nov 132012
 

O Papa Bento XVI publicou na manhã do último sábado, 10, um “motu proprio” no qual institui a Pontifícia Academia de Latinidade, indicando o professor Ivano Dionigi, como seu Presidente e o padre salesiano Roberto Spataro como Secretário. O pontífice afirmou que em nossos dias existe uma “generalizada depreciação” dos estudos humanísticos, com o “risco concreto” de que o conhecimento do latim seja cada vez mais superficial. Segundo ele, este fenômeno pode ser constatado no âmbito dos estudos filosóficos e teológicos dos seminaristas de hoje. É oportuno adotar métodos adequados às novas condições e promover uma rede de relações entre instituições acadêmicas e estudiosos, com o objetivo de valorizar o rico patrimônio da civilização latina, declara o Santo Padre no documento. Ivano Dionigi Um dos objetivos da nova Academia será o de “favorecer o conhecimento e o estudo da língua e da literatura latina, seja clássica como patrística, medieval e humanística, especialmente nas Instituições de formação católicas que formam seminaristas e sacerdotes; e promover o uso do latim em diversos âmbitos, seja como língua escrita, como falada”. “Este organismo deverá realizar publicações, encontros, congressos de estudo e representações artísticas; criar e manter cursos, seminários e iniciativas de formação; educar as jovens gerações ao conhecimento do latim; organizar atividades esportivas, mostras e concursos; e enfim, desenvolver atividades e iniciativas necessárias à obtenção dos fins institucionais”, conclui o Papa. (EPC) Com informações da Rádio Vaticana.

 

nov 042012
 

Epistola de modo studendi

Quia quaesisti a me, in christo mihi carissime Ioannes, qualiter te studere oporteat in thesauro scientiae acquirendo, tale a me tibi traditur consilium: ut per rivulos, non statim in mare, eligas introire, quia per faciliora ad difficiliora oportet devenire.
Haec est ergo monitio mea et instructio tua. Tardiloquum te esse iubeo et tarde ad locutorium accedentem; conscientiae puritatem amplectere.
Orationi vacare non desinas; cellam frequenter diligas si vis in cellam vinariam introduci.
Omnibus te amabilem exhibe; nihil quaere penitus de factis aliorum; nemini te multum familiarem ostendas, quia nimia familiaritas parit contemptum et subtractionis a studio materiam subministrat; de verbis et factis saecularium nullatenus te intromittas; discursus super omnia fugias; sanctorum et bonorum imitari vestigia non omittas; non respicias a quo audias, sed quidquid boni dicatur, memoriae recommenda; ea quae legis et audis, fac ut intelligas; de dubiis te certifica; et quidquid poteris in armariolo mentis reponere satage, sicut cupiens vas implere; altiora te ne quaesieris.
Illa sequens vestigia, frondes et fructus in vinea domini Sabaoth utiles, quandiu vitam habueris, proferes et produces. Haec si sectatus fueris, ad id attingere poteris, quod affectas.
(S. Thomae Aquinatis Opera Omnia. Cord. Roberto BUSA. t. 6. Torino: Aloisianum: 1980. p.580).

Carta sobre o modo de estudar

São Tomás de Aquino

São Tomás de Aquino, Catedral de Notre Dame de Paris, França

O que me pedistes, João caríssimo em Cristo, de te demonstrar o modo de adquirir o tesouro da ciência, tal como a mim, te dou um conselho: não logo pelo mar escolhas entrar, mas inicia-te pelos rios, porque, pelas coisas mais fáceis se chega a conhecer as mais difíceis.
Esta é minha advertência e a tua instrução. Te recomendo ser tardo no falar ou para achegar-se ao locutório; abraçai a pureza de consciência.
Não deixes as orações; frequenta muito o teu quarto para que adquiras o vinho do saber.
Para todos mostra-te amável; nada de desagradável desejes para teu próximo, não te mostres muito familiar a ninguém, porque demasiada intimidade gera rixas e subtração dos estudos. Das palavras e fatos mundanos não te intrometas, discursar sobre tudo, abstenha-te; não deixes de imitar os passos dos bons e dos santos; não prestes atenção em tudo que ouvirdes, mas do que foi dito de bom, guarda na memória. O que lerdes e ouvirdes procurai entender, do que é duvidosos certifica-te, e retenhas o que puderdes guardar na mente, assim enchereis o vaso, mas não desejais coisas mais altas que possais reter.
Seguindo estes passos, ramos e frutos na vinha do Senhor dareis, e a vida tereis, profícua e produtiva. Se isto seguirdes, podereis atingir o que desejais.

