nov 212011
 

Pe. José Arnóbio Glavan, EP

As Catacumbas

Ao longo dos dois séculos e meio em que a Igreja sofreu sucessivas perseguições sangrentas, sentiu ela a necessidade de se esconder — sobretudo em Roma onde era mais diretamente visada — para poder continuar sua vida: celebrar os Santos Mistérios, conservar sua unidade, sepultar seus mortos —  especialmente os mártires cujos corpos se lograva resgatar — e acolher os novos cristãos.

aguia romana_aquila_eagle_arend_Adler_Aigle_romain_Romanische_RomaHabitualmente o fazia nas famosas catacumbas, locais subterrâneos  usados como cemitérios pelos antigos romanos, e que consistiam em amplas galerias com vários andares, interligados por verdadeiros labirintos, fato que vinha dificultar as perseguições. Entre elas destacam-se a famosa catacumba de São Calixto,  e as de Santa Priscila e de  Santa Domitila. As catacumbas são hoje em dia — juntamente com o Circo Máximo onde os cristãos eram martirizados — , locais de vivo interesse dos peregrinos que vão a Roma, e permanecem testemunhas eloquentes daqueles atribulados, heróicos e gloriosos tempos.

A unidade do Império sob Constantino

Em nossa trajetória histórica chegamos aos tempos de Diocleciano e de Constantino. O primeiro, como vimos, realizou uma reforma política e administrativa no Império, estabelecendo quatro imperadores: dois Augustos e dois Césares. Entretanto tal disposição não perdurou.

Com Constantino, seu sucessor, depois de muitos entrechoques políticos e militares, o Império viu-se governado por dois imperadores simplesmente: Constantino no Ocidente e Licínio no Oriente. Este último, entretanto, assumiu uma conduta contrária a de Constantino, hostilizando os cristãos, e ambos entraram em guerra. Constantino saiu vitorioso deste embate e tornou-se o único imperador: Totius orbis Imperator (Imperador de toda a Terra), foi o título que então levou.

Estava assim o Império Romano novamente unificado, e uma das principais medidas de Constantino foi, para se proteger das turbulências políticas de Roma,  transferir a capital do Império para Bizanço cujo nome mudou para Constantinopla, que em grego significa, cidade de Constantino.

Tal unidade porém também não se manteve. A necessidade da divisão se impunha pela vastidão do território sob poder dos Césares, e veio ela novamente a se restabelecer após o governo de Teodósio, permanecendo, como veremos a seguir, até a queda do Império Romano do Ocidente. O do Oriente, porém, perdurou por mais mil anos aproximadamente, vindo a cair somente com a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453.

O batismo de Constantino

Imperador Constantino e Santa Helena sua mãe, França

Após a famosa batalha da Ponte Mílvia, Constantino parece ter-se mantido sob influência da Igreja mas, surpreendentemente, não se fez batizar. Recebeu o santo batismo somente na hora da morte. O fato, que causa perplexidade e estranheza aos historiadores, se explica  pelo seguinte motivo: naqueles primeiros tempos da vida da Igreja, em que a exegese (ciência da interpretação da Sagrada Escritura) e a teologia (ciência da doutrina cristã), estavam apenas começando — impulsionadas sábia e corajosamente pelos Padres, e orientadas pelo Magistério da Igreja assistido pelo Espírito Santo — havia aspectos desta doutrina que ainda não estavam inteiramente claros. Um deles era justamente a respeito do sacramento da Penitência e das condições e amplitude do perdão concedido por Deus aos pecados graves atuais, após o batismo. Com efeito, era concepção corrente nesta época que os pecados graves cometidos após o batismo muito dificilmente seriam perdoados. E quando a Igreja concedia o perdão o fazia somente após anos de penitência.

Havia inclusive quem entendesse que tais pecados não tinham perdão a não ser, em certas condições, na hora da morte. Pelo contrário a convicção de que o batismo, recebido com as devidas disposições, apaga completamente todos os pecados, era uma verdade de fé compreendida e aceita em todos os tempos.

No quadro dessas concepções, pareceu mais prudente a Constantino — que tinha muito medo de recair em pecado e assim pôr em risco sua eterna salvação — postergar seu batismo para o fim de sua vida.

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Artigos precedentes e continuação do curso pelo link: Curso Básico de História da Igreja

out 282011
 

No transcorrer dos seis primeiros séculos muitas outras heresias investiram contra a Santa Igreja, ora negando verdades sobre a Santíssima Trindade — como o Monarquianismo que negavam a distinção de pessoas em Deus. Ora  sobre Jesus Cristo, recusando, por vezes atribui-lhe verdadeira natureza divina— como o arianismo — outras vezes lhe negando a condição de verdadeiro homem — como o Monofisismo e o Monotelismo, que negavam, respectivamente duas naturezas e duas vontades em Jesus Cristo. Foram as chamadas heresias trinitárias e as segundas cristológicas. Não faltaram também as heresias que visavam o Divino Espírito Santo e a doutrina da graça como por exemplo o Pelagianismo. Entretanto, de todas elas a Igreja saiu gloriosamente vencedora, e nesta vitória foi assistida pela santidade, ortodoxia, cultura sabedoria e notáveis qualidades de escritores e polemistas, dos Santos Padres. A alguns destes — Santo Atanásio, São Jerônimo, Santo Agostinho entre outros — que se destacaram por sua excepcional ciência aliada à piedade. Entre os mais notáveis Padres, a Tradição coloca São Basílio, São Gregório de Nazianzo, São João Crisóstomo e Santo Atanásio, no que diz respeito ao Oriente, e Santo Ambrósio, São Jerônimo, Santo Agostinho e São Gregório I, o Grande, quanto ao Ocidente.

