos os tempos, a posse de pretensos conhecimentos secretos, a respeito da origem do mundo e da vida, do bem e do mal, revelados apenas a iniciados, cativou certos espíritos. O gnosticismo tem nisso sua origem.

Com existência muita antiga — há quem diga que ela se perde na noite dos tempos — o gnosticismo permanece, ele mesmo, um mistério. Pode-se, em todo caso, distinguir uma gnose pagã, manifestada no Egito, na Índia, na Grécia na Pérsia, e em muitos outros lugares, de uma gnose judaica e de outra “cristã”, ou seja, impregnações do gnosticismo, no judaísmo e no cristianismo.

O Gnosticismo é uma doutrina extremamente complexa, imprecisa, confusa, e nem sequer se pode dizer que é uma corrente doutrinária. São, na verdade, muitas correntes, adaptadas aos mais diversos tipos de psicologias, com diferentes graus de segredo. Pode-se, entretanto, discernir nelas algumas linhas gerais.

O que sobretudo move os gnósticos é a preocupação de explicar a origem do mal. Se Deus é bom e só pode criar coisas boas, como explicar o aparecimento de seres  imperfeitos e do mal, sobretudo do mal moral? Recusando eles os divinos ensinamentos sobre a criação e o pecado, engendram fantasiosas e contraditórias explicações: O Deus único e perfeito é na origem um Pan (tudo), posto num estado de perfeita harmonia e felicidade. Em determinado momento, deste tudo, destacou-se uma partícula, que tomando consciência de sua individualidade, se afirmou como um princípio do mal, e determinou uma explosão, neste tudo divino, provindo daí o que nós chamamos Criação. Tal explosão propiciou a existência de seres diferenciados e desiguais, resultando a concepção de que, não só a criação é um mal, mas sobretudo é má a existência de seres individuais e desiguais. E a desigualdade, por ser a mais expressiva manifestação da diferenciação, se afigura aos gnósticos como um mal sumamente rejeitável. Os seres individuais, que teriam resultado desta fragmentação do “deus”, são denominados eons, e foram aprisionados à matéria, produto do “deus mau”. Razão pela qual os gnósticos tem a matéria —  e portanto o corpo humano —,  em oposição ao espírito, como essencialmente má.

Temos, deste modo, a concepção gnóstica chamada dualismo, ou seja a existência de dois deuses: um “mau” outro “bom”. Esses dois deuses estariam em oposição, e a vitória do “bom” consistiria em alcançar — pelo desprezo crescente das coisas inferiores, especialmente das ligadas à matéria — a aniquilação dos condicionamentos materiais, das características pessoais e até das próprias individualidades, para restabelecer o “Pleroma” (a unidade inicial). Isso se faria levando os seres “hilicos” (dominados pela matéria), a ascenderem à condição de “psíquicos” (que estão em luta com os seres inferiores e com a matéria); e estes últimos chegarem à condição de “gnósticos” perfeitos” ou “puros”, (que teriam aniquilado em si tudo o que é inferior e que os diferencia dos outros) alcançando assim a condição de “salvos”, prontos para se reintegrarem no “tudo” primitivo, ou seja, reconstituírem o Pleroma. O “Tudo” o “Pleroma”, para o qual se caminharia por uma ascese de aniquilação da própria individualidade, vem a ser também, logicamente, um “nada”, um abismo eterno, contradição na qual não se pode deixar de discernir o sinal “digital” do “pai da mentira”. 

Como foi dito acima, na ordem concreta, a gnose dissolvia essa “tintura mãe” em muitos coloridos e muitos matizes diversos, e se beneficiava da atração natural que o espírito humano tem pelos conhecimentos secretos, para comunicá-la gradualmente a seus neófitos.

O contato de tais doutrinas com o Evangelho suscitou o gnosticismo “cristão”, ou seja uma concepção gnóstica do cristianismo. Assim, o deus mau vem a ser o Deus do Antigo Testamento, criador e justiceiro, que diferencia, discrimina,  premiando uns e punindo outros, e que subjugou o “deus” bom. Em revide uma emanação deste “deus” bom, o demiurgo, se impôs, e veio pregar o perdão, a união, a igualdade , a fraternidade, etc. Este demiurgo seria, para eles, Nosso Senhor Jesus Cristo, que teria vindo realizar obra oposta ao Deus do Antigo Testamento.

As sutilezas e camuflagens com que tais doutrinas eram apresentadas fizeram com que elas se transformassem, como foi dito, no maior perigo para a Igreja de Deus naqueles tempos.

Marcionismo e Maniqueísmo

Em contato com gnósticos sírios, um armeiro de nome Marcião, a quem São Policarpo qualificava de primogênito de Satanás — excomungado pelo próprio pai que era bispo — pôs-se a difundir uma doutrina impregnada de ideias gnósticas, que veio a chamar-se Marcionismo. Recusava todo o Antigo Testamento e do novo aceitava apenas alguns livros nos quais julgava encontrar apoio para suas doutrinas. Foi esta, precisamente, a mais perigosa heresia que o Cristianismo enfrentou naqueles primeiros tempos. Contra ela se levantou a invicta pena de São Justino, e mais tarde a brilhante ciência e erudição de Santo Irineu e Tertuliano, grande autor latino. Contido mas não morto, o marcionismo renasce no IV século com Manés, tomando por isso o nome de Maniqueísmo, chegando a colher em suas malhas, por algum tempo, aquele que veio a ser seu brilhante vencedor: Santo Agostinho. Mesmo vencido pela lógica e pela dialética desses grandes doutores, o gnosticismo marcionita, ressurgirá  peçonhento, no século XIII, com os cátaros (puros), como veremos mais adiante.

out 052011
 

Milenarismo e Montanismo

Ensaio do Pe. José Arnóbio Glavan, EP

Houve, na primitiva Igreja, uma piedosa concepção sobre a segunda vinda gloriosa de Jesus Cristo, mas falseada pelo exagero, porque se a considerava iminente. Tal idéia, mais tarde, levou alguns a interpretações distorcidas de textos de São Paulo e de São João, especialmente do Apocalipse, fazendo-os imaginar uma próxima volta de Cristo para dar início a um reino terreno de paz, harmonia e delícias, que deveria durar mil anos. É o chamado Milenarismo. Afim com tais ideias, aparecem também doutrinas a respeito de uma era do Espírito Santo, na qual as comunidades cristãs, e mesmo os indivíduos enquanto tais, seriam agraciados por uma manifestação constante do Espírito Santo e governados diretamente pelo Espírito, de maneira que poderiam prescindir da organização e disciplina  eclesiásticas e do Magistério da Igreja. Surgia assim a primeira heresia —  ou quase heresia pois não se tratava propriamente da afirmação de uma falsa doutrina mas de exageros e fanatismos.

