nov 132012
 

O Papa Bento XVI publicou na manhã do último sábado, 10, um “motu proprio” no qual institui a Pontifícia Academia de Latinidade, indicando o professor Ivano Dionigi, como seu Presidente e o padre salesiano Roberto Spataro como Secretário. O pontífice afirmou que em nossos dias existe uma “generalizada depreciação” dos estudos humanísticos, com o “risco concreto” de que o conhecimento do latim seja cada vez mais superficial. Segundo ele, este fenômeno pode ser constatado no âmbito dos estudos filosóficos e teológicos dos seminaristas de hoje. É oportuno adotar métodos adequados às novas condições e promover uma rede de relações entre instituições acadêmicas e estudiosos, com o objetivo de valorizar o rico patrimônio da civilização latina, declara o Santo Padre no documento. Ivano Dionigi Um dos objetivos da nova Academia será o de “favorecer o conhecimento e o estudo da língua e da literatura latina, seja clássica como patrística, medieval e humanística, especialmente nas Instituições de formação católicas que formam seminaristas e sacerdotes; e promover o uso do latim em diversos âmbitos, seja como língua escrita, como falada”. “Este organismo deverá realizar publicações, encontros, congressos de estudo e representações artísticas; criar e manter cursos, seminários e iniciativas de formação; educar as jovens gerações ao conhecimento do latim; organizar atividades esportivas, mostras e concursos; e enfim, desenvolver atividades e iniciativas necessárias à obtenção dos fins institucionais”, conclui o Papa. (EPC) Com informações da Rádio Vaticana.

 

maio 262012
 

14_02_Coccopalmerio (1)Na Grande São Paulo, havia até o último dia 24 de maio, três basílicas menores. A Basílica de Nossa Senhora da Penha, a Basílica Nossa Senhora do Carmo e a Basílica Nossa Senhora da Assunção, mas conhecida como o Mosteiro de São Bento. No entanto, o Santo Padre Bento XVI, através de um breve elevou a Igreja Nossa Senhora do Rosário, localizada no município de Caieiras, na agradável região da Serra da Cantareira, à condição de Basílica.

O termo Basílica provém do grego e significa originalmente “casa real”. Essa palavra designava um majestoso edifício público, que nas civilizações grega e romana se destinava comumente à sede de um tribunal de justiça. A palavra Basílica começou a fazer parte do vocabulário católico quando várias dessas construções se converteram em templos cristãos.

15_Arautos_Vida_cotidiana_15_Igreja_VT2_0152Existem dois tipos de basílicas: as maiores e as menores. As maiores são poucas, particularmente as quatro basílicas papais romanas (São João de Latrão, São Pedro, Santa Maria Maggiore e São Paulo Extramuros), ainda que também sejam consideradas basílicas papais as de São Lorenço Extramuros e a Igreja de São Francisco, em Assis, pois tem altar Papal e trono. Outra interessante característica das basílicas maiores é que seu altar-mor é de uso exclusivo do Papa, podendo ser utilizado por outro celebrante somente com uma autorização própria. Além disso possui uma Porta Santa que, sendo transposta durante os anos jubilares, concede indulgências.

Formando uma “coroa” ao redor das Basílicas Maiores se encontram as Basílicas Menores, mais de 1.500 em todo o orbe. Para que um templo possa alcançar o título de basílica, o que ocorre por meio de um Breve Apostólico, devem-se cumprir três requisitos:

1º Ser um templo de régio esplendor, com arquitetura destacada;

2º o templo deve ser foco espiritual de uma comunidade que é santuário para a multidão de devotos que acodem a ele;

3º abaixo de suas abóbadas deve existir um tesouro espiritual e sagrado, dando culto ininterrupto ao Senhor, à Virgem Maria e ao Santo venerado nele.

15_Arautos_Vida_cotidiana_15_IMG_6137A Basílica Nossa Senhora do Rosário está localizada no território da Diocese de Bragança Paulista e pertence ao conjunto de edifícios no qual se encontram o Seminário da Sociedade Clerical Virgo Flos Carmeli e a Casa de Formação dos Arautos do Evangelho.

Na Basílica Nossa Senhora do Rosário há adoração Perpétua ao Santíssimo Sacramento e aos domingos, o cântico do Ofício Divino às 9:00hs. As missas dominicais são às 11:00hs e às 17:00hs.