Detalhe da Saint Chapelle, Paris

Detalhe da Saint Chapelle, Paris

No período patrístico que estamos considerando, a Igreja foi também enriquecida pela realização de diversos sínodos e concílios, tanto regionais quanto universais, e a estes últimos se dá o nome de “ecumênicos”. Era, muitas vezes, por ocasião desses encontros, principalmente os que se realizavam sob a a autoridade do Papa —  condição para serem considerados ecumênicos, pois o papa é o Pastor universal — que a Igreja definia e formulava verdades de fé contidas na Revelação, e as propunha como tais para todos os fiéis: os dogmas.

Muitos sínodos e concílios se realizaram neste período, por vezes até mais de um por ano, o que torna muito laboriosa a enumeração de todos. Limitemo-nos aos ecumênicos: Nicéia (355) no qual foi definido que Jesus Cristo é verdadeiro Deus consubstancial (homousios) com o Pai; o  1º de Constantinopla (381) que como o anterior estabeleceu as verdades de fé que constam do Símbolo Niceno-Constantinopolitano (o Creio grande); Éfeso (431) que definiu, entre outras coisas, a maternidade divina de Nossa Senhora: Maria é Teotókos (Mãe de Deus);  Calcedônia (451) que condenou o Monofisismo de Eutiques, e estabeleceu o Cânon das Sagradas Escrituras (lista completa dos livros que constituem a Bíblia) e, por fim, o 2º de Constantinopla (553) que, entre outras coisas, reafirmou as decisões de Caledônia.

Nesta rápida passagem pela história dos Padres da Igreja e de suas lutas contra as heresias, chegamos ao fim do sexto século e  com ele o que se convencionou chamar em sentido estrito, o período dos Santos Padres. Admite-se, num sentido amplo, Santos Padres até o fim do século VIII. Também com esta historia encerramos nosso primeiro capítulo, para retomar no próximo a caminhada da Igreja onde a deixamos: ornada com a glória dos mártires e prestes a enfrentar os desafios da liberdade.

set 172011
 

Os Padres da Igreja e o combate às heresias

Ensaio da História da Igreja do Pe. José Glavan, EP

PrimeiracomunhaodesaojeroninoBotticellicomunion desJeronimosaintjeronime

Primeira comunhão de São Jerônimo, um dos padres da Igreja do ocidente, por Botticelli

Do período subapostólico (fins do primeiro século até primeira metade do segundo), até o VI século —  época denominada patrística ou dos Santos Padres — a Igreja foi servida por homens insignes em santidade, sabedoria ciência e ardor apostólico que, valorosamente a defenderam contra os ataques dos inimigos da fé, e das ameaças de divisões produzidas pelas heresias — a palavra grega haéresis indica, precisamente, ruptura ou divisão. Diligentemente eles recolheram na memória profunda da Igreja os tesouros do ensino oral de Jesus Cristo, transmitido pelos Apóstolos, e vigorosamente levantaram os fundamentos do maravilhoso edifício da espiritualidade, da exegese e da teologia. São eles, por este motivo, denominados Padres ou Pais da Igreja.

Foram estes também, em geral, grandes apologetas, (defensores da fé) que se distinguiram por sua exímia ortodoxia (reta doutrina) e santidade de vida. Houve também escritores de grande valor, que se destacaram pela brilhante defesa da liberdade da Igreja ou de verdades fundamentais de fé, mas que num ou noutro ponto se desviaram da reta doutrina. Não cabe propriamente a esses a designação de Padres, mas simplesmente a de apologetas. Entre eles estão Orígenes e Tertuliano.

Já no período apostólico, em que os Apóstolos viviam e agiam, falsificadores da verdadeira doutrina (cf. 2Cor 2, 17) se introduziram no meio de rebanho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas as tentativas de se desfigurar a mensagem evangélica aos neo-convertidos provenientes da gentilidade pela imposição de costumes e ritos do judaísmo — que tinham perdido seu sentido e sua vigência —  encontraram a vigorosa reação dos apóstolos reunidos no Concílio de Jerusalém (At 15, 4-35). Posteriormente, outras falsas doutrinas continuaram a ameaçar a jovem Igreja de Cristo, nas épocas que se seguiram.

No período subapostólico — que conheceu as testemunhas diretas daqueles que ouviram a pregação evangélica diretamente dos lábios de Jesus Cristo — e durante o transcorrer do segundo século, com efeito, novas heresias despontaram. Encontraram elas, entretanto, a fé o zelo e o amor a ortodoxia (verdade) daqueles homens valorosos, conhecidos como Padres Apostólicos, que souberam defender, valentemente, a verdadeira fé: apostólicos porque receberam o Evangelho de Cristo diretamente dos Apóstolos, e deles se poderia dizer com Santo Irineu: tinham ainda a voz dos apóstolos nos ouvidos e os seus exemplos diante dos olhos. Foram muitos dentre eles notáveis apologetas, pois se dedicavam especialmente à apologia (defesa) da  ortodoxia. Muitos deles, como São Justino Mártir, Santo Inácio de Antioquia e Santo Apolinário, discípulo este de São João Evangelista e seu sucessor na sede episcopal de Esmirna, selaram com o sangue seu testemunho de fé.

ago 152011
 

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Curso de História da Igreja

Ensaio do Pe. José Glavan, EP

Para bem aprender o latim eclesiástico é conveniente saber um pouco de História da Igreja. Assim oferecemos ao leitor alguns ensaios de artigos de Pe. José Glavan, EP sobre a admirável aventura dos primeiros cristãos numa sociedade pagã.

Divisão da História

Perseguição e expansão no Império Romano

A Igreja deixa o ninho

O cristianismo perseguido (64-313 d.C.)