Basílica de São Pedro

Basílica de São Pedro

Pelo fim do segundo século, Montano —  sacerdote pagão originário da Frígia, e convertido ao cristianismo — pretendia ser o único depositário dos carismas do Espírito Santo — que floresceram no início da pregação apostólica, mas que vinham se tornando cada vez mais raros — especialmente do dom da profecia. Acompanhado por duas mulheres, Maximila e Priscila,  tão visionárias e fanáticas quanto ele, que tinham abandonado os maridos para segui-lo, lançou-se à propagação de suas doutrinas. Tal heresia se espalhou muito, sobretudo no Oriente e foi vigorosamente combatida pelos Padres e apologetas. Persistiu ainda  em alguns grupos de fanáticos até o século IV, quando foi condenada pelo Papa São Zeferino (199-217). Ressurgiu, entretanto, com  roupagens novas, séculos mais tarde em plena Idade Média, com  Joaquim de Fiore (1130-1202) e seus seguidores, como veremos oportunamente.

out 022011
 

Latim Básico: O caso dativo

O nome dativo deriva do verbo latino dare, que significa dar. Quem dá alguma coisa o faz para algo ou a alguém. Mas não somente o verbo dar pode significar uma relação de destinatário ou finalidade. Vários verbos, tanto em português com em latim, estabelecem esta relação de receptor ou destinatário. Fala-se a alguém, doa-se para alguém, etc.

Em português, o objeto que vem após as preposições a e para (de em alguns casos, mas distingui-se do complemento restritivo, do caso genitivo em latim, porque, no caso do objeto indireto, a ligação prepositiva é com o verbo e não com o nome) são chamados de objeto indireto, pois o verbo não age diretamente sobre ele, e ademais, se relacionam com o verbo através de uma preposição.  Estes verbos não possuem o sentido completo como os intransitivos (morreu, vive, etc).

Ex: A menina obedeceu ao pai. ( O sentido do verbo “obedeceu” ficaria incompleto sem a expressão “ao pai”. Esta é o objeto indireto, pedido pelo verbo obedecer. Está unido pela preposição a (ao = a + o).

Uma rosa para todas as Rosas do jardim de Maria, a Rosa das Rosas. Em latim: Rosa Rosis horti Mariae, Rosa rosarum.

Uma rosa para todas as Rosas do jardim de Maria, a Rosa das Rosas. Em latim: Rosa Rosis horti Mariae, Rosa rosarum.

Para conhecer o objeto (direto ou indireto) devemos fazer as perguntas usuais, depois do verbo. No caso do objeto indireto, pode-se fazer as seguintes: a quem? a quê? de quem? de quê? para quem? para quê?

Ex: Entreguei o livro ao aluno.

Pergunta: Entregue a quem?

Resposta: Ao aluno (objeto indireto ou dativo).

Em latim, o caso do objeto indireto é o dativo. Em vez de verificarmos as preposições a, para e de como sinais do objeto indireto, devemos procurar a terminação da palavra latina que caracteriza o caso dativo.

Na primeira conjugação (nomes femininos) o dativo singular sempre termina com ae. Exemplo:

Nominativo: a água, aqua

Dativo: para a água, à água, aquae

No plural, a terminação é is, aquis.

Na segunda conjugação (nomes masculinos ou neutros) o dativo singular sempre termina com o.

Nominativo: o Senhor, Dominus.

Dativo: para o Senhor, ao Senhor, Domino.

Nominativo: a cidade, oppidum

Dativo: à cidade, para a cidade, oppido.

No plural, a terminação é is, dominis e oppidis.

Na terceira conjugação iremos encontrar o dativo com as terminações em e (em alguns casos em i).

Nominativo: O rio, flumen.

Dativo: ao rio, para o rio, flumine.

No plural, a terminação é ibus, fluminibus.

Na quarta e quinta conjugação (que reúnem pouquíssimas palavras latinas, ao contrário das três primeiras que reúnem a imensa maioria), o dativo se caracteriza por ser igual ao nominativo ou terminar com a vogal i.

Nominativo: o joelho, genu.

Dativo: ao joelho, para o joelho, genui.

Nominativo: o dia, dies.

Dativo: para o dia, ao dia, diei.

No plural, a terminação e ibus para a quarta declinação (genibus) e ebus para a quinta declinação (diebus).

Tabela do caso dativo (objeto direto latino) no singular e plural

Declinação

Singular

ae

o

e ou i

u ou ui

ei

Plural

is

is

ibus

ibus

ebus

set 302011
 

Leve ao menos esta lembrança…

Agradecida ao mendigo que salvou a vida de seu filho, a boa mãe lhe deu uma Medalha Milagrosa como lembrança. O andarilho pouco tinha de piedoso, mas ficou comovido com a fé daquela mulher.
Carlos Tonelli

Para ler a versão latina (in latine)

Alegres e despreocupados, Pedro e Maurício, dois meninos de sete anos, voltam da escola pelos caminhos de uma aldeia do interior da Bélgica em fins do século XIX. Passando por uma ponte sobre o rio Meuse que circunda o vilarejo, olham para suas imagens refletidas nas águas e atiram algumas pedras para ver quem conseguia “acertar” o outro. Seguindo adiante, continuam sua brincadeira. De repente, Pedro se aproxima demais do barranco, resvala e cai no rio.

— Socorro! Socorro! — gritava, na margem, Maurício.

— Socorro! — bradava Pedro, que a custo conseguia manter a cabeça fora da água.

naufragoafogadoriosalvavidasnadadorresgaterioriverbombeiro

Entretanto, o povoado estava um pouco distante, seus gritos infantis não chegavam até lá. O socorro lhes veio de onde ninguém esperava: um mendigo que descansava embaixo da ponte atirou-se ao rio sem perda de tempo e logo retornou trazendo o menino são e salvo. Depois de acalmar as duas crianças, decidiu acompanhá-las até a aldeia.

