Os Quarenta
Mártires do Brasil
Inácio de Azevedo, com a sua jovem falange, alimentava o ardente desejo de ver um Brasil florescente de virtudes. Entretanto, Deus o chamou, como se dissesse: “Inácio, não verás mais o Brasil. Vem a Mim!”
Pe. Santiago Ignacio Morazzani Arráiz, EP
Corria a segunda metade do século XVI. A imensa vastidão do Novo Mundo, com seus milhões de almas à espera da luz do Evangelho, desafiava a intrepidez dos missionários. E as ondas do Atlântico, ao acariciarem as praias e rochedos das duas nações ibéricas, pareciam chamar ao heroísmo os corações idealistas. As esquadras portuguesas, marcadas com a Cruz de Cristo, singravam continuamente o “Mar Oceano”, agora transformado em estrada de sol e de espuma. E os habitantes do Brasil viam, com freqüência, batinas e hábitos variegados desembarcando das naus que lançavam âncoras na Baía de Salvador, na Capitania de Pernambuco ou nas enseadas acolhedoras de São Vicente.
Porém, em breve, a dura realidade da nova evangelização apareceu em toda a sua crueza. A conversão dos indígenas estava longe de ser tarefa sossegada e não se vislumbravam esperanças de resultados duradouros para aquela geração de catecúmenos. O canibalismo, prática arraigada desde tempos imemoriais, resistia com feroz tenacidade às exortações dos pregadores e às ameaças dos governantes, inclusive entre os já batizados: tamoios, tapuias e tupinambás ainda se entre-devoravam em indescritíveis orgias, dignas do pior dos pesadelos. E o exemplo de vida dos colonizadores leigos, em meio àquele ambiente tropical e exuberante, com freqüência deixava a desejar… O desânimo começava a ganhar terreno nas almas dos missionários e os braços cansados muitas vezes lhes pendiam ao longo do corpo.
Era necessário o aparecimento de apóstolos da têmpera de um São Paulo! Homens incendiados pelas chamas do Espírito Santo, que não recuassem diante das maiores decepções ou derrotas. Trabalhadores e organizadores incansáveis, cientes da grandeza do plano providencial que realizavam, mas dispostos a entregar a tocha do fogo sagrado para as seguintes gerações, fechando os olhos para a vida sem verem realizados os seus desígnios mais santos.
Pois bem, esses varões realmente apareceram, e a eles o Brasil votará sempre uma gratidão enternecida, pela titânica empresa que assumiram sem hesitações, com o sacrifício integral de suas existências. Faziam eles parte de uma instituição recém-fundada por um homem verdadeiramente inspirado: a Companhia de Jesus. E os nomes de Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, entre outros, permanecerão para sempre no firmamento da História como os grandes impulsionadores e benfeitores da Terra de Santa Cruz.
Onda de conversões
Agitada e dilacerada pelas guerras de Religião, a Europa via as falanges de Inácio de Loyola multiplicarem-se rapidamente, de modo quase miraculoso. A passagem desses austeros pregadores desencadeava verdadeiras ondas de conversão e de reforma de vida, em ambientes muitas vezes dominados pela euforia renascentista da idolatria do prazer. As multidões se apinhavam nas igrejas e, à palavra dos discípulos do convertido de Manresa, as lágrimas escorriam pelas faces, as mãos golpeavam o peito e os bons propósitos floresciam com abundância. Em casos não raros, o colorido traje de corte quinhentista era definitivamente abandonado em prol da batina preta do noviço jesuíta. Assim, em 1547, um português de nobre linhagem, tocado a fundo pela pregação do padre Francisco Estrada, decidiu abandonar a vida mundana e ingressar nas fileiras da Companhia. Chamava-se Inácio de Azevedo.
Um sacerdote jesuíta
Nascido em 1526, a pouca distância do Porto, era ele filho de Dom Manuel de Azevedo e Dona Francisca de Abreu. Pouco conhecemos da sua infância, mas sabe-se que na mocidade serviu como pajem na corte do Rei Dom João III. A sua mudança de vida foi súbita e surpreendente: aconselhado por um amigo, assistiu às preleções do famoso jesuíta espanhol padre Francisco Estrada, em passagem pelo Porto, e imediatamente o desejo de tornar-se religioso aflorou em sua alma como decisão irrevogável. Apenas hesitou um tanto sobre a escolha, sentindo-se inicialmente levado a integrar a Ordem dos Dominicanos, “pela devoção que eles tinham a Nossa Senhora” 1, mas, após uma conversa com o padre Estrada, o jovem fidalgo não teve mais dúvidas: seria filho de Santo Inácio.