Constantino e o Edito de Milão

O que é o montanismo?

Gnosticismo, Marcionismo e Maniqueísmo

Padres da Igreja e os Concílios ecumênicos

Das catacumbas a Constantino

Os sucessores de Constantino: a liberdade da Igreja após o Edito de Milão

(A medida que são publicados os posts serão aqui acrescentados)

ago 102011
 

Os Padres Latinos

Autor: Ronaldo Baccelli

Nos primórdios da Igreja, o grego era a sua língua oficial. Quase todo o Novo Testamento, bem como os escritos dos Padres Apostólicos e da maior parte dos Apologistas, foram feitos em grego. Mas aos poucos, o latim foi tomando a dianteira, até por fim tornar-se a língua oficial.

Minúcio Félix

É de Minúcio Félix, um advogado romano, o diálogo apologético em latim denominado Otávio (escrito por volta de 197). Essa obra foi a única escrita em latim no tempo das perseguições.

O genial Tertuliano

Figura de relevo, no mundo latino, é Quintus Septimius Florens Tertullianus, nascido em Cartago por volta do ano 160, filho de um centurião, pagão com excelente formação intelectual, dominando o grego e possuidor de grandes conhecimentos jurídicos e de retórica. Depois de exercer a jurisprudência em Roma, retornou para sua cidade de origem por volta de 195, já como cristão. Mas em torno do ano 207 rompeu com a Igreja e aderiu ao montanismo. Morreu provavelmente depois ano 220.

Por do sol_mar_poente_aurora_beleza

Conhecendo na perfeição o latim, Tertuliano foi o primeiro a usar o termo Trinitas para designar a Trindade. Expôs também a tese de que o Pai e o Filho eram da mesma substância, tendo-se assim antecipado de um século ao Símbolo de Nicéia.

Suas principais obras foram: Ad nationes, o Apologeticum (aos governadores das províncias do Império – uma apologia que defende os cristãos de acusações políticas tais como o crime de lesa-majestade e a negação dos deuses imperiais; sua argumentação é do ponto de vista jurídico), Adversus Iudaeos, De praescriptione haereticorum, Adversus Marcionem (contra a gnose de Marcião), Adversus Valentinianos (contra a gnose de Valentino), Scorpiace, De carne Christi (contra o docetismo dos gnósticos), Adversus Praxean (trata-se da exposição mais clara, antes de Nicéia, acerca da doutrina da Trindade, contra o patripassiano Práxeas), De baptismo, De anima (obra anti-gnóstica), Ad martyres, De paenitentia, Ad uxorum

Tertuliano fala das duas naturezas e da única pessoa de Jesus Cristo. Ensina que o primado e o poder das chaves foram dados a S. Pedro (fala da morte de S. Pedro e S. Paulo em Roma). Enquanto era católico, ensinava que a Igreja tinha poder de perdoar os pecados, mas uma só vez. Fazendo eco à Didaqué, para ele a Missa é o cumprimento da profecia de Malaquias (Ml 1, 10s), sacrifício verdadeiro oferecido a Deus, e a Eucaristia é o Corpo e o Sangue de Cristo. Também admite um estado de purificação póstumo, no qual todos, menos os mártires, permanecem até o dia do Juízo. As orações dos vivos, segundo ele, podem confortar os que se encontram no Hades. Era milenarista.

Contra os hereges, Tertuliano ensina que apenas a Igreja possui a fé. A ela cabe a reta interpretação das Escrituras, à luz da Tradição. A doutrina conservada nas Igrejas apostólicas estabelece as verdades que devem ser cridas por todos os fiéis. É inútil, segundo ele, discutir com os hereges servindo-se das Escrituras pois eles a distorcem.

Do período montanista temos alguns escritos de caráter ascético, como o De exhortatione castitatis, em que exorta um amigo viúvo a não contrair novas núpcias, De corona (em que condena o exercício das funções militares por cristãos e refere de passagem o costume de se fazer o sinal da cruz), De pudicitia (onde, contrariamente ao que defendia quando católico, nega à Igreja o poder de perdoar pecados).

Sua atitude diante da filosofia pagã é essencialmente negativa. Acredita na possibilidade de uma demonstração racional da existência de Deus e da imortalidade da alma e afirma que a especulação filosófica só é útil enquanto concorda com o Evangelho.

Ao contrário do consenso geral da Tradição cristã, Tertuliano negava a virgindade perpétua de Maria.

São Cipriano de Cartago

Thascius Cecilius Cyprianus nasceu em Cartago (entre 200-210) de uma família rica e pagã. Recebeu o batismo em 246, sendo sagrado, dois ou três anos depois, bispo de sua cidade.

A perseguição de Décio (250) interrompeu suas atividades pastorais, uma vez que foi forçado a se esconder.

Em sua época, muitos apóstatas, os assim chamados lapsi começaram a ser facilmente readmitidos na Igreja, o que deu origem a um cisma. Em 251, S. Cipriano voltou para Cartago e num sínodo excomungou os chefes da dissidência laxista, determinando que os apóstatas passassem por severas penitências antes de reingressarem na comunidade.

A peste que atingiu o Império em 252 provocou novos sofrimentos e perseguições na África.

Nos últimos anos de sua vida, ocupou-se com a questão do batismo dos hereges. Cipriano considerava inválido o batismo ministrado por hereges, e mesmo depois da reprovação do papa Estevão, manteve seu ponto de vista.

Foi decapitado no dia 14 de setembro de 258, em Cartago, reinando Valeriano. O martírio de sangue o redimiu certamente de seu erro.