Imagine-se o susto da mãe ao ver chegar seu filho, todo molhado, nos braços de um desconhecido maltrapilho. Posta a par do que havia acontecido, agasalhou com todo carinho o filho e logo se voltou para seu benfeitor:

— Como poderei agradecer-lhe, senhor? Sou pobre também, mas quero mostrar-lhe minha gratidão.

— Não se preocupe, senhora. Dê graças ao bom Deus, como dizia minha mãe, por neste dia eu estar descansando debaixo daquela ponte.

— Por favor, gostaria tanto de dar-lhe alguma coisa!

— Bom, já que insiste tanto, um prato de comida não me faria mal, pois há muito tempo não como algo quente.

Transbordante de gratidão, preparou ela para o mendigo o melhor almoço que pôde. Quando este, depois de larga conversa, estava por sair, ela tirou do pescoço do filho uma corrente prateada com a Medalha Milagrosa e lhe disse:

— Meu senhor, leve ao menos esta lembrança. Certa estou de que foi Nossa Senhora quem dispôs tudo, pois todos os dias peço a Ela que proteja meu filho. Tenha sempre esta medalha no pescoço, eu lhe peço. Este é o maior bem que lhe posso fazer.

O andarilho pouco tinha de piedoso, mas ficou comovido com a fé e o zelo maternal daquela mulher, pois esta lhe trouxe à lembrança a doce fisionomia de outra senhora, que há muitos anos ele não via, e que o carregou nos braços quando criança e também o recomendava diariamente à Mãezinha do Céu… Tomou, pois, a medalha, pôs no pescoço, despediu-se e nunca mais foi visto naquela aldeia.

Pedro cresceu e, sendo já um jovem vigoroso, ouviu o chamado de Jesus para abandonar todos os bens desta terra e decidiu ser missionário. Cerca de 20 anos depois do episódio narrado acima, ei-lo sacerdote, designado pelos superiores para atender os doentes pobres num hospital das Irmãs de Caridade, no interior da França.

Cruzou ele pela primeira vez os amenos jardins daquela casa religiosa e foi apresentar-se à Madre Superiora. Esta o cumprimentou com respeito e lhe disse:

— Padre, como é providencial sua chegada! Estamos com um enfermo em estado terminal e em sério risco de morrer impenitente. Por favor, veja logo o que é possível fazer por ele!

O jovem padre dirigiu-se à capela, rogando a Jesus Eucarístico que lhe inspirasse palavras adequadas para tocar aquele coração endurecido. Voltou os olhos para uma imagem da Virgem e implorou-lhe com toda confiança: “Refúgio dos Pecadores, rogai por ele!”

medalhamilagrosaarautosmiraculousmedailnossasenhoradasgracasbrasilmariamaedejesusCom passo sereno, entrou na enfermaria, onde o doente lhe deu a pior acolhida possível:

— Fora daqui! Não quero nada com padres. Fique do lado de fora, você com seus santos!

Disposto a tudo fazer para salvar aquela alma, Pe. Pedro não se deixou abalar por esse rugido de impiedade. Notando que o ímpio falava com um sotaque pouco comum na região, aproveitou-se do fato para entabular uma conversa.

— Ora veja! Você não é francês, não é verdade? Você parece ser… belga. Acertei?

— Sim, e como sabe?

— Pelo seu sotaque. Há quanto tempo está aqui?

Com isso foi se aproximando da cama do enfermo. Mostrando-lhe um sorriso nos lábios e um rosto radiante de bondade, prosseguiu:

— Sabe, sou belga também, da região do vale do rio Meuse, e brinquei muito às suas margens. E você, de onde é?

O doente mostrava-se aliviado em poder conversar um pouco com um conterrâneo. Procurando ser amável ao máximo, o sacerdote conduziu aos poucos a conversa para assuntos religiosos e, discretamente, tirou a estola da maleta.

Vendo isso, o intratável enfermo descarregou sobre ele um novo surto de imprecações, enquanto procurava erguer-se em seu leito. Ao fazer esse movimento, deixou aparecer sobre seu peito desnudo uma corrente prateada da qual pendia uma Medalha Milagrosa.

O Pe. Pedro reconheceu-a imediatamente! Ocultando a forte emoção que sentia, perguntou:

— Diga-me, quem lhe deu essa medalha?

Como resposta, ouviu do infeliz ateu a história de como ele, cerca de 20 anos antes, a ganhara de presente da mãe de um menino que ele havia salvado das águas do rio.

Sem conter alguns soluços, disse-lhe o sacerdote:

— Sou eu esse menino! Estive sempre à procura daquele mendigo. Por ele rezei todos os dias. Desde que sou padre, lembro-me dele em todas as minhas Missas. E agora o encontro aqui! Veja bem, meu amigo e benfeitor, isto é uma prova de quanto Nossa Senhora lhe quer bem. Assim como Ela, há 20 anos, encaminhou você para aquela ponte a fim de me salvar a vida, agora Ela mesma me traz aqui, como sacerdote de Cristo, para salvar sua alma.

Tocado pela graça, o mendigo derramou muitas lágrimas de arrependimento. Depois de uma sincera confissão de toda a sua longa vida de pecados, recebeu a Unção dos Enfermos, depois o Santo Viático, e expirou serenamente na paz do Senhor.

set 292011
 

Ut recorderis

Tradução portuguesa, in lusitane

Petrus et Mauritius in agro Belga saeculo XIX exeunte habitabant,  hilares et inopinantes, quippe qui septem annorum pueri erant.

Ab schola agrestibus viis olim revertebant cum ad pontem super Mosam, qui pagum eorum natalem circumibat, ambulantes pervenissent, imagines suae in undis sese reddebant;  tunc lapides eicere coeperunt ut alterius imaginem diluerent;  dum ambulare postea pergunt, lapidibus eodem modo ludunt et Petrus qui ad fluminis oram appropinquavit repente in fluenta cecidit.

‘Auxilium! Auxilium!’ Mauritius ab ora fluminis clamabat.

