jun 262011
 

Provérbios Latinos (Parte III, Q-Z)

Ubi Petrus, ibi Ecclesia

Ubi Petrus, ibi Ecclesia

40. Qualis vita, finis ita: Tal vida, tal morte. Não pode morrer bem aquele que viveu mal, é o princípio aceito pelos mestres da vida espiritual.
41. Quia nominor leo: Porque me chamo leão. Trecho de Fedro usado para estigmatizar aqueles que abusam de sua posição ou força, para oprimir os fracos.
42. Qui potest capere, capiat: Quem é apto para o admitir, admita. Palavras com que Cristo conclui sua exortação à prática da castidade perfeita (Mateus, 19, 12).
43. Quot capita, tot sensus: Quantas cabeças, tantas sentenças.
44. Quo vadis?: Aonde vais? Pergunta que, segundo a tradição, teria feito Cristo a Pedro na Via Ápia, quando o apóstolo fugia da perseguição de Nero.
45. Similia similibus curantur: Os semelhantes curam-se pelos semelhantes. Med Lema da homeopatia que se opõe à alopatia cujo princípio é: contraria contrariis curantur.
46. Si vis pacem, para bellum: Se queres a paz, prepara a guerra. Aforismo ainda hoje seguido pelas nações, que procuram fortalecer-se a fim de evitar uma eventual agressão.
47. Tabula rasa: Tábua raspada. Expressão muito empregada em linguagem filosófica de origem aristotélica. Aristóteles admitia que o espírito humano era, antes de qualquer experiência, inteiramente vazio como as tabuinhas cobertas de cera em que nada fora escrito.
48. Tempus est optimus judex rerum omnium: O tempo é o melhor juiz de todas as coisas.
49. Timeo hominem unius libri: Temo o homem de um só livro. Santo Tomás de Aquino empregou esta expressão para dizer que temia aquele que não tinha uma cultura vasta, mas era adversário temível quando se aprofundava no estudo de uma especialidade.
50. Tua res agitur: Trata-se de coisa tua. É de teu interesse (Horácio, Epístola I, 18, 84).
51. Tulit alter honores: Outro teve as honras. Queixa de Virgílio por ver outros colherem os frutos do seu trabalho.
52. Tu quoque fili!: Tu também, filho! Exclamação de César ao ver Bruto, considerado seu filho, entre os conspiradores.
53. Ubi Petrus, ibi Ecclesia: Onde (está) Pedro aí (está) a Igreja. Provérbio muito citado pelos apologistas católicos que só consideravam verdadeira a igreja que estivesse em comunhão com o pontífice romano.
54. Vae soli!: lat Ai do solitário! Expressão com que o Eclesiastes (IV, 10) lamenta a fraqueza do homem abandonado à própria sorte.
55. Veni, vidi, vici: Vim, vi, venci. Palavras com que César anunciou, ao Senado Romano, sua vitória sobre Farnaces, rei do Ponto, no ano 47 a. C. São citadas como alusão a um êxito seguro e rápido em qualquer empreendimento.
56. Verba volant, scripta manent: As palavras voam, os escritos permanecem. Provérbio de grande atualidade que aconselha prudência em pronunciamentos comprometedores e na assinatura de contratos bilaterais.
57. Vincit omnia veritas: A verdade vence todas as coisas.
58. Volenti nihil difficile: Nada é difícil a quem quer; querer é poder.
59. Vox populi, vox Dei: Voz do povo, voz de Deus. O assentimento de um povo pode ser o critério de verdade.
60. Vulnerant omnes, ultima necat: Todas ferem, a última mata. Inscrição filosófica em mostradores de relógios. Cada hora fere a nossa vida até que a derradeira a roube.

Os 60 frasses mais famosas em latim (I)

As 60 frases mais famosas em latim (II)

jun 222011
 

Quem foi o autor do hino gregoriano Adoro te devote?