Em 1548, vemo-lo dedicando-se aos estudos na casa jesuíta de Coimbra, onde se destacava pela austeridade das penitências diárias e pelo empenho em exercer as funções mais humilhantes. Não era tido como pregador eloqüente, nem brilhava pelos dotes da oratória, mas mostrava-se incomparável na arte da conversa, a qual seria sempre “a sua grande arma”.2
Recebeu as sagradas Ordens em Braga, no ano de 1553, e assumiu o reitorado do novo colégio de Santo Antão de Lisboa, um dos primeiros estabelecimentos de ensino da Companhia, obra do famoso padre Jerônimo Nadal. Em seu novo ofício, demonstrou dedicação sem limites, encontrando ainda tempo para visitar os presos, leprosos e enfermos da cidade. Poucos anos depois, teve de exercer as funções de vice-provincial da Companhia em Portugal, fazendo-se conhecer pela sua caridade heróica junto às vítimas da terrível peste que assolara algumas cidades do reino e adquiriu então grande fama de apóstolo, médico e consolador junto à população necessitada.
Sua fidelidade ao Fundador refletia-se nas muitas cartas que escreveu. Nelas pedia insistentemente ao Geral que enviasse a Portugal um Visitador “segundo o padre Inácio” 3, para que tudo ficasse inteiramente de seu agrado. Em 1559, ao ser nomeado reitor do novo colégio jesuíta de Braga, a sua primeira preocupação foi preparar a dependência mais digna da casa para servir de capela do Santíssimo Sacramento, enquanto ele se hospedava em local incômodo e frio. Oito anos depois, em Coimbra, o padre Azevedo realizou afinal a profissão solene, nas mãos do Provincial Diogo Mirão.
Brasil: o grande sonho
Em meio à incessante ação apostólica, inúmeras vezes pediu ele ao Geral a graça de ser enviado às terras mais longínquas, onde a presença dos filhos de Inácio de Loyola se fazia mais necessária. O Brasil exercia sobre ele um misterioso atrativo, e o terceiro Geral da Companhia, Francisco de Borja, compreendeu o apelo à missão que fazia vibrar o coração desse seu súdito, a ponto de mencionar afetuosamente “o seu Brasil” 4 nas cartas dirigidas ao jesuíta lusitano. Em fevereiro de 1567, Inácio de Azevedo era nomeado Visitador da Terra de Santa Cruz. Assim, na armada que partia em maio do mesmo ano, viajou, radiante de júbilo, um novo missionário da Companhia.
Durante dois anos o Visitador palmilhou as vastidões do Brasil. Percorrendo todas as casas da Companhia, introduziu costumes, reavivou esperanças, ouviu queixas e sugestões, incentivou e organizou os estudos e ditou sábias regras para a perseverança daqueles que se embrenhavam pela floresta. José de Anchieta mencionou em suas cartas os enormes benefícios da visita de Azevedo 5 e, quando chegou a hora do retorno, tendo percorrido duas vezes o litoral brasileiro, todos os habitantes de Salvador compareceram à praia, “cheios de saudade e esperanças”6, celebrando-o como verdadeiro pai e suplicando-lhe insistentemente que não tardasse em regressar. Ele prometeu tudo quanto lhe pediam e rumou para Portugal, firmemente decidido a voltar ao “seu Brasil”.
A partida e a viagem
Apesar de seu empenho em retornar, ainda decorreram dois anos antes do novo embarque. Desta vez, ele preparava uma verdadeira renovação espiritual e material da colônia. Insistindo sobre a necessidade de vocações especificamente destinadas à evangelização do Brasil, afirmava não ser preciso recrutar noviços de grande cultura, mas apenas aqueles que dessem garantias de perseverança e se esforçassem em aprender as línguas indígenas. “Com latim, tupi e virtude” 7 estariam aptos para a grande missão.
Francisco de Borja apoiou integralmente a iniciativa de Inácio e autorizou-o a recrutar voluntários em todas as casas da Companhia. O Papa São Pio V recebeu o jesuíta em audiência e concedeu-lhe substanciosos privilégios para a sua viagem, além da indulgência plenária para todos os que o acompanhassem. À passagem de Inácio se multiplicavam os candidatos a participar da epopéia, de tal modo que, às vésperas da partida, setenta valorosos jovens se reuniam sob a direção do missionário, agora nomeado Provincial do Brasil. Além de dois sacerdotes, quase todos eram irmãos ou noviços da Companhia, sendo alguns deles artesãos de diversos ofícios, como alfaiates, sapateiros, tecelões, carpinteiros, lavradores e um pastor que embarcaria com suas ovelhas.
Por fim, no dia 5 de junho de 1570, a armada de Dom Luís de Vasconcelos, novo Governador do Brasil, levantou âncora na foz do Tejo, levando o esquadrão de voluntários. O padre Inácio, com trinta e nove companheiros, viajava a bordo da nau mercante São Tiago.