‘Auxilium!’ et clamabat Petrus, cui undae caput paene obruebant.

naufragoafogadoriosalvavidasnadadorresgaterioriverbombeiro

Oppidum adeo procul erat ut pueriles voces non audirentur;  auxilium vero ex eo loco, unde minime exspectabatur, cito pervenit: mendicus errans, qui sub ponte quiescebat, in undas subito se eiecit et in oram cum puero sospite tranavit; postquam ambos sedavit in pagum eosdem comitavit.

Mater valde tremuit cum natum in pannosi erronis manibus madidum videret;  cum vero veritatem audivisset, filium amplexa est et ignoto salvificatori dixit:

‘Qui possim, domine, gratias tibi agere ego quae sum pauper? sed nolim me tui beneficii immemorem videri’.

‘Beneficium, respondit,  domina neglege:  Deo gratias age -ut mea mater dicebat- quod hodie sub ponte forte quiescerem’.

‘At tibi velim aliquod offerre’.

‘Si tibi videtur, inquit, et velles, pulmentum non mihi nocebit, nam calidam escam iamdiu non accepi’.

Tum mulier gratissima pulmentum coxit quam optimum, et  post multam sermocinationem, ex filii collo catellam cum Virginis nomismate sumpsit, mendicoque exituro, dixit:

‘Bone vir, mei hanc ut recorderis imaginem accipe,  neque dubito quin ipsa Virgo tibi, ubicumque eris, auxilium datura sit, nam ipsa quottidie pro meo filio tuendo precor;  te rogo ut hoc nomisma a collo pendens semper geras;  id est maximum bonum quod tibi dare possum’.

Erroni fides ac pietas omnino deerat; sed cum videret mulieris fiduciam et maternam curam, commotus est;  atque alterius mulieris faciem, quam memoria tenebat, sub oculis habere credidit; illa ipsum brachiis puerum olim sustinebat Matrique Caelesti quottidie quoque commendabat;  hanc tamen multos annos iam amiserat; itaque nomisma sumpsit, ad collum alligavit, omnes valedixit;  et in terras longinquas profectus adeo est ut a pueris reliquisque oppidanis nunquam postea videretur.

Petrus creverat et cum iuvenis factus esset, se a Deo sic vocatum sensit, ut, bonis terrenis neglectis,  evangelii praeconius sive missionarius fieret.

medalhamilagrosaarautosmiraculousmedailnossasenhoradasgracasbrasilmariamaedejesusAnnis fere viginti transactis, Petrus sacerdos factus est, cui ab antistite commissum est pauperum aegrotantium animas curare in nosocomio, quod monachae, quae Sorores Charitatis vocantur, in media Francogallia regebant.

Postquam per monachalium aedium hortum transiit, apud praepositam matrem se praebuit; haec reverenter eum salutavit et dixit:

‘Quam oportune, pater, advenisti:  aegrotus quidam mox est moriturus neque ullam paenitentiam agere velit;  cura, quaeso, ut ei auxilium feras’.

Iuvenis sacerdos capellam adiit ut Iesum Eucharisticum rogaret verba opportuna duro aegroti cordi idonea;  deinde oculos ad Virginis imaginem levavit et precatus est: Refugium Peccatorum ora pro eo’.

Tranquillo gradu in valetudinarium ingressus, ab aegrotante acceptus est pessime.

‘Abi sane; procul a me! tu tuique sancti foras!’.

Pater Petrus, ut animam istam sospitem haberet, omnia patienda esse statuit; neque se ab impietate vinci sivit; et cum aegroti loquellam in ea regione inassuetam esse comperisset, ansam sumpsit ad colloquendum.

‘Francogallicus non, amice, videris, potius te forsitan esse Belgam credo, nonne?’.

“Ita est, inquit aegrotus;  quomodo novisti?’.

‘A tua nempe loquella;  quamdiu hic manes?’.

Et paulatim ad aegroti lectum appropinquavit et subridens benigneque agens pergit dicere:

‘Fit ut ego et Belga sum; me puero, in Mosae valle habitabam,  in fluminis oris valde ludebam;  et tu unde venis?’.

Aegrotus leniri videbatur, quod cum concive sermocinaretur;  tum sacerdos comiter agens in res sacras sermonem adduxit, et stolam ex sacculo caute extraxit. Quam cum aegrotus vidisset, aspera duraque iterum verba dicere coepit, dum in lecto assidere intendit;  cum id contendisset,  argentea catella super nudum pectus cum numismate patuit.

Pater Petrus id statim agnovit et commotionem, qua afficiebatur, continens rogavit:

‘Dic mihi quis tibi hoc nomisma dedit’.

Pro responso audivit ab infelici atheo historiam de nomismate viginti annis abhinc accepto de cuiusdam matris manibus, quod filium a Mosae aquis ipse servaverit.

Valde commotus sacerdos dixit:

‘Ego sum ille puer; mendicumque illum continenter diuturno tempore quaesivi ut gratias referrem; pro eo cottidie precatus sum ex eo die quo sacerdos sum factus;  illius memini cum sacram dixi missam,  et nunc te hic invenio;  nonne intellegis quantum amoris tibi Sancta Virgo hodie ostenderit? Ipsa te sub pontem annis viginti abhinc impulit  itaque nunc me Cristi sacerdotem ad te adduxit, ut concivis et salvificatoris animam fierem salvam’.

A Dei gratia tactus, mendicus lacrimas paenitens effudit; postquam singula diuturnae vitae peccata confessus est, Unctionem Infirmorum et Sanctum Viaticum accepit, atque animo quieto diem supremum obiit.

HERALDOS DEL EVANGELIO, Nº22, Mayo de 2005

Scripsit Carolus Tonelli

Latine interpretatus est Paulus Kangiser

set 222011
 

Compartilhamos a sequência de orações do Rosário de Nossa Senhora com os mistérios em latim e português. A fim de que o leitor de Praecones Latine esteja mais ciente dos benefícios da recitação do terço segue abaixo um artigo da Revista Arautos do Evangelho.

Rosário em latim e português

São Domingos recebe o Rosário de Nossa Senhora, Catedral de Belém do Pará, Brasil

São Domingos recebe o Rosário de Nossa Senhora, Catedral de Belém do Pará, Brasil

Em Português (lusitane) Em Latim (latine)
Início Initium
Sinal da Cruz

Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amén

Signum Crucis

In nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti. Amen.

Símbolo dos Apóstolos

Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria;  padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.