S. Cipriano compôs as seguintes obras: De ecclesia unitate (c. 251, na qual apoia o papa Cornélio contra Novaciano), De lapsis, De habitu virginum, De mortalitate.

Apregoava a doutrina de que a unidade da Igreja é garantida pela união de todos com o bispo. Ficaram famosas diversas máximas suas:

“Salus extra ecclesiam non est” ou seja, “não há salvação fora da Igreja”;

v  “Quem abandona a sede de Pedro, sobre a qual está fundada a Igreja, como pode afirmar que está na verdadeira Igreja?”;

v  “Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe”.

São Pedro_Saint_Peter_BasilicaSPietro_tramonto_Vatican_City

Ensinava que uma tradição só é válida quando se apóia na “tradição evangélica e apostólica”, ou seja, aquela tradição que provém da “autoridade do Senhor e do Evangelho, das prescrições e das epístolas dos apóstolos”. Afirmava que os recém-nascidos deviam receber o quanto antes o batismo e a eucaristia, e que a missa é a repetição do sacrifício de Jesus na Cruz. Ensinava ainda que a penitência consiste na confissão pública dos pecados e na expiação, e que todos os justos defuntos (inclusive os não-mártires) recebem sua recompensa imediatamente após a morte; segundo ele, o estado intermediário no Hades se aplica somente aos penitentes.

Comodiano, Vitorino de Petau, Arnóbio de Sica e Lactâncio são outros grandes representantes da literatura cristã em latim no século III e no início do século IV.

Os Padres Latinos

Nos primórdios da Igreja, o grego era a sua língua oficial. Quase todo o Novo Testamento, bem como os escritos dos Padres Apostólicos e da maior parte dos Apologistas, foram feitos em grego. Mas aos poucos, o latim foi tomando a dianteira, até por fim tornar-se a língua oficial.

Minúcio Félix

É de Minúcio Félix, um advogado romano, o diálogo apologético em latim denominado Otávio (escrito por volta de 197). Essa obra foi a única escrita em latim no tempo das perseguições.

O genial Tertuliano

Figura de relevo, no mundo latino, é Quintus Septimius Florens Tertullianus, nascido em Cartago por volta do ano 160, filho de um centurião, pagão com excelente formação intelectual, dominando o grego e possuidor de grandes conhecimentos jurídicos e de retórica. Depois de exercer a jurisprudência em Roma, retornou para sua cidade de origem por volta de 195, já como cristão. Mas em torno do ano 207 rompeu com a Igreja e aderiu ao montanismo. Morreu provavelmente depois ano 220.

Conhecendo na perfeição o latim, Tertuliano foi o primeiro a usar o termo Trinitas para designar a Trindade. Expôs também a tese de que o Pai e o Filho eram da mesma substância, tendo-se assim antecipado de um século ao Símbolo de Nicéia.

Suas principais obras foram: Ad nationes, o Apologeticum (aos governadores das províncias do Império – uma apologia que defende os cristãos de acusações políticas tais como o crime de lesa-majestade e a negação dos deuses imperiais; sua argumentação é do ponto de vista jurídico), Adversus Iudaeos, De praescriptione haereticorum, Adversus Marcionem (contra a gnose de Marcião), Adversus Valentinianos (contra a gnose de Valentino), Scorpiace, De carne Christi (contra o docetismo dos gnósticos), Adversus Praxean (trata-se da exposição mais clara, antes de Nicéia, acerca da doutrina da Trindade, contra o patripassiano Práxeas), De baptismo, De anima (obra anti-gnóstica), Ad martyres, De paenitentia, Ad uxorum

Tertuliano fala das duas naturezas e da única pessoa de Jesus Cristo. Ensina que o primado e o poder das chaves foram dados a S. Pedro (fala da morte de S. Pedro e S. Paulo em Roma). Enquanto era católico, ensinava que a Igreja tinha poder de perdoar os pecados, mas uma só vez. Fazendo eco à Didaqué, para ele a Missa é o cumprimento da profecia de Malaquias (Ml 1, 10s), sacrifício verdadeiro oferecido a Deus, e a Eucaristia é o Corpo e o Sangue de Cristo. Também admite um estado de purificação póstumo, no qual todos, menos os mártires, permanecem até o dia do Juízo. As orações dos vivos, segundo ele, podem confortar os que se encontram no Hades. Era milenarista.

Contra os hereges, Tertuliano ensina que apenas a Igreja possui a fé. A ela cabe a reta interpretação das Escrituras, à luz da Tradição. A doutrina conservada nas Igrejas apostólicas estabelece as verdades que devem ser cridas por todos os fiéis. É inútil, segundo ele, discutir com os hereges servindo-se das Escrituras pois eles a distorcem.

Do período montanista temos alguns escritos de caráter ascético, como o De exhortatione castitatis, em que exorta um amigo viúvo a não contrair novas núpcias, De corona (em que condena o exercício das funções militares por cristãos e refere de passagem o costume de se fazer o sinal da cruz), De pudicitia (onde, contrariamente ao que defendia quando católico, nega à Igreja o poder de perdoar pecados).

Sua atitude diante da filosofia pagã é essencialmente negativa. Acredita na possibilidade de uma demonstração racional da existência de Deus e da imortalidade da alma e afirma que a especulação filosófica só é útil enquanto concorda com o Evangelho.

Ao contrário do consenso geral da Tradição cristã, Tertuliano negava a virgindade perpétua de Maria.

São Cipriano de Cartago

Thascius Cecilius Cyprianus nasceu em Cartago (entre 200-210) de uma família rica e pagã. Recebeu o batismo em 246, sendo sagrado, dois ou três anos depois, bispo de sua cidade.

A perseguição de Décio (250) interrompeu suas atividades pastorais, uma vez que foi forçado a se esconder.