O mundo viu nascer Tomás de Aquino no ano de 1225, no castelo de Roccasecca, próximo a Nápoles, na Itália. Dos sete filhos do conde Landolfo d’Aquino, Tomás era o mais novo. Aos cinco anos, foi enviado ao famoso Convento de Monte Cassino, para lá ser educado. Seu tio, Sunibaldo, era abade e encarregou-se de sua formação. Tudo indica que sua família também ansiava que ele viesse a ser o superior daquele prestigioso mosteiro.
Pouco se sabe deste período de sua vida, a não ser que o “pequeno monge”, ao percorrer o majestoso claustro daquela abadia, inquiria os religiosos sobre um tema que não saía da sua mente: “Que é Deus?”. Não passaram para a história as respostas proferidas. Contudo, parece certo dizer que ninguém lhe respondeu satisfatoriamente, pois, desde criança, ele fez dessa primeira indagação a força motriz que o impulsionaria a produzir a maior obra teológica de todos os tempos.
Ao ingressar na vida acadêmica, rapidamente destacou-se pela prodigiosa fecundidade de pensamento. Esse doutor que mereceu ser chamado “Angélico”, foi um grande luzeiro posto por Deus no meio de sua Igreja, a fim de esclarecer, confortar e animar as almas pelos séculos futuros. Viveu apenas 49 anos, dedicando a metade de sua vida à nobre e árdua tarefa de ensinar nos mais importantes centros universitários da França, Itália e Alemanha.
Guilherme de Tocco, seu primeiro e principal biógrafo, afirmou que “nas aulas o seu gênio começou a brilhar de tal forma e a sua inteligência a revelar-se tão perspicaz, que repetia aos outros estudantes as lições dos mestres de maneira mais elevada, mais clara e mais profunda do que as tinha ouvido” (1).
São Tomás soube unir harmoniosamente a santidade com a genialidade, e a erudição com a virtude, a fim de produzir a maior obra teológica de todos os tempos. Durante os quase oito séculos que separam sua existência da nossa, foi ele sempre exaltado com eloquentes louvores pelos Papas, em termos não comuns em documentos pontifícios.
O Papa João XXII, em 1318, afirmou: “Ele sozinho iluminava a Igreja mais que os outros doutores. Lendo seus livros um homem aproveita mais em um ano do que durante toda a sua vida”(2). São Pio V, em 1567, não foi menos categórico: “A Igreja fez dela a sua doutrina teológica, por ser a mais certa e a mais segura de todas”. E o Papa Leão XIII, em 1892, disse que “se se encontram doutores em desacordo com São Tomás, qualquer que seja o seu mérito, a hesitação não é permitida; sejam os primeiros sacrificados ao segundo”. Por sua vez, o Concílio Vaticano II aconselha que São Tomás seja seguido nos Seminários e nas Universidades católicas. O Papa Paulo VI, comentando esse fato, disse: “é a primeira vez que um Concílio Ecumênico recomenda um teólogo, e este é precisamente São Tomás de Aquino”.

São Tomás de Aquino

São Tomás de Aquino

Festa de Corpus Christi e o Adoro te Devote

Como vimos no post anterior História da solenidade de Corpus Christi e a sequência Lauda Sion (letra em português e latim), São Tomás compôs o ofício litúrgico para a Festa de Corpus Christi. Além da sequência Lauda Sion, o Doutor Angélico compôs o Adoro te devote, o qual disponibilizamos aos leitores de Praecones Latine em sua versão original latina e tradução portuguesa.

Letra do Adoro te Devote em português

1. Devotamente Vos adoro, ó Divindade escondida,
velada realmente nesta figuras:
Meu coração a Vós se submete plenamente,
que desfalece inteiro, Vos contemplando.

2. A vista, o tato, o paladar aqui se enganam,
só o que ouço sustenta a minha Fé.
Pois creio no que disse o Filho do Deus vivo;
E nada há mais verdadeiro que a palavra da Verdade.

3. Na Cruz estava oculta só a divindade;
Aqui também se oculta a humanidade;
Contudo numa e outra creio e confesso,
o que pedia o ladrão arrependido, peço.

4. Como Tomé não vejo as chagas,
por meu Deus, contudo, Vos proclamo.
Que eu creia sempre mais e mais,
em Vós espere, que eu Vos ame.

5. Ó lembrança da morte do Senhor!
Pão vivo que ao homem dais a vida.
Concedei à minha alma em Vós viver,
que a ela seja doce Vos pertencer.

6. Senhor Jesus, pelicano cheio de ternura,
purificai-me por Vosso Sangue, eu imundo.
Deste Sangue pelo qual uma só gota,
basta para limpar os crimes ao mundo.

7. Ó Deus, que agora velado vejo,
concedei ao ardor de meus desejos,
que vendo-Vos um dia face a face,
em gáudio contemple Vossa glória eternamente. Amém.