Symbolum Apostolorum

Credo in Deum Patrem omnipotentem, Creatorem caeli et terrae. Et in Iesum Christum, Filium eius unicum, Dominum nostrum, qui conceptus est de Spiritu Sancto, natus ex Maria  Virgine, passus sub Pontio Pilato, crucifixus, mortuus, et sepultus, descendit ad inferos, tertia die resurrexit a mortuis, ascendit ad caelos, sedet ad dexteram Dei Patris omnipotentis, inde venturus est iudicare vivos et mortuos. Credo in Spiritum Sanctum, sanctam Ecclesiam catholicam, sanctorum communionem, remissionem peccatorum, carnis resurrectionem, vitam aeternam. Amen.

Nas contas maiores:

Oração dominical

Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, vem a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, não nos deixei cair em tentação as livrai-nos do mal. Amém.

Ad grana maiora:

Oratio Dominica

Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra. Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen.

Nas contas menores:

Ave Maria

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém.

Ad grana minora:

Ave Maria

Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum. Benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc, et in hora mortis nostrae. Amen.

Ao final de cada dezena:

Glória ao Pai

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre, Amém.

Ad finem decadum:

Doxologia Minor

GLORIA Patri, et Filio, et Spiritui Sancto. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

Ó meu Jesus

Ó, Meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem. Amém

Oratio Fatima

O Iesu mi, dimitte nobis debita nostra, libera nos ab igne in- ferni, conduc in caelum omnes animas, praesertim illas quae maxime indigent misericordia tua.

Meditações do Rosário

Nas segundas e sábados

I. Mistérios gozosos

1o. Mistério – A anunciação do Anjo a Maria

2o. Mistério – A visita de Maria a sua prima Isabel

3o. Mistério – O Nascimento de Jesus

4o. Mistério – A apresentação de Jesus no Templo

5o. Mistério – A perda e o reencontro do menino Jesus em Jerusalém

Meditationes Rosarii

In feria secunda et sabbato

I. Mysteria Gaudiosa

1. Quem, Virgo, concepisti. [Mt

1:18, Lc 1:26-38]

2. Quem visitando Elisabeth

portasti. [Lc 1:39-45]

3. Quem, Virgo, genuisti. [Lc

2:6-12]

4. Quem in templo praesentasti.

[Lc 2:25-32]

5. Quem in templo invenisti. [Lc

2:41-50]

Quintas-feiras

II. Mistérios Luminosos

1o. Mistério – O Batismo no rio Jordão

2o. Mistério – A auto-revelação nas Bodas de Caná

3o. Mistério – O anúncio do Reino com o convite à conversão

4o. Mistério – A transfiguração no Monte Tabor

5o. Mistério – A instituição da Eucaristia

In feria quinta

II. Mysteria Luminosa

1. Qui apud Iordanem baptiza-

tus est. [Mt 3:13, Mc 1:9, Jn 1:29]

2. Qui ipsum revelavit apud Ca-

nense matrimonium. [In 2:1-11]

3. Qui Regnum Dei annuntiavit.

[Mc 1:15, Lc 10:8-11]

4. Qui transfiguratus est. [Mt

17:1-8, Mc 9:2-9]

5. Qui Eucharistiam instituit.[In

6:27-59, Mt 26:26-29, Mc 14:22-

24, Lc 22:15-20]

Terças e Sextas-feiras

III. Mistérios Dolorosos

1o. Mistério – A agonia de Jesus no Horto das Oliveiras

2o. Mistério – A flagelação de Jesus atado à coluna

3o. Mistério – A coroação de espinhos

4o. Mistério – Jesus carrega a Cruz para o Calvário

5o. Mistério – Crucificação, sofrimento e morte de Jesus

In feria tertia et feria sexta

III. Mysteria dolorosa

1. Qui pro nobis sanguinem su-

davit. [Lc 22:39-46]

2. Qui pro nobis flagellatus est.

[Mt 27:26, Mc 15:6-15, In 19:1]

3. Qui pro nobis spinis corona-

tus est. [In 19:1-8]

4. Qui pro nobis crucem baiula-

vit. [In 19:16-22]

5. Qui pro nobis crucifixus est.

[In 19:25-30]

Quartas e Domingos

IV. Mistérios Gloriosos

1o. Mistério – A Ressurreição de Jesus

2o. Mistério – A Ascensão de Jesus ao Céu

3o. Mistério – A descida do Espírito Santo sobre os apóstolos

4o. Mistério – A assunção de Maria ao Céu

5o. Mistério – A coroação de Maria como Rainha do Céu

In feria quarta et Dominica

IV. Mysteria gloriosa

1. Qui resurrexit a mortuis. [Mc

16:1-7]

2. Qui in caelum ascendit. [Lc

24:46-53]

3. Qui Spiritum Sanctum misit.

[Acta 2:1-7]

4. Qui te assumpsit. [Ps 16:10]

5. Qui te in caelis coronavit.

[Apoc 12:1]

Orações para dizer no fim do rosário:

Salve, Rainha, Mãe misericordiosa, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos os degredados filhos de Eva.  A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto de vosso ventre,  ó clemente, ó piedosa,  ó doce sempre Virgem Maria. Amém.

V. Rogais por nós Santa Mãe de Deus.

R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.

Orationes ad Finem Rosarii Dicendae:

Salve, Regina, matermisericordiae, vita, dulcedo, et spes nostra, salve. Ad te clamamus exsules filii Hevae. Ad te suspiramus, gementes et flentes in hac lacrimarum valle. Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos  misericordes oculos ad nos converte. Et Iesum,  benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exsilium ostende. O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria. Amen.

V. Ora pro nobis, Sancta Dei Genetrix.

R. Ut digni efficiamur promissionibus Christi.

Ao fim do rosário reza-se a Ladainha de Nossa Senhora:

Ladainha de Nossa Senhora

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.

Jesus Cristo, atendei-nos.

Pai Celeste que sois Deus, tende piedade de nós.

Filho Redentor do mundo que sois Deus, tende piedade de nós.

Espírito Santo que sois Deus, tende piedade de nós.

Santíssima Trindade que sois um só Deus, tende piedade de nós

Santa Maria, rogai por nós.