(Tradução : Marcos Eduardo Melo dos Santos)

set 152012
 

Detalhe da Igreja Nossa Senhora do Rosário, Seminário São Tomás de Aquino em São Paulo, Brasil

Quem disse que a música latina se restringe às preciosas relíquias do passado?
Falasar em música na língua latina não significa apenas relembrar saudoso as sóbrias e tocantes melodias do gregoriano.
Um arauto do Evangelho, que preferiu manter-se no anonimato, compôs um bela melodia polifônica para coro e e acompanhamento de orquestra de câmara tendo como letra aslguns versículos inspirados da bela poesia do rei profeta Davi (Cf. Sl 115,1.12-13).

Letra:

Non nobis, Domine, non nobis,
sed nomini tuo da gloriam
super misericordia tua et veritate tua.
Qui timent Dominum, speraverunt in Domino: adiutorium eorum et scutum eorum est.
Dominus memor fuit nostri et benedicet nobis.

A estreia da peça teve por ocasião 73º aniversário do Fundador dos Arautos, Mons. João Clá Dias, EP, e como cadre, a Basílica Nossa Senhora do Rosário, localizada em Caieiras, Grande São Paulo. Foi executada pelo Coro e Orquestra Internacional dos Arautos do Evangelho.
Para ouvir a melodia, acesse o link:
http://thabor.blog.arautos.org/non-nobis-domine/

set 122012
 

Bento XVI pretende aumentar conhecimento do latim na Igreja, na sociedade civil e na escola. Para isso, publicará em breve um documento que cria uma nova Pontifícia Academia Latinitatis.
A nova academia foi confirmada na carta em que o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho pra a Cultura, enviou recentemente a um sacerdote de Rimini comprometido com que as aulas de latim voltem às escolas secundárias italianas.
Segundo o Cardeal Ravasi, esta Academia é um desejo “do Santo Padre” e será promovida pelo dicastério vaticano que se ocupa da cultura. Formarão parte dela “eminentes estudiosos, com a finalidade de promover o uso e o conhecimento da língua latina, tanto no âmbito eclesiástico como escolar”.

set 082012
 

Alunos passaram por um rigoso teste do latim

Cresce a cada ano o número de universitários interessados em ampliar seu horizonte cultural, aprendendo alguma das chamadas “línguas mortas”, dada a sua importância no desenvolvimento da civilização ocidental. No mês de julho, 88 estudantes provenientes de 31 países participaram da quarta edição dos Cursos de Verão de Línguas Clássicas (latim, grego antigo e hebreu) organizados pela Universidade Santa Cruz, em Roma.
O método utilizado para esse aprendizado requer uma utilização vivaz da linguagem, de modo que, não só na sala de aulas, mas também nos intervalos e mesmo durante as refeições, os alunos são convidados a conversar no idioma que está sendo estudado de forma a ficarem totalmente imersos no seu espírito.
Nos cursos da Universidade Santa Cruz, nota-se uma grande variedade no nível de manejo dessas línguas. Ouvindo certos estudantes, por exemplo, tem-se a impressão de escutar um discurso de algum grande orador clássico; outros, ao contrário, falam com a dificuldade de quem está dando os primeiros passos.

(Revista Arautos do Evangelho. Aumenta o interesse em estudar línguas clássicas. Ano XI, nº 129, Setembro 2012. p. 43).

set 072012
 

Provérbios Latinos (Parte II, F-P)