Fonte: Gaudium Press (com adaptações)

jun 282011
 

A origem da devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Marcos Eduardo Melo dos Santos

A base escriturística desta devoção remonta àquele trecho do Evangelho de  João (13,23) o qual narra o reclinar-se do discípulo amado ao peito de Jesus. Há inúmeras referências na época dos Padres da Igreja e na Idade Média. No entanto, quem hoje vê o nome do Sagrado Coração honrar a divisa de diversas ordens religiosas, paróquias, instituições de ensino e de assistência social, não pode imaginar com facilidade os dramas e dificuldades no surgimento desta devoção[1].

Após uma fase de eclipse, esta devoção ganhou novo impulso após as visões de Santa Margarida Maria Alacoque (1647–1690), difundidas por seu confessor São Claude de la Colombière (1673-1675)[2].

Após 150 anos de enormes dificuldades impostas especialmente pelos jansenistas e o terror da Revolução Francesa, em 1856, Pio IX instituiu a festa litúrgica do Sagrado Coração de Jesus, propondo, segundo a recomendação dos santos, a consagração do mundo ao Coração de Jesus.

Duzentos anos após Santa Margarida pedir ao Rei Luís XIV a consagração da França, o presidente do Equador, Gabriel Garcia Moreno, consagrou seu país em 1873, ao Coração de Jesus.

Cor Iesu

Cor Iesu

Diversos Papas incentivarem esta devoção através de encíclicas[3]. Atualmente a festa do Sagrado Coração é celebrada 19 dias após a solenidade de Pentecostes.

A devoção ao sagrado Coração de Jesus se difundiu em tocantes formas de piedade popular. Em 1872, Pio IX concedeu indulgências especiais aos que portassem o escapulário com a imagem do Sagrado Coração.

Semelhantes ao escapulário, havia também os chamados “detentes” com a imagem do Coração de Jesus. Os católicos que os portavam asseguram serem protegidos durante as perseguições religiosas ou conflitos armados, como os Chouans na França, os Cristeros no México e os combatentes das grandes guerras mundiais.

A variante talvez mais tocante da piedade ao Coração de Jesus esta na união com a devoção ao Imaculado Coração de Maria segundo a recomendação de vários santos como, São João Eudes, Santa Margarida Maria Alacoque, São Luís Grignion de Montfort, Santa Catarina Labouré e São Maximiliano Kolbe.

A devoção aos Corações de Jesus e Maria é difundida nos ritos católicos e orientais, e inclusive entre anglicanos e luteranos, crescendo nas últimas décadas com a difusão da Medalha Milagrosa, e, sobretudo, após a Mensagem de Fátima.

Ladainha do Sagrado Coração de Jesus em português e latim

A fim de que o leitor cresça mais e mais nesta devoção e aporfunde-se no conhecimento da língua latina oferecemos a ladainha do Sagrado Coração de Jesus em português e latim.