Santa Mãe de Deus,

Santa Virgem das virgens,

Mãe de Jesus Cristo,

Mãe da Igreja,

Mãe da divina graça,

Mãe puríssima,

Mãe castíssima,

Mãe Imaculada,

Mãe intemerata,

Mãe amável,

Mãe admirável,

Mãe do bom conselho,

Mãe do Criador,

Mãe do Salvador,

Virgem prudentíssima,

Virgem venerável,

Virgem louvável,

Virgem poderosa,

Virgem clemente,

Virgem fiel,

Espelho de justiça,

Sede da sabedoria,

Causa da nossa alegria,

Vaso espiritual,

Vaso digno de honra,

Vaso insigne de devoção,

Rosa mística,

Torre de David,

Torre de marfim,

Casa de ouro,

Arca da aliança,

Porta do Céu,

Estrela da manhã,

Saúde dos enfermos,

Refúgio dos pecadores,

Consoladora dos aflitos,

Auxílio dos cristãos,

Rainha dos Anjos,

Rainha dos Patriarcas,

Rainha dos Profetas,

Rainha dos Apóstolos,

Rainha dos Mártires,

Rainha dos Confessores,

Rainha das Virgens,

Rainha de todos os santos,

Rainha concebida sem pecado original,

Rainha assunta ao Céu,

Rainha do sacratíssimo Rosário,

Rainha da família,

Rainha da Paz,

Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos Senhor.

Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.

Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

V/ Rogai por nós, santa Mãe de Deus.

R/ Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos. Senhor Deus, nós Vos suplicamos que concedais aos Vossos servos perpétua saúde de alma e de corpo; e que, pela gloriosa intercessão da bem-aventurada sempre Virgem Maria, sejamos livres da tristeza do século e gozemos da eterna alegria. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

In finem Rosarii dicitur Litaniae Laurtanae:

Litaniae Lauretanae

Kyrie, eleison.

Christe, eleison.

Kyrie, eleison.

Christe, audi nos.

Christe, exaudi nos.

Pater de caelis, Deus, miserere nobis.

Fili, Redemptor mundi, Deus,  miserere nobis.

Spiritus Sancte Deus, miserere nobis.

Sancta Trinitas, unus Deus, miserere nobis.

Sancta Maria,

Sancta Dei Genetrix,

Sancta Virgo virginum,

Mater Christi,

Mater Ecclesiae,

Mater Divinae gratiae,

Mater purissima,

Mater castissima,

Mater inviolata,

Mater intemerata,

Mater amabilis,

Mater admirabilis,

Mater boni Consilii,

Mater Creatoris,

Mater Salvatoris,

Virgo prudentissima,

Virgo veneranda,

Virgo praedicanda,

Virgo potens,

Virgo clemens,

Virgo fidelis,

Speculum iustitiae,

Sedes sapientiae,

Causa nostrae laetitiae,

Vas spirituale,

Vas honorabile,

Vas insigne devotionis,

Rosa mystica,

Turris Davidica,

Turris eburnea,

Domus aurea,

Foederis arca,

Ianua caeli,

Stella matutina,

Salus infirmorum,

Refugium peccatorum,

Consolatrix afflictorum,

Auxilium Christianorum,

Regina Angelorum,

Regina Patriarcharum,

Regina Prophetarum,

Regina Apostolorum,

Regina Martyrum,

Regina Confessorum,

Regina Virginum,

Regina Sanctorum omnium,

Regina sine labe originali concepta,

Regina in caelum assumpta,

Regina Sanctissimi Rosarii,

Regina familiae,

Regina pacis,

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, parce nobis, Domine.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,  exaudi nobis, Domine.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,  miserere nobis.

V. Ora pro nobis, Sancta Dei Genetrix,

R. Ut digni efficiamur  promissionibus Christi.

Oremus. Concede nos famulos tuos, quaesumus, Domine Deus, perpetua mentis et corporis sanitate gaudere: et gloriosa beatae Mariae semper Virginis intercessione, a praesenti liberari tristitia, et aeterna perfrui laetitia. Per Christum Dominum nostrum. Amen.

Origem e benefícios do Rosário

O Rosário, meio fácil e seguro de salvação

“Ó Rosário bendito de Maria, doce cadeia que nos prende a Deus (…) Não te deixaremos nunca mais!” Esta exclamação do Papa João Paulo II constitui o fecho de ouro de uma esplendorosa cerimônia em homenagem ao santo Rosário, realizada pelos Arautos do Evangelho na Basílica de Nossa Senhora do Carmo, em São Paulo, no dia 15 de agosto último. O texto abaixo foi proclamado ao longo da cerimônia, entremeado por peças musicais executadas pelo Coro e Orquestra Internacional dos Arautos.

Por especial desígnio da infinita misericórdia de Deus, Maria Santíssima revelou ao grande São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Dominicanos, um meio fácil e seguro de salvação: o santo Rosário.

Sempre que os homens o utilizam, tudo floresce na Igreja, na terra passa a reinar a paz, as famílias vivem em concórdia e os corações são abrasados de amor a Deus e ao próximo.

Quando dele se esquecem, as desgraças se multiplicam, implanta-se a discórdia nos lares, o caos se estabelece no mundo…

A Ave-Maria, base do Novo Testamento

São Domingos viveu numa época de grandes tribulações para a Igreja. A terrível heresia dos albigenses se espalhara no sul da França e ameaçava toda a Europa. A profunda corrupção moral dela decorrente abalava os fundamentos da própria sociedade temporal.

Por meio de ardorosas pregações, durante anos tentou ele reconduzir ao seio da Igreja aqueles infelizes que se tinham desviado da verdade. Mas suas eloqüentes e inflamadas palavras não conseguiam penetrar aqueles corações empedernidos e entregues aos vícios.

O Santo intensificou suas orações… Aumentou suas penitências… Fundou um instituto religioso para acolher os convertidos… De pouco ou nada adiantaram seus esforços. As conversões eram poucas e de efêmera duração.

O que fazer?

Certo dia, decidido a arrancar de Deus graças superabundantes para mover à conversão aquelas almas, Frei Domingos entrou numa floresta perto de Toulouse e entregou-se à oração e à penitência, disposto a não sair dali sem obter do Céu uma resposta favorável.

Após três dias e três noites de incessantes súplicas, quando as forças físicas já quase o abandonavam, apareceu-lhe a Virgem Maria, dizendo com inefável suavidade:

— Meu querido Domingos, sabes de que meio se serviu a Santíssima Trindade para reformar o mundo?