Honos alit artes

Honos alit artes

23. Fama volat: A fama voa; a notícia se espalha rapidamente. (Virgílio, Eneida III, 121).
24. Felix culpa: Feliz culpa. Expressão de Santo Agostinho referindo-se ao pecado de Adão, que nos mereceu tão grande redentor.
25. Finis coronat opus: O fim coroa a obra. A obra está completa, de acordo com o seu planejamento.
26. Fugit irreparabile tempus: Foge o tempo irreparável. Virgílio lembra-nos que o tempo passa rapidamente e que não devemos desperdiçá-lo.
27. Hodie mihi, cras tibi: Hoje para mim, amanhã para ti. Usada nas inscrições tumulares e quando se deseja o mesmo mal a quem o causou.
28. Honos alit artes: A honra alimenta as artes. Máxima de Cícero que explica a necessidade de aplausos como incentivo aos artistas.
29. In dubio pro reo: Na dúvida, pelo réu. A incerteza sobre a prática de um delito ou sobre alguma circunstância relativa a ele deve favorecer o réu.
30. Inops, potentem dum vult imitare, perit: O pobre, quando quer imitar o poderoso, perece.
31. Libertas quae sera tamen: Liberdade ainda que tardia. Palavras de Virgílio, tomadas como lema pelos chefes da Inconfidência Mineira e que figuram na bandeira daquele Estado.
32. Medice, cura te ipsum: Médico, cura a ti próprio. Provérbio citado por Cristo e diz respeito àqueles que, esquecidos dos próprios defeitos, desejam corrigir os alheios.
33. Memento, homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris: Lembra-te, homem, que és pó e em pó te tornarás. Palavras pronunciadas pelo sacerdote enquanto impõe cinza na cabeça de cada fiel, na quarta-feira de cinzas.
34. Mens sana in corpore sano: Espírito sadio em corpo são. Frase de Juvenal, utilizada para demonstrar a necessidade de corpo sadio para serviços de ideais elevados.
35. Nascuntur poetae, fiunt oratores: Os poetas nascem, os oradores fazem-se.
36. Natura non facit saltus: A natureza não dá saltos. Leibniz quis com este aforismo mostrar que não existem gêneros ou espécies completamente isolados, mas são todos interligados.
37. Non nova, sed nove: Não coisas novas, mas (tratadas) de (modo) novo.
38. Non omne quod fulget aurum est: Nem tudo que brilha é ouro. Cuidado com as aparências.
39. Primum vivere, deinde philosophari: Primeiro viver, depois filosofar. Aplicado àqueles que, por especulações abstratas, deixam de conseguir o necessário para a subsistência.

Os 60 mais famosos ditados latinos (I)

Os 60 mais famosos ditados latinos (III)

set 022012
 

“Per ardua surgo” (Pela dificuldade, venço)Foto: Farol da Barra, Salvador, Brasil.

Algumas das capitais e unidades federativas do Brasil possuem lemas oficiais em língua latina enquanto outras em português ou línguas indígenas. Oferecemos aos leitores do Praecones Latine as cidades e as capitais brasileiras com os seus inspirativos lemas em latim e a sua respectiva tradução para o português. Os lemas são realmente belíssimos. Deguste-os!

Aracaju: “Pax et labor” (Paz e Trabalho).

Bahia: “Per ardua surgo” (Pela dificuldade, venço).

Brasília:Venturis ventis” (Aos ventos que hão de vir).

Fortaleza: “Fortitudine” (Com fortaleza).

João Pessoa:Intrepida ab Origine” (Intrépida desde a origem).

Minas Gerais:Libertas quæ sera tamen” (Liberdade ainda que tardia).

Piauí: “Impavidum Ferient Ruinae” (As dificuldades não me amedrontam).

Recife:Ut luceat omnibus” (Que a luz brilhe para todos).

Rio de Janeiro (Estado): “Recte rempvblicam gerere” (Gerir a Coisa Pública com Retidão).

Salvador: “Sic illa ad arcam reversa est” (Assim ela voltou à arca).

São Paulo (Capital): “Non dvcor dvco (Não sou conduzido, conduzo).

São Paulo (Estado): “Pro Brasilia fiant eximia” (Pelo Brasil, faça-se o melhor).

Teresina: “Omnia in Charitate” (Tudo pela caridade).

Vitória: “Victoria” (Vitória).

ago 142012
 

Continuamos nosso ensaio de História da Igreja escrita pelo Pe. José Glavan, EP.