Em sua época, muitos apóstatas, os assim chamados lapsi começaram a ser facilmente readmitidos na Igreja, o que deu origem a um cisma. Em 251, S. Cipriano voltou para Cartago e num sínodo excomungou os chefes da dissidência laxista, determinando que os apóstatas passassem por severas penitências antes de reingressarem na comunidade.

A peste que atingiu o Império em 252 provocou novos sofrimentos e perseguições na África.

Nos últimos anos de sua vida, ocupou-se com a questão do batismo dos hereges. Cipriano considerava inválido o batismo ministrado por hereges, e mesmo depois da reprovação do papa Estevão, manteve seu ponto de vista.

Foi decapitado no dia 14 de setembro de 258, em Cartago, reinando Valeriano. O martírio de sangue o redimiu certamente de seu erro.

S. Cipriano compôs as seguintes obras: De ecclesia unitate (c. 251, na qual apoia o papa Cornélio contra Novaciano), De lapsis, De habitu virginum, De mortalitate.

Apregoava a doutrina de que a unidade da Igreja é garantida pela união de todos com o bispo. Ficaram famosas diversas máximas suas:

v “Salus extra ecclesiam non est” ou seja, “não há salvação fora da Igreja”;

v “Quem abandona a sede de Pedro, sobre a qual está fundada a Igreja, como pode afirmar que está na verdadeira Igreja?”;

v “Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe”.

Ensinava que uma tradição só é válida quando se apóia na “tradição evangélica e apostólica”, ou seja, aquela tradição que provém da “autoridade do Senhor e do Evangelho, das prescrições e das epístolas dos apóstolos”. Afirmava que os recém-nascidos deviam receber o quanto antes o batismo e a eucaristia, e que a missa é a repetição do sacrifício de Jesus na Cruz. Ensinava ainda que a pen

Os Padres Latinos

Nos primórdios da Igreja, o grego era a sua língua oficial. Quase todo o Novo Testamento, bem como os escritos dos Padres Apostólicos e da maior parte dos Apologistas, foram feitos em grego. Mas aos poucos, o latim foi tomando a dianteira, até por fim tornar-se a língua oficial.

Minúcio Félix

É de Minúcio Félix, um advogado romano, o diálogo apologético em latim denominado Otávio (escrito por volta de 197). Essa obra foi a única escrita em latim no tempo das perseguições.

O genial Tertuliano

Figura de relevo, no mundo latino, é Quintus Septimius Florens Tertullianus, nascido em Cartago por volta do ano 160, filho de um centurião, pagão com excelente formação intelectual, dominando o grego e possuidor de grandes conhecimentos jurídicos e de retórica. Depois de exercer a jurisprudência em Roma, retornou para sua cidade de origem por volta de 195, já como cristão. Mas em torno do ano 207 rompeu com a Igreja e aderiu ao montanismo. Morreu provavelmente depois ano 220.

Conhecendo na perfeição o latim, Tertuliano foi o primeiro a usar o termo Trinitas para designar a Trindade. Expôs também a tese de que o Pai e o Filho eram da mesma substância, tendo-se assim antecipado de um século ao Símbolo de Nicéia.

Suas principais obras foram: Ad nationes, o Apologeticum (aos governadores das províncias do Império – uma apologia que defende os cristãos de acusações políticas tais como o crime de lesa-majestade e a negação dos deuses imperiais; sua argumentação é do ponto de vista jurídico), Adversus Iudaeos, De praescriptione haereticorum, Adversus Marcionem (contra a gnose de Marcião), Adversus Valentinianos (contra a gnose de Valentino), Scorpiace, De carne Christi (contra o docetismo dos gnósticos), Adversus Praxean (trata-se da exposição mais clara, antes de Nicéia, acerca da doutrina da Trindade, contra o patripassiano Práxeas), De baptismo, De anima (obra anti-gnóstica), Ad martyres, De paenitentia, Ad uxorum

Tertuliano fala das duas naturezas e da única pessoa de Jesus Cristo. Ensina que o primado e o poder das chaves foram dados a S. Pedro (fala da morte de S. Pedro e S. Paulo em Roma). Enquanto era católico, ensinava que a Igreja tinha poder de perdoar os pecados, mas uma só vez. Fazendo eco à Didaqué, para ele a Missa é o cumprimento da profecia de Malaquias (Ml 1, 10s), sacrifício verdadeiro oferecido a Deus, e a Eucaristia é o Corpo e o Sangue de Cristo. Também admite um estado de purificação póstumo, no qual todos, menos os mártires, permanecem até o dia do Juízo. As orações dos vivos, segundo ele, podem confortar os que se encontram no Hades. Era milenarista.

Contra os hereges, Tertuliano ensina que apenas a Igreja possui a fé. A ela cabe a reta interpretação das Escrituras, à luz da Tradição. A doutrina conservada nas Igrejas apostólicas estabelece as verdades que devem ser cridas por todos os fiéis. É inútil, segundo ele, discutir com os hereges servindo-se das Escrituras pois eles a distorcem.

Do período montanista temos alguns escritos de caráter ascético, como o De exhortatione castitatis, em que exorta um amigo viúvo a não contrair novas núpcias, De corona (em que condena o exercício das funções militares por cristãos e refere de passagem o costume de se fazer o sinal da cruz), De pudicitia (onde, contrariamente ao que defendia quando católico, nega à Igreja o poder de perdoar pecados).

Sua atitude diante da filosofia pagã é essencialmente negativa. Acredita na possibilidade de uma demonstração racional da existência de Deus e da imortalidade da alma e afirma que a especulação filosófica só é útil enquanto concorda com o Evangelho.

Ao contrário do consenso geral da Tradição cristã, Tertuliano negava a virgindade perpétua de Maria.