— Senhora, sabeis melhor do que eu, porque, depois de vosso Filho Jesus Cristo, fostes Vós o principal instrumento de nossa salvação.

— Eu te digo, então, que o instrumento mais importante foi a Saudação Angélica, a Ave-Maria, que é o fundamento do Novo Testamento. E, portanto, se queres ganhar para Deus esses corações endurecidos, reza meu Rosário.

Raios e trovões para reforçar a pregação

Com novo ânimo, o zeloso Dominicano dirigiu-se imediatamente à Catedral de Toulouse, para fazer uma pregação. Mal ele transpôs a porta do templo, os sinos começaram a repicar, por obra dos anjos, para reunir os habitantes da cidade.

Assim que ele começou a falar, nuvens espessas cobriram o céu e desabou uma terrível tempestade, com raios e trovões, agravada por um apavorante tremor de terra.

O pavor dos assistentes aumentou quando uma imagem de Nossa Senhora, situada em local bem visível, levantou os braços três vezes para pedir a Deus vingança contra eles, se não se convertessem e pedissem a proteção de sua Santíssima Mãe.

O santo Pregador implorou a misericórdia de Deus, e a tempestade cessou, permitindo-lhe falar com toda calma sobre as maravilhas do Rosário.

Os habitantes de Toulouse arrependeram-se de seus pecados, abandonaram o erro, e começaram a rezar o Rosário. Em conseqüência, grande foi a mudança dos costumes nessa cidade.

A partir de então, São Domingos, em seus sermões, passou a pregar a devoção ao Rosário, convidando seus ouvintes a rezá-lo com fervor todos os dias. Assim, obteve que a misericórdia de Nossa Senhora envolvesse as almas e as transformasse profundamente.

Maria foi a verdadeira vencedora dos erros dos albigenses.

Um sermão escrito pela Santíssima Virgem

Relata o Beato Alano uma aparição de São Domingos, na qual este lhe narrou o seguinte episódio:

Rezando o Rosário, estava ele preparando-se para fazer na Catedral de Notre Dame de Paris um sermão sobre São João Evangelista. Apareceu-lhe então Nossa Senhora e lhe entregou um pergaminho, dizendo: “Domingos, por melhor que seja o sermão que decidiste pregar, trago aqui outro melhor”.

Muito contente, leu o pergaminho, agradeceu de todo coração a Maria e se dirigiu ao púlpito para começar a pregação. Diante dele estavam os professores e alunos da Universidade de Paris, além de grande número de pessoas de importância.

Sobre o Apóstolo São João, apenas afirmou o quanto este merecera ter sido escolhido para guardião da Rainha do Céu. Em seguida, acrescentou: “Senhores e mestres ilustres, estais acostumados a ouvir sermões elegantes e sábios, porém, eu não quero dirigir-vos as doutas palavras da sabedoria humana, mas mostrar-vos o Espírito de Deus e sua virtude”.

E então São Domingos passou a explicar a Ave-Maria, como lhe tinha ensinado Nossa Senhora, comovendo assim, profundamente, aquele auditório de homens cultos.

O Beato Alano de la Roche

As próprias graças e milagres concedidos por Deus através da recitação do Rosário encarregaram-se de propagá-lo por toda parte, tornando-se esta a devoção mais querida dos fiéis cristãos.

Enquanto ela foi praticada, a piedade florescia nas Ordens religiosas e no mundo católico.

Mas, cem anos depois de ter sido divulgada por São Domingos, já ela havia caído quase no esquecimento. Como conseqüência, multiplicaram-se os males sobre a Cristandade: a peste negra devastou a Europa, dizimando um terço da população, surgiram novas heresias, a Guerra dos Cem Anos espalhou desordens por toda parte, e o Grande Cisma do Ocidente dividiu a Igreja durante longo período.

Para atalhar o mal e, sobretudo, preparar a Igreja para enfrentar os embates futuros, suscitou Deus o Beato Alano de la Roche, da Ordem Dominicana, com a missão de restaurar o antigo fervor pelo Rosário.

Um dia em que ele celebrava Missa, em 1460, perguntou-lhe Nosso Senhor: “Por que me crucificas tu de novo? E me crucificas, não só por teus pecados, mas ainda porque sabes quanto é necessário pregar o Rosário e assim desviar muitas almas do pecado. Se não o fazes, és culpado dos pecados que elas cometem”.

A partir de então, o Beato Alano tornou-se um incansável divulgador desta devoção, e assim converteu grande número de almas.

Fator decisivo de grandes vitórias

Foi, sobretudo, nos momentos de grandes perigos e provações para a Igreja, que o Rosário teve um papel decisivo, propiciou a perseverança dos católicos na Fé e levantou uma barreira contra o mal.

Ao ver a Europa ameaçada pelos exércitos do império otomano, que avançavam por mar e por terra, devastando tudo e perseguindo os cristãos, o Papa São Pio V mandou rezar o Rosário em toda a Cristandade, implorando a proteção de Nossa Senhora. Ao mesmo tempo, com o auxílio da Espanha e de Veneza, reuniu uma esquadra no Mar Mediterrâneo para defender os países católicos.

A sete de outubro de 1571, a frota católica encontrou a poderosa esquadra otomana no golfo de Lepanto. E apesar da superioridade numérica do adversário, os cristãos saíram triunfantes, afastando definitivamente o risco de uma invasão.

Antes de travar-se o combate, todos os soldados e marinheiros católicos rezaram o Rosário com grande devoção. A vitória, que parecia quase impossível, deveu-se à proteção da Virgem Santíssima, a qual — segundo testemunho dado pelos próprios muçulmanos — apareceu durante a batalha, infundindo-lhes grande terror.

No século XVIII, para comemorar a vitória do Príncipe Eugênio de Saboya sobre o exército otomano, devida também à eficácia do Rosário, o Papa Clemente XI ordenou que a festa de Nossa Senhora do Rosário fosse celebrada universalmente.

São Luís Grignion de Montfort

A Igreja seria ainda sacudida por muitas tempestades.

Visando fortalecer seus filhos e prepará-los para suportar as grandes provações futuras, suscitou Deus uma alma de fogo com a missão de reacender a chama da devoção ao Rosário, o qual mais uma vez tinha caído no esquecimento.