Em Português Latine
Senhor, tende piedade de nós. Kyrie, eléison.
Jesus Cristo, tende piedade de nós. Christe, eléison.
R/.Senhor, tende piedade de nós. R/. Kyrie, eléison.
Jesus Cristo, ouvi-nos. Christe, audi nos.
R/.Jesus Cristo, atendei-nos. R/. Christe, exáudi nos.
Deus, Pai dos Céus, tende piedade de nós. Páter de cælis, Deus, miserére nobis.
Deus Filho, Redentor do mundo, (a cada invocação responde-se “tende piedade de nós”) Fili, Redémptor mundi, Deus,
Deus Espírito Santo, Spíritus Sancte, Deus,
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, Sancta Trínitas, unus Deus,
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, Cor Jesu, Fílii Patris ætérni,
Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, Cor Jesu, in sinu Vírginis Matris a Spíritu Sancto formátum,
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus, Cor Jesu, Verbo Dei substantiáliter unítum,
Coração de Jesus, de majestade infinita, Cor Jesu, majestátis infinítæ,
Coração de Jesus, templo santo de Deus, Cor Jesu, templum Dei sanctum,
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo, Cor Jesu, tabernáculum Altíssimi,
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do Céu, Cor Jesu, domus Dei et porta cæli,
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, Cor Jesu, fornax ardens caritátis,
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e de amor, Cor Jesu, justítiæ et amóris receptáculum,
Coração de Jesus, cheio de bondade e de amor, Cor Jesu, bonitáte et amóre plenum,
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes, Cor Jesu, virtútum ómnium abyssus,
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, Cor Jesu, omni laude digníssimum,
Coração de Jesus, Rei e centro de todos os corações, Cor Jesu, rex et centrum ómnium córdium,
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, Cor Jesu, in quo sunt omnes thesáuri sapiéntiæ et sciéntiæ,
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade, Cor Jesu, in quo hábitat omnis plenitúdo divinitátis,
Coração de Jesus, no qual o Pai põe as suas complacências, Cor Jesu, in quo Pater sibi bene complácuit,
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos, Cor Jesu, de cujus plenitúdine omnes nos accépimus,
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas, Cor Jesu, desidérium cóllium æternórum,
Coração de Jesus, paciente e misericordioso, Cor Jesu, pátiens et multæ misericórdiæ,
Coração de Jesus, rico para todos os que Vos invocam, Cor Jesu, dives in omnes qui ínvocant te,
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, Cor Jesu, fons vitæ et sanctitátis,
Coração de Jesus, propiciação pelos nossos pecados, Cor Jesu, propitiátio pro peccátis nostris,
Coração de Jesus, saturado de opróbrios, Cor Jesu, saturátum oppróbriis,
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes, Cor Jesu, attrítum propter scélera nostra,
Coração de Jesus, feito obediente até a morte, Cor Jesu, usque ad mortem obédiens factum,
Coração de Jesus, atravessado pela lança, Cor Jesu, láncea perforátum,
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação, Cor Jesu, fons totíus consolatiónis,
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, Cor Jesu, vita et resurréctio nostra,
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, Cor Jesu, pax et reconciliátio nostra,
Coração de Jesus, vítima dos pecadores, Cor Jesu, víctima peccatórum,
Coração de Jesus, salvação dos que esperam em Vós, Cor Jesu, salus in te sperántium,
Coração de Jesus, esperança dos que expiram em Vós, Cor Jesu, spes in te moriéntium,
Coração de Jesus, delícia de todos os santos, Cor Jesu, delíciæ sanctórum ómnium,
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, V/. Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi,
R/. perdoai-nos, Senhor. R/. Parce nobis Dómine.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, V/. Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi,
R/. atendei-nos, Senhor. R/. Exáudi nos Dómine.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, V/. Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi,
R/. tende piedade de nós. R/. Miserére nobis.
V/. Jesus, manso e humilde de Coração, V/. Jesu, mitis et húmilis Corde,
R/. Fazei nosso coração semelhante ao vosso. R/. Fac cor nostrum secúndum Cor tuum.
Oremos. Deus onipotente e eterno, olhai para o Coração de vosso Filho diletíssimo e para os louvores e as satisfações que Ele, em nome dos pecadores, Vos tributa; e aos que imploram a vossa misericórdia concedei benigno o perdão, em nome do vosso mesmo Filho Jesus Cristo, que convosco vive e reina por todos os séculos dos séculos. Amém. Orémus. Omnípotens sempitérne Deus, réspice in Cor dilectíssimi Fílii tui, et in laudes et satisfactiónes, quas in nómine peccatórum tibi persólvit, iísque misericórdiam tuam peténtibus tu véniam concéde placátus, in nómine ejúsdem Fílii tui Jesu Christi, qui tecum vivit et regnat in saécula sæculórum. Amen.

[1] GIGON, Paul. Notre-Dame du Sacré-Coeur. Toulon : Missionaire du Sacré-Coeur, 1957. p. 295.

[2] ABRANCHES, Joaquim. O amor do Coração de Crito. Braga: Editorial A. O. 1990. p. 119.

[3] Leão XIII na Annum Sacrum (1899) com a Oração para consagração ao Sagrado Coração; São Pio X; Pio XI na Miserentissimus Redemptor (1928); Pio XII na Haurietis aquas (1956);  João Paulo II na Redemptor Hominis (1979) e Bento XVI em carta ao Pe. Kolvenbach Geral da Comapanhia de Jesus.