Em poucos dias, aquela embarcação tornou-se cenário digno do melhor retiro inaciano. Os irmãos e noviços reuniam-se em torno do padre Inácio e passavam os dias em orações, conversas edificantes e leituras em conjunto, acompanhadas às vezes pelos belos acordes da polifonia sacra. Os próprios marinheiros, cujos costumes e linguagem não eram sempre dos mais recomendáveis, foram influenciados pelo ambiente geral e participavam alegremente de longos entretenimentos sobre as verdades da Fé. E o exame de consciência, ao pôr-do-sol, encerrava-se com o canto da Salve Rainha.
Poucos dias foram suficientes para aportar na Ilha da Madeira. Mas Dom Luís de Vasconcelos não parecia ter muita pressa em chegar ao Brasil e decidiu permanecer ali por várias semanas, motivando a impaciência do capitão da São Tiago, o qual pediu licença para navegar a sós até as Canárias. O padre Azevedo era contrário a tal temeridade e recordou aos seus súditos a possibilidade de serem atacados pelos corsários em alto-mar, deixando-lhes liberdade de escolher entre continuar na São Tiago ou aguardar junto à armada.
Um ímpeto de entusiasmo lhe respondeu: não queriam abandoná-lo! E a nau partiu sozinha, levando o seu pequeno exército de candidatos ao martírio e arribando felizmente ao pequeno porto de Terça-Corte, nas Canárias, onde foram carinhosamente recebidos e permaneceram por cinco dias, esperando bons ventos para acolher-se à cidade de Las Palmas. Tudo indicava que o padre Inácio recebera ali claros sinais do Céu sobre a sorte que os esperava, pois, a partir de então, suas palavras de encorajamento sempre versavam sobre a beleza do martírio e o serviço prestado a Deus por aqueles que entregam as suas vidas pela Fé Católica.
Entrementes, Dom Luís de Vasconcelos, ainda na Madeira, mandava as suas naus saírem precipitadamente da barra para perseguir alguns navios que despontavam ao largo. Tratava-se de Jacques Sória — corsário francês a serviço da rainha da Navarra, Joana d’Albret, e famoso por seu fanatismo anticatólico e sanguinário — que partira de La Rochelle, à caça dos jesuítas. Porém, o pirata não ousou enfrentar a esquadra portuguesa e retomou o alto-mar, aproximando-se de Las Palmas, exatamente quando os peregrinos, após deixarem Terça-Corte, avistavam o porto desejado. Foi nesse momento que o vigia da São Tiago deu o alarme: “Naus à vista!”.
O martírio
Tudo aconteceu rapidamente: enquanto os inimigos cercavam a sua presa, procurando a abordagem, os filhos de Santo Inácio reuniram-se junto ao mastro central da São Tiago, em torno do seu superior, o qual mantinha erguida uma imagem de Nossa Senhora, cópia fiel da famosa Salus Populi Romani que se venera na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Entoaram então a ladainha lauretana e ofereceram a Deus suas vidas em alta voz. O padre Azevedo designou um grupo para proclamar a Fé Católica durante a luta e socorrer os combatentes feridos, enquanto os outros permaneceriam rezando sem cessar. Ele próprio manteve-se até o fim ao pé do grande mastro, exposto ao furor da peleja. Teve início então um breve duelo de artilharia, cujo resultado era fácil de prever, dada a enorme desigualdade de forças.
O irmão Bento de Castro dirigia a oração dos noviços, mas, em certo momento, abraçou-os a todos, correu à proa onde fervia a batalha e, empunhando o crucifixo, permaneceu de pé na amurada, proclamando aos brados a sua Fé, até cair nas ondas atravessado de punhaladas. Foi o primeiro mártir.
Por fim, as embarcações do francês, apertando o cerco, despejaram a multidão dos atacantes no tombadilho da nau. As injúrias dos calvinistas contra os “papistas” eram dominadas pela voz de Inácio de Azevedo, o qual, com a imagem de Maria erguida junto ao peito, exortava os católicos a morrerem pela sua Fé e lembrava ao inimigo o risco da perdição eterna. A pequena tripulação já não conseguia conter a avalanche dos corsários, e um destes, aproximando-se afinal do padre Inácio, desferiu-lhe tremenda espadagada no crânio, mas o mártir, sem recuar um passo e recebendo novas estocadas, proclamou ao cair: “Todos me sejam testemunhas de que morro pela Fé Católica e pela Santa Igreja Romana!”.8
O padre Francisco Álvares ministrou-lhe a última absolvição e então os irmãos e noviços acorreram, debruçando-se sobre o pai querido e abraçando-o entre lágrimas, enquanto ele os animava: “Filhos, não temais! Eu vou adiante, aparelhar-vos as moradas”.9
O capitão da São Tiago caiu varado de cutiladas e assim os piratas dominaram inteiramente o tombadilho, atirando-se ferozmente contra os religiosos e fazendo entre eles horrível chacina. O irmão Manuel Álvares, que em Portugal recebera a revelação do seu próprio martírio, permaneceu rufando um tambor em meio ao combate e bradando aos inimigos tudo quanto pensava sobre a sua impiedade. Teve seus membros quebrados às coronhadas, sem soltar um gemido. O corpo do padre Azevedo, com os braços em cruz, também foi repousar no mar, sob o olhar dos seus súditos. E o noviço Francisco de Magalhães, de vinte anos, ostentava na face, com ufania, o sangue do seu santo superior, a quem abraçara enternecido. O irmão Aleixo Delgado, pequeno e franzino, teve a sua cabeça apertada com tanta força, que o sangue lhe jorrava abundante pelo nariz enquanto dava grandes risadas, feliz por receber os primeiros golpes que o levariam ao martírio.