São Luís Maria Grignion de Montfort, o grande doutor da devoção à Mãe de Deus, exerceu sua missão profética um século antes da Revolução Francesa. As regiões nas quais se deram ouvidos à sua pregação foram as que melhor resistiram aos erros de sua época e conservaram íntegra a Fé.

Fátima, 1917:
“Sou a Senhora do Rosário”

Já no século XX, quando a Primeira Guerra Mundial estava em seu auge, Nossa Senhora veio, Ela mesma, em pessoa, lembrar aos homens que a solução para seus males estava ao alcance das mãos, nas contas do Rosário: “Rezai o Terço todos os dias para alcançar a paz e o fim da guerra”, repetiu Ela maternalmente aos três pastorzinhos, em Fátima.

Na última aparição, em outubro de 1917, a Virgem Maria disse quem era: “Sou a Senhora do Rosário”. E para atestar a autenticidade das aparições e a importância do Rosário, operou um milagre de grandeza nunca vista, presenciado pela multidão de 70.000 pessoas que estavam no local: o sol girou no céu, ao meio-dia, parecendo precipitar-se sobre a terra, retomando depois sua posição habitual no firmamento.

Milagres dessa magnitude, só no Antigo Testamento encontramos. Mas nem assim o mundo deu ouvidos à Mãe de Deus. E nunca se abateram sobre a Terra tantas desgraças, nunca houve tantas guerras, nunca a desagregação moral chegou tão baixo.

Entretanto, o meio de obter a paz para o mundo, para as famílias, para os corações, continua ao alcance de nossas mãos, nas contas benditas do Rosário, que Maria Santíssima trazia suspenso de seu braço quando apareceu em Fátima.

Salvou-se porque levava o Terço à cintura

Não é possível expressar quanto a Santíssima Virgem estima o Rosário sobre todas as demais devoções, e como é generosa em recompensar os que trabalham para divulgá-lo.

Conta São Luís de Montfort o caso de Afonso IX, Rei de León, a quem Nossa Senhora protegeu particularmente, pelo simples fato de portar o Rosário à cintura.

Desejando que os seus súditos honrassem a Santíssima Virgem, e para animá-los com seu exemplo, ocorreu a esse monarca portar ostensivamente um grande Rosário, ainda que não o rezasse.

Isto bastou para incentivar os seus cortesãos a rezá-lo devotamente.

Algum tempo depois, o rei ficou às portas da morte, acometido por uma grave enfermidade. Foi então transportado em espírito ao tribunal de Deus, onde os demônios o acusaram de todos os seus crimes. E quando ia ser condenado às penas eternas, apresentou-se em sua defesa a Santíssima Virgem diante de Jesus.

Num prato da balança, foram colocados os pecados do Rei. No outro, a Virgem Maria colocou o grande Rosário que ele portara em honra d’Ela, juntamente com os Rosários que, devido ao seu exemplo, haviam rezado outras pessoas, e estes pesavam mais que todos os pecados por ele cometidos.

Depois, Maria Santíssima, olhando com misericórdia para o Rei, disse: “Consegui de meu Filho, como recompensa pelo pequeno serviço que Me fizeste, levando à cintura o Rosário, o prolongamento de tua vida por mais uns anos. Emprega-os bem, e faz penitência”.

Voltando a si, o rei exclamou: “Oh! Bendito Rosário da Santíssima Virgem, por ele é que fui livre da condenação eterna!” E, recuperando a saúde, passou a rezar o Rosário todos os dias até o fim da vida.

A palavra do Papa, porta-voz de Jesus

“O Rosário transporta-nos misticamente para junto de Maria (…) para que Ela nos eduque e nos plasme até que Cristo esteja formado em nós plenamente” — ensina o Papa João Paulo II. E acrescenta: “Nunca, como no Rosário, o caminho de Cristo e o de Maria aparecem unidos tão profundamente. Maria só vive em Cristo e em função de Cristo”.

Recordemos suas inspiradas palavras na Carta Apostólica “Rosarium Virginis Mariæ”:

“O Rosário acompanhou-me nos momentos de alegria e nas provações. A ele confiei tantas preocupações; nele encontrei sempre conforto. O Rosário é minha oração predileta. Oração maravilhosa!

“Ó Rosário bendito de Maria, doce cadeia que nos prende a Deus, vínculo de amor que nos une aos Anjos, torre de salvação contra os assaltos do inferno, porto seguro no naufrágio geral!

“Não te deixaremos nunca mais!

“Serás o nosso conforto na hora da agonia. Seja para ti o último ósculo da vida que se apaga. E a última palavra dos nossos lábios há de ser o vosso nome suave, ó Rainha do Rosário, ó nossa Mãe querida, ó Refúgio dos pecadores, ó soberana consoladora dos tristes. Sede bendita em toda parte, hoje e sempre, na terra e no Céu. Amém.”

Nunca deixe de rezá-lo!

Sim, acatando fielmente essa exortação do Papa, nunca deixe de rezar o Rosário, sob pretexto de ter muitas distrações involuntárias, falta de gosto em rezá-lo, muito cansaço, insuficiência de tempo, ou qualquer outro. Para rezar bem o Rosário, não é necessário sentir gosto, ter consolações, nem conseguir uma aplicação contínua da imaginação. Bastam a fé pura e a boa intenção.

E veja quantos benefícios nos proporciona a recitação do Rosário!

• Eleva-nos ao conhecimento perfeito de Jesus Cristo.

• Purifica nossas almas do pecado.

• Faz-nos vitoriosos contra todos os nossos inimigos.

• Torna-nos fácil a prática das virtudes.

• Abrasa-nos no amor de Jesus Cristo.

• Enriquece-nos de graças e méritos.

• Fornece-nos os meios de pagar todas as nossas dívidas com Deus e com os homens.

A tudo isso, acrescenta São Luís Maria Grignion de Montfort:

— “Ainda que te encontres à beira do abismo ou já com um pé no inferno, ainda que estejas endurecido e obstinado como um demônio, cedo ou tarde te converterás e salvarás, contanto que rezes devotamente todos os dias o santo Rosário, para conhecer a verdade e obter a contrição e o perdão de teus pecados”.

(Revista Arautos do Evangelho, n. 34, outubro de 2004)