Letra do Adoro te devote em latim

Para ouvir o cântico gregoriano executado pelos Arautos do Evangelho, clique aqui.

1. Adóro te devóte, látens Déitas,
quae sub his figúris vere látitas:
Tíbi se cor méum tótum súbjicit,
quia te contémplans tótum déficit.

2. Vísus, táctus, gústus in te fállitur,
sed audítu sólo tuto créditur:
Crédo quídquid dixit Déi Fílius:
Nil hoc Vérbo veritátis vérius.

3. In crúce latébat sóla Déitas,
at hic látet simul et humánitas:
Ambo tamen crédens atque cónfitens,
péto quod petívit látro páenitens.

4. Plágas, sicut Thóma, non intúeor:
Déum tamen méum te confíteor:
Fac me tíbi semper magis crédere,
in te spem habére, te dilígere.

5. O memoriále mórtis Dómini,
pánis vívus vítam praestans hómini,
praésta méae ménti de te vívere,
et te ílli semper dúlce sápere.

6. Píe péllicáne Jésu Dómine,
me immúndum múnda túo sánguine,
cújus úna stílla sálvum fácere
tótum múndum quit ab ómni scélere.

7. Jesu, quem velátum nunc aspício,
oro, fiat illud quod tam sítio,
ut te reveláta cernes fácie,
visu sim beátus tuae glóriae. Amen.

Bibliografia
(1) Guillelmus de Tocco: Storia Sancti Thome de Aquino, ed. C. Le Brun Gouanvic, Pontifical Institute of Medieval Studies, Toronto, 1996.
(2) As citações mencionadas neste parágrafo encontram-se na obra: Odilão, Moura. Prefácio a Exposição Sobre o Credo. In: Tomás De Aquino. Exposição Sobre o Credo. 4ª ed. São Paulo: Loyola, 1981. pp. 11-16.

jun 112011
 

Arco_Romano_Septimo_Severo_Foro_Roma_Italia

Biblioteca

Oferecemos ao leitor de Praecones Latine uma coleção de links nos quais se poderá acessar obras de Padres da Igreja e grandes autores da teologia e filosofia.

Alguns destes sites oferecem as obras na língua original – muitas em latim – de importância capital para trabalhos acadêmicos.

Latim e Grego

Curso Básico de Latim

Documentos dos Papas, Padres da Igreja, doutores da Igreja e Concílios ecumênicos

Documenta Catholica Omnia

Latine

Sancti Augustini

Opera Omnia

Sancti Thomae de Aquino

Opera Omnia

Sancti Benedictus

Regula

Português

H. D. Gardeil

Introdução à Filosofia de S. Tomás de Aquino: Lógica, Física, Psicologia, Metafísica

São Luis Maria Grignion de Montfort

Tratado Da Verdadeira Devoção a SS.virgem

Segredo de Maria

Antonin-Gilbert Sertillanges

A vida intelectual

English

Saint Augustin

The Confessions

St. Justin, Martyr

The First Apology of Justin

The Second Apology of Justin for the Christians

Justin’s Hortatory Address to the Greeks

The Discourse to the Greeks

Fragments of the lost work of Justin on the Resurrection

The Martyrdom of the Holy Martyrs

Español

Aristóteles

Etica
Metafisica

San Agustín

Las Confessiones

Santo Tomás de Aquino

Summa Theologiae I

Summa Theologiae I-II

Summa Theologiae II-II (A)

Summa Theologiae II-II(B)

Summa Theologiae III

El Credo Comentado

El Padrenuestro y el Avemaría comentados

Los mandamientos comentados

Del Gobierno de los Principes

Comentario a la Ética a Nicómaco (A)

Comentario a la Ética a Nicómaco (B)