São Cipriano de Cartago

Thascius Cecilius Cyprianus nasceu em Cartago (entre 200-210) de uma família rica e pagã. Recebeu o batismo em 246, sendo sagrado, dois ou três anos depois, bispo de sua cidade.

A perseguição de Décio (250) interrompeu suas atividades pastorais, uma vez que foi forçado a se esconder.

Em sua época, muitos apóstatas, os assim chamados lapsi começaram a ser facilmente readmitidos na Igreja, o que deu origem a um cisma. Em 251, S. Cipriano voltou para Cartago e num sínodo excomungou os chefes da dissidência laxista, determinando que os apóstatas passassem por severas penitências antes de reingressarem na comunidade.

A peste que atingiu o Império em 252 provocou novos sofrimentos e perseguições na África.

Nos últimos anos de sua vida, ocupou-se com a questão do batismo dos hereges. Cipriano considerava inválido o batismo ministrado por hereges, e mesmo depois da reprovação do papa Estevão, manteve seu ponto de vista.

Foi decapitado no dia 14 de setembro de 258, em Cartago, reinando Valeriano. O martírio de sangue o redimiu certamente de seu erro.

S. Cipriano compôs as seguintes obras: De ecclesia unitate (c. 251, na qual apoia o papa Cornélio contra Novaciano), De lapsis, De habitu virginum, De mortalitate.

Apregoava a doutrina de que a unidade da Igreja é garantida pela união de todos com o bispo. Ficaram famosas diversas máximas suas:

“Salus extra ecclesiam non est” ou seja, “não há salvação fora da Igreja”;

v  “Quem abandona a sede de Pedro, sobre a qual está fundada a Igreja, como pode afirmar que está na verdadeira Igreja?”;

v  “Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe”.

Ensinava que uma tradição só é válida quando se apóia na “tradição evangélica e apostólica”, ou seja, aquela tradição que provém da “autoridade do Senhor e do Evangelho, das prescrições e das epístolas dos apóstolos”. Afirmava que os recém-nascidos deviam receber o quanto antes o batismo e a eucaristia, e que a missa é a repetição do sacrifício de Jesus na Cruz. Ensinava ainda que a penitência consiste na confissão pública dos pecados e na expiação, e que todos os justos defuntos (inclusive os não-mártires) recebem sua recompensa imediatamente após a morte; segundo ele, o estado intermediário no Hades se aplica somente aos penitentes.

Comodiano, Vitorino de Petau, Arnóbio de Sica e Lactâncio são outros grandes representantes da literatura cristã em latim no século III e no início do século IV.

itência consiste na confissão pública dos pecados e na expiação, e que todos os justos defuntos (inclusive os não-mártires) recebem sua recompensa imediatamente após a morte; segundo ele, o estado intermediário no Hades se aplica somente aos penitentes.

Comodiano, Vitorino de Petau, Arnóbio de Sica e Lactâncio são outros grandes representantes da literatura cristã em latim no século III e no início do século IV.

jun 282011
 

A origem da devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Marcos Eduardo Melo dos Santos

A base escriturística desta devoção remonta àquele trecho do Evangelho de  João (13,23) o qual narra o reclinar-se do discípulo amado ao peito de Jesus. Há inúmeras referências na época dos Padres da Igreja e na Idade Média. No entanto, quem hoje vê o nome do Sagrado Coração honrar a divisa de diversas ordens religiosas, paróquias, instituições de ensino e de assistência social, não pode imaginar com facilidade os dramas e dificuldades no surgimento desta devoção[1].

Após uma fase de eclipse, esta devoção ganhou novo impulso após as visões de Santa Margarida Maria Alacoque (1647–1690), difundidas por seu confessor São Claude de la Colombière (1673-1675)[2].

Após 150 anos de enormes dificuldades impostas especialmente pelos jansenistas e o terror da Revolução Francesa, em 1856, Pio IX instituiu a festa litúrgica do Sagrado Coração de Jesus, propondo, segundo a recomendação dos santos, a consagração do mundo ao Coração de Jesus.

Duzentos anos após Santa Margarida pedir ao Rei Luís XIV a consagração da França, o presidente do Equador, Gabriel Garcia Moreno, consagrou seu país em 1873, ao Coração de Jesus.

Cor Iesu

Cor Iesu

Diversos Papas incentivarem esta devoção através de encíclicas[3]. Atualmente a festa do Sagrado Coração é celebrada 19 dias após a solenidade de Pentecostes.

A devoção ao sagrado Coração de Jesus se difundiu em tocantes formas de piedade popular. Em 1872, Pio IX concedeu indulgências especiais aos que portassem o escapulário com a imagem do Sagrado Coração.

Semelhantes ao escapulário, havia também os chamados “detentes” com a imagem do Coração de Jesus. Os católicos que os portavam asseguram serem protegidos durante as perseguições religiosas ou conflitos armados, como os Chouans na França, os Cristeros no México e os combatentes das grandes guerras mundiais.

A variante talvez mais tocante da piedade ao Coração de Jesus esta na união com a devoção ao Imaculado Coração de Maria segundo a recomendação de vários santos como, São João Eudes, Santa Margarida Maria Alacoque, São Luís Grignion de Montfort, Santa Catarina Labouré e São Maximiliano Kolbe.

A devoção aos Corações de Jesus e Maria é difundida nos ritos católicos e orientais, e inclusive entre anglicanos e luteranos, crescendo nas últimas décadas com a difusão da Medalha Milagrosa, e, sobretudo, após a Mensagem de Fátima.