Jesus perdoa a incredulidade de São Tomé e a negação de São Pedro, exemplos do perdão de Cristo

Jesus ressuscitado perdoa a incredulidade de São Tomé e a negação de São Pedro, exemplos do perdão de Cristo Redentor

Outra grande perturbação sacudiu a África cristã no incício do século IV. Sob a perseguição de Diocleciano (244-311) as comunidades africanas não foram as que deram maior exemplo de heroísmo. Ocorreu com freqüência que livros sagrados e vasos litúrgicos eram entregues aos pagãos, como estes o exigiam, sob ameaça de torturas ou morte. Tal gesto era considerado sinal da apostasia e negação da fé.

Passado o perigo, muitos oportunistas procuravam se eximir das culpas lançando sobre outros, a acusação de apóstatas e traidores. Deste modo formou-se um partido de radicais e violentos que se punham a condenar a atitude compassiva de muitos bispos. As pessoas mais visadas foram o primaz de Cartago Mensúrio e seu colega Segundo, bispo da Numídia, acusados de condescendência para com os apóstatas.

A Mensúrio, morto em 311, sucedeu seu íntimo colaborador, Ceciliano, logo acusado de cumplicidade com seu antecessor, atraindo assim o ódio do partido dos  rigoristas. 

Disso aproveitou-se um homem extremamente ambicioso, inteligente e hábil manipulador político, natural da Numídia, chamado Donato. De início manejava, por trás, os revoltosos até colocar-se, ele próprio, a frente do cisma.

Cisma sim porque até então era apenas uma ruptura com a autoridade e a disciplina da Igreja na África. Mas Donato tinha outras pretensões pois bem maiores eram suas ambições. Desejava ele constituir uma Igreja africana independente, tendo a ele, naturalmente, como fundador. Percebendo a vacuidade do cisma — que se alimentava  unicamente de calúnias e intrigas —  excogitou dar-lhe bases doutrinárias, e assim firmar definitivamente o seu partido.

Como o ponto de partida do cisma tinha sido intransigência para com os lapsi, Donato revolveu criar, a esse propósito, uma nova teologia, afirmando que a Igreja é constituída unicamente pelos justos, com a exclusão dos pecadores. Sustentava ainda que os pecadores, lapsi ou os traditores (traidores), deveriam ser submetidos a novo batismo. Pelo mesmo motivo, negavam a validade dos sacramentos ministrados por sacerdotes considerados pecadores. Negavam assim, frontalmente, todas as maravilhosas lições de misericórdia deixadas Nosso Senhor Jesus Cristo.

Agora não era mais simplesmente cisma, mas também heresia, pois à ruptura com a unidade disciplinar da Igreja somava-se a ruptura doutrinária. E assim, com este cisma-heresia, em plena ascensão, chegamos ao ano 313, em que Constantino promulga o Edito de Milão dando liberdade à Igreja.

Os hereges, astutamente, enviam petição à Constantinopla solicitando a intervenção do imperador. Cristão recentemente convertido, Constantino, não se sentindo em condições de dirimir questões doutrinárias, sem desconfiar o quanto exacerbaria os donatistas, toma a única medida sensata nesta matéria: entrega a questão nas mãos do papa Melcíades.

Reuniu-se então um concílio em Roma, em 2 de outubro de 313, ao qual tomaram parte também bispos africanos partidários de Donato. As razões apresentadas pelos hereges foram logo e facilmente desmontadas e, por unanimidade, Ceciliano foi confirmado em sua sede primacial. Um novo concílio foi reunido em Arles, no ano seguinte, e nele expressamente condenada a prática do “rebatismo”. Roma assim havia se pronunciado, mas os hereges não se submeteram. Donato e seus partidários continuaram a agitar a África cristã.

Mas a polêmica donatista não se encerra nesse episódio.

(Continua num próximo post)

ago 062012
 

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1. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos”.

“Maiorem hac dilectionem nemo habet, ut animam suam quis ponat pro amicis suis”

(Jo 15,13).  

 

 2. “Em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou”.

“In his omnibus supervincimus per eum, qui dilexit nos”.

(Rm 8,37)

 

 3. “O temor a Deus é o começo de seu amor, e a ele é preciso acrescentar um princípio de fé”.

“Timor Dei initium dilectionis eius; fides autem initium adhaesionis ei”.

(Eclo 25,16)

 

 4. “Que o sábio escute, e aumentará seu saber, e o homem inteligente adquirirá prudência”.