Catena Aurea

Santa Teresa de Ávila

Libro de la vida

Camino de perfección

Exclamaciones del alma a Dios

Las Moradas

Las relaciones

Libro de las Fundaciones

Los conceptos del amor de Dios

Escritos Menores

Cartas

Poesías

San Benito

Vida de San Benito

Regla

San Bruno

a Raúl le Verd

Profesión de Fe de San Bruno al final de su vida

Costumbres de la Cartuja, monasterio de Aula Dei

Abba Bruno y los Padres del Desierto, por un cartujo

Tras las huellas de San Bruno

Las puertas del Silencio, por un monje

Pensamientos de Guigo, monasterio de Aula Dei

San Juan de la Cruz

Cantico espiritual A

Cantico espiritual B

Monte de Perfección

Subida al monte carmelo

Noche oscura del alma

Llama de Amor viva A

Llama de Amor viva B

Cautelas

Epistolario

Enrique Denziger

Denzinger

Santa Teresa del Niño Jesus

Cartas

Escritos

Historia de un Alma

Oraciones

Poesías

Últimas conversaciones

Acto de ofrenda al Amor Misericordioso

Français

Saint Augustin

Les Confessions

Saint Benoît

Règle

Saint Denis l’Aéropagite

Oeuvres Complètes de Denis l’Aréopagite

Saint Thomas d’Aquin

Oeuvres complètes

Commentaire du Traité de l’âme d’Aristote

Sainte Thérèse de l’Enfant Jésus

Oeuvres complètes (PDF pour consultation seulement)

R. P. Henri Lacordaire

Vie de saint Dominique

Vie de saint Dominique II

Vie de saint Dominique III

Discours de réception à l’Académie Française

Bienheureux Frédéric Ozanam

Essai sur la philosophie de Dante (source www.clerus.org)

Italiano

Sant’Agostino

Opera Omnia

Le Confessioni

San Benedetto

Vita di San Benedetto

Regola

Cornelio Fabro

Breve introduzione al Tomismo

Latim e Grego

Documentos dos Papas, Padres da Igreja, doutores da Igreja e Concílios ecumênicos

Documenta Catholica Omnia

Latine

Sancti Augustini

Opera Omnia

Sancti Thomae de Aquino

Opera Omnia

Sancti Benedictus

Regula

Português

H. D. Gardeil

Introdução à Filosofia de S. Tomás de Aquino: Lógica, Física, Psicologia, Metafísica

São Luis Maria Grignion de Montfort

Tratado Da Verdadeira Devoção a SS.virgem

Segredo de Maria

Antonin-Gilbert Sertillanges

A vida intelectual

English

Saint Augustin

The Confessions

St. Justin, Martyr

The First Apology of Justin
The Second Apology of Justin for the Christians
Justin’s Hortatory Address to the Greeks
The Discourse to the Greeks
Fragments of the lost work of Justin on the Resurrection
The Martyrdom of the Holy Martyrs

Español

Aristóteles

Etica
Metafisica

San Agustín

Las Confessiones

Santo Tomás de Aquino

Summa Theologiae I

Summa Theologiae I-II

Summa Theologiae II-II (A)

Summa Theologiae II-II(B)

Summa Theologiae III

El Credo Comentado

El Padrenuestro y el Avemaría comentados

Los mandamientos comentados

Del Gobierno de los Principes

Comentario a la Ética a Nicómaco (A)

Comentario a la Ética a Nicómaco (B)

Catena Aurea

Santa Teresa de Ávila

Libro de la vida

Camino de perfección

Exclamaciones del alma a Dios

Las Moradas

Las relaciones

Libro de las Fundaciones

Los conceptos del amor de Dios

Escritos Menores

Cartas

Poesías

San Benito

Vida de San Benito

Regla

San Bruno

a Raúl le Verd

Profesión de Fe de San Bruno al final de su vida

Costumbres de la Cartuja, monasterio de Aula Dei

Abba Bruno y los Padres del Desierto, por un cartujo

Tras las huellas de San Bruno

Las puertas del Silencio, por un monje

Pensamientos de Guigo, monasterio de Aula Dei

San Juan de la Cruz

Cantico espiritual A

Cantico espiritual B

Monte de Perfección

Subida al monte carmelo

Noche oscura del alma

Llama de Amor viva A

Llama de Amor viva B

Cautelas

Epistolario

Enrique Denziger

Denzinger

Santa Teresa del Niño Jesus

Cartas

Escritos

Historia de u

Latim e Grego

Documentos dos Papas, Padres da Igreja, doutores da Igreja e Concílios ecumênicos

Documenta Catholica Omnia

Latine

Sancti Augustini

Opera Omnia

Sancti Thomae de Aquino

Opera Omnia

Sancti Benedictus

Regula

Português

H. D. Gardeil

Introdução à Filosofia de S. Tomás de Aquino: Lógica, Física, Psicologia, Metafísica