Ladainha do Sagrado Coração de Jesus em português e latim

A fim de que o leitor cresça mais e mais nesta devoção e aporfunde-se no conhecimento da língua latina oferecemos a ladainha do Sagrado Coração de Jesus em português e latim.

Em Português Latine
Senhor, tende piedade de nós. Kyrie, eléison.
Jesus Cristo, tende piedade de nós. Christe, eléison.
R/.Senhor, tende piedade de nós. R/. Kyrie, eléison.
Jesus Cristo, ouvi-nos. Christe, audi nos.
R/.Jesus Cristo, atendei-nos. R/. Christe, exáudi nos.
Deus, Pai dos Céus, tende piedade de nós. Páter de cælis, Deus, miserére nobis.
Deus Filho, Redentor do mundo, (a cada invocação responde-se “tende piedade de nós”) Fili, Redémptor mundi, Deus,
Deus Espírito Santo, Spíritus Sancte, Deus,
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, Sancta Trínitas, unus Deus,
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, Cor Jesu, Fílii Patris ætérni,
Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, Cor Jesu, in sinu Vírginis Matris a Spíritu Sancto formátum,
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus, Cor Jesu, Verbo Dei substantiáliter unítum,
Coração de Jesus, de majestade infinita, Cor Jesu, majestátis infinítæ,
Coração de Jesus, templo santo de Deus, Cor Jesu, templum Dei sanctum,
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo, Cor Jesu, tabernáculum Altíssimi,
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do Céu, Cor Jesu, domus Dei et porta cæli,
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, Cor Jesu, fornax ardens caritátis,
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e de amor, Cor Jesu, justítiæ et amóris receptáculum,
Coração de Jesus, cheio de bondade e de amor, Cor Jesu, bonitáte et amóre plenum,
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes, Cor Jesu, virtútum ómnium abyssus,
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, Cor Jesu, omni laude digníssimum,
Coração de Jesus, Rei e centro de todos os corações, Cor Jesu, rex et centrum ómnium córdium,
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, Cor Jesu, in quo sunt omnes thesáuri sapiéntiæ et sciéntiæ,
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade, Cor Jesu, in quo hábitat omnis plenitúdo divinitátis,
Coração de Jesus, no qual o Pai põe as suas complacências, Cor Jesu, in quo Pater sibi bene complácuit,
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos, Cor Jesu, de cujus plenitúdine omnes nos accépimus,
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas, Cor Jesu, desidérium cóllium æternórum,
Coração de Jesus, paciente e misericordioso, Cor Jesu, pátiens et multæ misericórdiæ,
Coração de Jesus, rico para todos os que Vos invocam, Cor Jesu, dives in omnes qui ínvocant te,
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, Cor Jesu, fons vitæ et sanctitátis,
Coração de Jesus, propiciação pelos nossos pecados, Cor Jesu, propitiátio pro peccátis nostris,
Coração de Jesus, saturado de opróbrios, Cor Jesu, saturátum oppróbriis,
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes, Cor Jesu, attrítum propter scélera nostra,
Coração de Jesus, feito obediente até a morte, Cor Jesu, usque ad mortem obédiens factum,
Coração de Jesus, atravessado pela lança, Cor Jesu, láncea perforátum,
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação, Cor Jesu, fons totíus consolatiónis,
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, Cor Jesu, vita et resurréctio nostra,
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, Cor Jesu, pax et reconciliátio nostra,
Coração de Jesus, vítima dos pecadores, Cor Jesu, víctima peccatórum,
Coração de Jesus, salvação dos que esperam em Vós, Cor Jesu, salus in te sperántium,
Coração de Jesus, esperança dos que expiram em Vós, Cor Jesu, spes in te moriéntium,
Coração de Jesus, delícia de todos os santos, Cor Jesu, delíciæ sanctórum ómnium,
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, V/. Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi,
R/. perdoai-nos, Senhor. R/. Parce nobis Dómine.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, V/. Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi,
R/. atendei-nos, Senhor. R/. Exáudi nos Dómine.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, V/. Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi,
R/. tende piedade de nós. R/. Miserére nobis.
V/. Jesus, manso e humilde de Coração, V/. Jesu, mitis et húmilis Corde,
R/. Fazei nosso coração semelhante ao vosso. R/. Fac cor nostrum secúndum Cor tuum.
Oremos. Deus onipotente e eterno, olhai para o Coração de vosso Filho diletíssimo e para os louvores e as satisfações que Ele, em nome dos pecadores, Vos tributa; e aos que imploram a vossa misericórdia concedei benigno o perdão, em nome do vosso mesmo Filho Jesus Cristo, que convosco vive e reina por todos os séculos dos séculos. Amém. Orémus. Omnípotens sempitérne Deus, réspice in Cor dilectíssimi Fílii tui, et in laudes et satisfactiónes, quas in nómine peccatórum tibi persólvit, iísque misericórdiam tuam peténtibus tu véniam concéde placátus, in nómine ejúsdem Fílii tui Jesu Christi, qui tecum vivit et regnat in saécula sæculórum. Amen.

[1] GIGON, Paul. Notre-Dame du Sacré-Coeur. Toulon : Missionaire du Sacré-Coeur, 1957. p. 295.

[2] ABRANCHES, Joaquim. O amor do Coração de Crito. Braga: Editorial A. O. 1990. p. 119.

[3] Leão XIII na Annum Sacrum (1899) com a Oração para consagração ao Sagrado Coração; São Pio X; Pio XI na Miserentissimus Redemptor (1928); Pio XII na Haurietis aquas (1956);  João Paulo II na Redemptor Hominis (1979) e Bento XVI em carta ao Pe. Kolvenbach Geral da Comapanhia de Jesus.

jun 112011
 

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Biblioteca

Oferecemos ao leitor de Praecones Latine uma coleção de links nos quais se poderá acessar obras de Padres da Igreja e grandes autores da teologia e filosofia.