“Audiat sapiens et addet doctrinam, et intellegens dispositiones possidebit”.

 (Pr 1,5)

 

 5. “O amigo ama em todo o tempo: na desgraça, ele se torna um irmão”. 

“Omni tempore diligit, qui amicus est, et frater ad angustiam natus est”.

(Prov 17,17)

 

 6. “Pois há amigos em certas horas que deixarão de o ser no dia da aflição. […] há amigo que só o é para a mesa, e que deixará de o ser no dia da desgraça. […] Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel, o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade de sua fé. Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor, achará esse amigo. Quem teme ao Senhor terá também uma excelente amizade, pois seu amigo lhe será semelhante”

“Est enim amicus secundum opportunitatem suam et non permanebit in die tribulationis […] Est autem amicus socius mensae et non permanebit in die necessitatis […] Amicus fidelis protectio fortis; qui autem invenit illum, invenit thesaurum. Amico fideli nulla est comparatio, et non est ponderatio contra bonitatem illius. Amicus fidelis medicamentum vitae, et, qui metuunt Dominum, invenient illum. Qui timet Deum, aeque habebit amicitiam eius, quoniam secundum illum erit amicus illius”.

(Eclo 6,8.10.14-17)

 

7. “A graça é falaz e a beleza é vã; a mulher que teme o Senhor é a que se deve louvar”.

“Fallax gratia et vana est pulchritudo; mulier timens Dominum ipsa laudabitur”.

(Prov 31,10)

 

8. “Não imitarei aquele a quem a inveja consome, porque esse tal não tem nada a ver com a Sabedoria”.

“Neque cum invidia tabescente iter habebo, quoniam ista non erit particeps sapientiae”.

(Sb 6,23)

 

9. “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria! A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. […] Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade. Porém, a maior delas é a caridade”.

 “Si linguis hominum loquar et angelorum, caritatem autem non habeam, factus sum velut aes sonans aut cymbalum tinniens. Et si habuero prophetiam et noverim mysteria omnia et omnem scientiam, et si habuero omnem fidem, ita ut montes transferam, caritatem autem non habuero, nihil sum. Et si distribuero in cibos omnes facultates meas et si tradidero corpus meum, ut glorier, caritatem autem non habuero, nihil mihi prodest. Caritas patiens est, benigna est caritas, non aemulatur, non agit superbe, non inflatur, non est ambitiosa, non quaerit, quae sua sunt, non irritatur, non cogitat malum, non gaudet super iniquitatem, congaudet autem veritati; omnia suffert, omnia credit, omnia sperat, omnia sustinet. […] Nunc autem manet fides, spes, caritas, tria haec; maior autem ex his est caritas”.

(1Cor 13,1-7.13)

 

10.  “De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo? Se a um irmão ou a uma irmã faltarem roupas e o alimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Crês que há um só Deus. Fazes bem. Também os demônios crêem e tremem. Queres ver, ó homem vão, como a fé sem obras é estéril? Abraão, nosso pai, não foi justificado pelas obras, oferecendo o seu filho Isaac sobre o altar? Vês como a fé cooperava com as suas obras e era completada por elas. Assim se cumpriu a Escritura, que diz: Abraão creu em Deus e isto lhe foi tido em conta de justiça, e foi chamado amigo de Deus. Vedes como o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé? Do mesmo modo Raab, a meretriz, não foi ela justificada pelas obras, por ter recebido os mensageiros e os ter feito sair por outro caminho? Assim como o corpo sem a alma é morto, assim também a fé sem obras é morta”.

“Quid proderit, fratres mei, si fidem quis dicat se habere, opera autem non habeat? Numquid poterit fides salvare eum? Si frater aut soror nudi sunt et indigent victu cotidiano, dicat autem aliquis de vobis illis: ” Ite in pace, calefacimini et saturamini “, non dederitis autem eis, quae necessaria sunt corporis, quid proderit? Sic et fides, si non habeat opera, mortua est in semetipsa. Sed dicet quis: ” Tu fidem habes, et ego opera habeo “. Ostende mihi fidem tuam sine operibus, et ego tibi ostendam ex operibus meis fidem. Tu credis quoniam unus est Deus? Bene facis; et daemones credunt et contremiscunt! Vis autem scire, o homo inanis, quoniam fides sine operibus otiosa est? Abraham, pater noster, nonne ex operibus iustificatus est offerens Isaac filium suum super altare? Vides quoniam fides cooperabatur operibus illius, et ex operibus fides consummata est; et suppleta est Scriptura dicens: ” Credidit Abraham Deo, et reputatum est illi ad iustitiam “, et amicus Dei appellatus est. Videtis quoniam ex operibus iustificatur homo et non ex fide tantum. Similiter autem et Rahab, meretrix nonne ex operibus iustificata est suscipiens nuntios et alia via eiciens? Sicut enim corpus sine spiritu emortuum est, ita et fides sine operibus mortua est”.