São Luis Maria Grignion de Montfort

Tratado Da Verdadeira Devoção a SS.virgem

Segredo de Maria

Antonin-Gilbert Sertillanges

A vida intelectual

English

Saint Augustin

The Confessions

St. Justin, Martyr

The First Apology of Justin
The Second Apology of Justin for the Christians
Justin’s Hortatory Address to the Greeks
The Discourse to the Greeks
Fragments of the lost work of Justin on the Resurrection
The Martyrdom of the Holy Martyrs

Español

Aristóteles

Etica
Metafisica

San Agustín

Las Confessiones

Santo Tomás de Aquino

Summa Theologiae I

Summa Theologiae I-II

Summa Theologiae II-II (A)

Summa Theologiae II-II(B)

Summa Theologiae III

El Credo Comentado

El Padrenuestro y el Avemaría comentados

Los mandamientos comentados

Del Gobierno de los Principes

Comentario a la Ética a Nicómaco (A)

Comentario a la Ética a Nicómaco (B)

Catena Aurea

Santa Teresa de Ávila

Libro de la vida

Camino de perfección

Exclamaciones del alma a Dios

Las Moradas

Las relaciones

Libro de las Fundaciones

Los conceptos del amor de Dios

Escritos Menores

Cartas

Poesías

San Benito

Vida de San Benito

Regla

San Bruno

a Raúl le Verd

Profesión de Fe de San Bruno al final de su vida

Costumbres de la Cartuja, monasterio de Aula Dei

Abba Bruno y los Padres del Desierto, por un cartujo

Tras las huellas de San Bruno

Las puertas del Silencio, por un monje

Pensamientos de Guigo, monasterio de Aula Dei

San Juan de la Cruz

Cantico espiritual A

Cantico espiritual B

Monte de Perfección

Subida al monte carmelo

Noche oscura del alma

Llama de Amor viva A

Llama de Amor viva B

Cautelas

Epistolario

Enrique Denziger

Denzinger

Santa Teresa del Niño Jesus

Cartas

Escritos

Historia de un Alma

Oraciones

Poesías

Últimas conversaciones

Acto de ofrenda al Amor Misericordioso

Français

Saint Augustin

Les Confessions

Saint Benoît

Règle

Saint Denis l’Aéropagite

Oeuvres Complètes de Denis l’Aréopagite

Saint Thomas d’Aquin

Oeuvres complètes

Commentaire du Traité de l’âme d’Aristote

Sainte Thérèse de l’Enfant Jésus

Oeuvres complètes (PDF pour consultation seulement)

R. P. Henri Lacordaire

Vie de saint Dominique

Vie de saint Dominique II

Vie de saint Dominique III

Discours de réception à l’Académie Française

Bienheureux Frédéric Ozanam

Essai sur la philosophie de Dante (source www.clerus.org)

Italiano

Sant’Agostino

Opera Omnia

Le Confessioni

San Benedetto

Vita di San Benedetto

Regola

Cornelio Fabro

Breve introduzione al Tomismo

n Alma

Oraciones

Poesías

Últimas conversaciones

Acto de ofrenda al Amor Misericordioso

Français

Saint Augustin

Les Confessions

Saint Benoît

Règle

Saint Denis l’Aéropagite

Oeuvres Complètes de Denis l’Aréopagite

Saint Thomas d’Aquin

Oeuvres complètes

Commentaire du Traité de l’âme d’Aristote

Sainte Thérèse de l’Enfant Jésus

Oeuvres complètes (PDF pour consultation seulement)

R. P. Henri Lacordaire

Vie de saint Dominique

Vie de saint Dominique II

Vie de saint Dominique III

Discours de réception à l’Académie Française

Bienheureux Frédéric Ozanam

Essai sur la philosophie de Dante (source www.clerus.org)