Alguns destes sites oferecem as obras na língua original – muitas em latim – de importância capital para trabalhos acadêmicos.

Latim e Grego

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Documentos dos Papas, Padres da Igreja, doutores da Igreja e Concílios ecumênicos

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Sancti Thomae de Aquino

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Regula

Português

H. D. Gardeil

Introdução à Filosofia de S. Tomás de Aquino: Lógica, Física, Psicologia, Metafísica

São Luis Maria Grignion de Montfort

Tratado Da Verdadeira Devoção a SS.virgem

Segredo de Maria

Antonin-Gilbert Sertillanges

A vida intelectual

English

Saint Augustin

The Confessions

St. Justin, Martyr

The First Apology of Justin

The Second Apology of Justin for the Christians

Justin’s Hortatory Address to the Greeks

The Discourse to the Greeks

Fragments of the lost work of Justin on the Resurrection

The Martyrdom of the Holy Martyrs

Español

Aristóteles

Etica
Metafisica

San Agustín

Las Confessiones

Santo Tomás de Aquino

Summa Theologiae I

Summa Theologiae I-II

Summa Theologiae II-II (A)

Summa Theologiae II-II(B)

Summa Theologiae III

El Credo Comentado

El Padrenuestro y el Avemaría comentados

Los mandamientos comentados

Del Gobierno de los Principes

Comentario a la Ética a Nicómaco (A)

Comentario a la Ética a Nicómaco (B)

Catena Aurea

Santa Teresa de Ávila

Libro de la vida

Camino de perfección

Exclamaciones del alma a Dios

Las Moradas

Las relaciones

Libro de las Fundaciones

Los conceptos del amor de Dios

Escritos Menores

Cartas

Poesías

San Benito

Vida de San Benito

Regla

San Bruno

a Raúl le Verd

Profesión de Fe de San Bruno al final de su vida

Costumbres de la Cartuja, monasterio de Aula Dei

Abba Bruno y los Padres del Desierto, por un cartujo

Tras las huellas de San Bruno

Las puertas del Silencio, por un monje

Pensamientos de Guigo, monasterio de Aula Dei

San Juan de la Cruz

Cantico espiritual A

Cantico espiritual B

Monte de Perfección

Subida al monte carmelo

Noche oscura del alma

Llama de Amor viva A

Llama de Amor viva B

Cautelas

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Enrique Denziger

Denzinger

Santa Teresa del Niño Jesus

Cartas

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Historia de un Alma

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Poesías

Últimas conversaciones

Acto de ofrenda al Amor Misericordioso

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Les Confessions

Saint Benoît

Règle

Saint Denis l’Aéropagite

Oeuvres Complètes de Denis l’Aréopagite

Saint Thomas d’Aquin

Oeuvres complètes

Commentaire du Traité de l’âme d’Aristote

Sainte Thérèse de l’Enfant Jésus

Oeuvres complètes (PDF pour consultation seulement)

R. P. Henri Lacordaire

Vie de saint Dominique

Vie de saint Dominique II

Vie de saint Dominique III

Discours de réception à l’Académie Française

Bienheureux Frédéric Ozanam

Essai sur la philosophie de Dante (source www.clerus.org)

Italiano

Sant’Agostino

Opera Omnia

Le Confessioni

San Benedetto

Vita di San Benedetto

Regola

Cornelio Fabro

Breve introduzione al Tomismo

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abr 102011
 

Movidos pela beleza e precisão da língua latina, alguns estudantes do Instituto Teológico São Tomás de Aquino (ITTA), localizado em São Paulo, realizaram uma iniciativa inédita no Brasil: um site escrito em latim.

Durante séculos o latim foi o idioma do mundo. Originária de um povo residente no Lácio, uma província Italiana, a língua de um povo subjugado passou a ser adotada pelos conquistadores romanos.  O Império Romano, e consequentemente o latim, se difundiu por quase toda a Europa, norte da África e parte do Oriente Médio.

Após a queda do Império dos Césares e as províncias romanas cederem lugar aos reinos germânicos, o latim foi mantido como língua da cultura. Os mosteiros cultivavam o idioma de Cícero não somente nos ofícios litúrgicos, mas também na transmissão das ciências humanas. Durante toda a Idade Média e grande parte da época moderna, o latim foi usado como língua dos professores universitários. Os grandes pensadores escreviam tratados de medicina, física, teologia e direito em latim.

Com o advento da modernidade, especialmente com a consolidação dos movimentos nacionalistas, todos os povos ocidentais passaram a adotar a língua nacional para o magistério e administração estatal. Dir-se-ia que o latim entraria para o inglório ocaso de sua longa História.

No entanto, o latim resistiu nas cátedras universitárias e permaneceu como língua oficial da Hungria até o século XIX. Hoje, o latim não se restringe a ser apenas a língua oficial do pequeno estado do Vaticano, mas seu alfabeto é usado por mais da metade da população mundial. Não há continente que não possua países que usem uma língua românica – especialmente espanhol, português e francês – como idioma oficial. O idioma é considerado por muitos autores como a principal fonte linguística da cultura ocidental.

Também a Internet é um lugar propício para a difusão do latim. Finlandeses, alemães, italianos, norte-americanos, chilenos e poloneses procuram ainda hoje conservar o latim como língua viva.

Unindo-se aos esforços dos amantes da língua de Cícero, Horácio e Virgílio, alguns professores e estudantes residentes no Brasil e membros do Instituto Teológico São Tomás de Aquino (ITTA), procuram difundir na rede mundial artigos, notícias e escritos na língua dos Padres Latinos da Igreja.