Jacques Sória ordenou peremptoriamente que todos os jesuítas deveriam ser mortos, com exceção do cozinheiro, João Sanches, o qual seria reservado para prestar seus serviços como escravo. E assim foi consumada aquela jornada: atravessados por punhais ou talhados por espadas, os últimos filhos de Santo Inácio foram arremessados ao oceano sem piedade. O sobrinho do capitão, apelidado de “São Joaninho”, tinha recebido do padre Azevedo a promessa de ser admitido na Companhia antes de aportar no Brasil. Ofereceu-se então para morrer em lugar do cozinheiro e completou assim o número de quarenta. Por longo tempo se ouviram as preces dos mártires sobre as águas tranqüilas, enquanto os discretos esplendores do entardecer iluminavam o corpo do padre Inácio, ainda flutuando com os braços em cruz junto ao sagrado quadro de Nossa Senhora. E na longínqua Espanha, a grande Santa Teresa de Ávila recebia naquele momento a visão de tudo quanto acontecera na nau São Tiago e do triunfo daqueles gloriosos mártires.10
A doação total
Misteriosos são os desígnios de Deus em relação às almas. Quantos, ao longo da História da Igreja, sentiram-se chamados pela Divina Providência a determinadas missões e, depois de se devotarem a elas com todo empenho, morreram sem verem cumpridos os seus nobres anseios! Entretanto, enganar-se-ia quem concluísse haver nesses casos um equívoco da parte daqueles que apenas obtiveram como fruto aparente, a decepção e o fracasso. Quando Deus acende algum desejo no coração de um apóstolo, mais do que a realização da obra iniciada, deseja Ele a oferenda generosa de uma alma que decidiu entregar-se sem laivos de egoísmo ou auto-realização. Em uma palavra, Ele não quer tanto aquilo, mas aquele.
Inácio de Azevedo, com a sua jovem falange, alimentava ardentemente o desejo de ver um Brasil florescente de virtudes, cuja nova civilização fosse toda alicerçada na Fé Católica. Entretanto, em meio àquela navegação rumo à realização do seu ideal, Deus o chamou, como se lhe dissesse: “Inácio, não verás mais o Brasil. Vem a Mim!” E ele soube responder ao convite com inteira paz de alma. De Inácio, Deus queria, sobretudo, o próprio Inácio, mais do que o Brasil.
Mártires brasileiros
E quem sabe se, para a grandeza deste País, Deus queria daqueles quarenta heróis a conquista misteriosa e sobrenatural de grandes glórias num porvir que eles nem sequer suspeitavam? Ao contemplar as praias do nosso litoral, onde as ondas afáveis e graciosas parecem oscular a areia e retirar-se com saudades, somos levados a pensar naquele esquadrão de jovens mártires. E, cheios de emoção, ao lembrar que essa espuma luminosa vem irrigada por sangue tão fecundo, gota d’água no cálice do Preciosíssimo Sangue do Redentor, cantamos com a sagrada Liturgia: “Alegram-se nos Céus as almas dos Santos que seguiram os passos de Cristo e que, por seu amor, derramaram o seu sangue. Com Ele exultam eternamente!” ²
1 M. Gonçalves da Costa, Inácio de Azevedo, o homem e sua época, Livraria Cruz, Braga, 1957, p. 42.
2 Idem, p. 57.
3 Idem, p. 117.
4 Idem, p. 227.
5 Cf. Cartas do Padre José de Anchieta in Cartas Jesuíticas, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1933, p. 257.
6 M. Gonçalves da Costa, Inácio de Azevedo, o homem e sua época, Livraria Cruz, Braga, 1957, p. 278.
7 Idem, p. 290.
8 Idem, p. 415.
9 Idem, p. 416.
10 Cf. Rocha Pita, História da América Latina Portuguesa, Itatiaia, Belo Horizonte, 1976, p. 90.
Salve Maria !
Simplesmente maravilhoso ! Que este fervor na fé possa ser exemplo e inspiração para todos nós.