(Tg 2,14-26)

 

E para você? Quais são as mais belas frases da Bíblia?

jul 302012
 

Vaticano_Fotos_Sao_Pedro_Igreja_Catolica_Cidade_Citta_Vatican_City_20090818_FB_ITA_spierre_03_Praca_Piazza_square_Saint_Peter_Plaza_San_Pedro - CopyO hino do Vaticano ou do Papa é conhecido em italiano como Inno e Marcia Pontificale. A versão oficial italiana é de autoria de Mons. Antonio Allegra (1905-1969).  A música foi composta por Charles Gounod (1818-1893). O Hino Pontificio foi adotado oficialmente pelo Estado do Vaticano em 1949 e o texto latino foi composto por Mons. Raffaello Lavagna.

Hino pontifício em português

Ó Roma eterna, dos Mártires, dos Santos,

Ó Roma eterna, acolhe os nossos cantos!

Glória no alto ao Deus de majestade,

Paz sobre a terra, justiça e caridade!

A ti corremos, Angélico Pastor,

Em ti nós vemos o doce Redentor.

A voz de Pedro na tua o mundo escuta,

Conforto e escudo de quem combate e luta.

Não vencerão as forças do inferno,

Mas a verdade, o doce amor fraterno!

Salve, salve Roma! É eterna a tua história,

Cantam-nos tua glória monumentos e altares!

Roma dos Apóstolos, Mãe e Mestra da verdade,

Roma, toda a cristandade o mundo espera em ti!

Salve, salve Roma! O teu sol não tem poente,

Vence, refulgente, todo erro e todo mal!

Salve, Santo Padre, vivas tanto mais que Pedro!

Desça, qual mel do rochedo,

A bênção Paternal!

Hino pontifício em latim

O felix Roma – O Roma nobilis.

Sedes es Petri, qui Romæ effudit sanguinem,

Petri, cui claves datæ sunt regni cælorum.

Pontifex, Tu successor es Petri;

Pontifex, Tu magister es tuos confirmas fratres;

Pontifex, Tu qui Servus servorum Dei,

hominumque piscator, pastor es gregis,

ligans cælum et terram.

Pontifex, Tu Christi es vicarius super terram,

rupes inter fluctus, Tu es pharus in tenebris;

Tu pacis es vindex, Tu es unitatis custos,

vigil libertatis defensor; in Te potestas.

Tu Pontifex, firma es petra, et super petram hanc ædificata est Ecclesia Dei.

O felix Roma – O Roma nobilis.

Texto antigo

Há também o texto latino composto por Evaristus Anversus que não perde em beleza. Foi entoado pela última vez em 1950.

Roma, alma parens, Sanctorum Martyrumque,
Nobile carmen, te decet, sonorumque,
Gloria in excelsis, paternae maiestati
Pax et in terra fraternae caritati

Ad te clamamus, Angelicum pastorem:
Quam vere refers, Tu mitem Redemptorem!
Magister Sanctum, custodis dogma Christi,
Quod unum vitae, solamen datur isti.

Non praevalebunt horrendae portae infernae,
Sed vis amoris veritatisque aeternae.

Salve, Roma!
In te aeterna stat historia,
Inclyta, fulgent gloria
Monumenta tot et arae.

Roma Petri et Pauli,
Cunctis mater tu redemptis,
Lumen cunctae in facie gentis
Mundique sola spes!

Salve, Roma!
Cuius lux occasum nescit,
Splendet, incandescit,
Et iniquo oppilat os.

Pater Beatissime,
Annos Petri attinge, excede
Unum, quaesumus, concede:
Tu nobis benedic.