Italiano

Sant’Agostino

Opera Omnia

Le Confessioni

San Benedetto

Vita di San Benedetto

Regola

Cornelio Fabro

Breve introduzione al Tomismo

abr 292011
 
PRIMERA PARTE
LA PROFESIÓN DE LA FE
PARS PRIMA
PROFESSIO FIDEI
PRIMERA SECCIÓN
«CREO»-«CREEMOS»
SECTIO PRIMA
« CREDO » – « CREDIMUS »
26 Cuando profesamos nuestra fe, comenzamos diciendo: “Creo” o “Creemos”. Antes de exponer la fe de la Iglesia tal como es confesada en el Credo, celebrada en la Liturgia, vivida en la práctica de los mandamientos y en la oración, nos preguntamos qué significa “creer”. La fe es la respuesta del hombre a Dios que se revela y se entrega a él, dando al mismo tiempo una luz sobreabundante al hombre que busca el sentido último de su vida. Por ello consideramos primeramente esta búsqueda del hombre (capítulo primero), a continuación la Revelación divina, por la cual Dios viene al encuentro del hombre (capítulo segundo), y finalmente la respuesta de la fe (capítulo tercero). 26 Cum nostram profitemur fidem, verbo incipimus: « Credo » vel « Credimus ». Antequam Ecclesiae fidem exponamus, qualem in Symbolo confitemur, qualis in liturgia celebratur, qualis in vitam per mandatorum observantiam ducitur atque per orationem, quaestionem nobis proponamus: quid « credere » significet. Fides est responsio ab homine data Deo, qui Se illi revelat et donat, simul abundantissimam afferens lucem homini in sensum vitae suae inquirenti ultimum. Hanc igitur hominis inquisitionem imprimis consideramus (caput primum), deinde Revelationem divinam, per quam Deus homini occurrit (caput secundum), denique fidei responsum (caput tertium).
CAPÍTULO PRIMERO:
EL HOMBRE ES “CAPAZ” DE DIOS
CAPUT PRIMUM
HOMO EST DEI « CAPAX »
I. El deseo de Dios I. De desiderio Dei
27 El deseo de Dios está inscrito en el corazón del hombre, porque el hombre ha sido creado por Dios y para Dios; y Dios no cesa de atraer al hombre hacia sí, y sólo en Dios encontrará el hombre la verdad y la dicha que no cesa de buscar: 27 Dei desiderium in corde hominis est inscriptum, quia homo a Deo et ad Deum creatus est; Deus autem hominem ad Se allicere non desinit, et solummodo in Deo inveniet homo veritatem et beatitudinem quas indesinenter exquirit:
«La razón más alta de la dignidad humana consiste en la vocación del hombre a la comunión con Dios. El hombre es invitado al diálogo con Dios desde su nacimiento; pues no existe sino porque, creado por Dios por amor, es conservado siempre por amor; y no vive plenamente según la verdad si no reconoce libremente aquel amor y se entrega a su Creador» (GS 19,1). « Dignitatis humanae eximia ratio in vocatione hominis ad communionem cum Deo consistit. Ad colloquium cum Deo iam inde ab ortu suo invitatur homo: non enim exsistit, nisi quia, a Deo ex amore creatus, semper ex amore conservatur; nec plene secundum veritatem vivit, nisi amorem illum libere agnoscat et Creatori suo se committat ».1
28 De múltiples maneras, en su historia, y hasta el día de hoy, los hombres han expresado su búsqueda de Dios por medio de sus creencias y sus comportamientos religiosos (oraciones, sacrificios, cultos, meditaciones, etc.). A pesar de las ambigüedades que pueden entrañar, estas formas de expresión son tan universales que se puede llamar al hombre un ser religioso: 28 Homines, in historia sua ad haec usque tempora, multiplici modo, suam Dei inquisitionem expresserunt suis religiosis et persuasionibus et se gerendi rationibus (precibus, sacrificiis, cultibus, meditationibus etc.). Hae expressionis formae, quamquam ambiguitates secum ferre possunt, ita sunt universales, ut homo ens religiosum appellari possit:
Dios «creó […], de un solo principio, todo el linaje humano, para que habitase sobre toda la faz de la tierra y determinó con exactitud el tiempo y los límites del lugar donde habían de habitar, con el fin de que buscasen a Dios, para ver si a tientas le buscaban y le hallaban; por más que no se encuentra lejos de cada uno de nosotros; pues en él vivimos, nos movemos y existimos» (Hch 17, 26-28). Deus « fecit […] ex uno omne genus hominum inhabitare super universam faciem terrae, definiens statuta tempora et terminos habitationis eorum, quaerere Deum si forte attrectent Eum et inveniant, quamvis non longe sit ab unoquoque nostrum. In Ipso enim vivimus et movemur et sumus » (Act 17,26-28).
29 Pero esta “unión íntima y vital con Dios” (GS 19,1) puede ser olvidada, desconocida e incluso rechazada explícitamente por el hombre. Tales actitudes pueden tener orígenes muy diversos (cf. GS 19-21): la rebelión contra el mal en el mundo, la ignorancia o la indiferencia religiosas, los afanes del mundo y de las riquezas (cf. Mt 13,22), el mal ejemplo de los creyentes, las corrientes del pensamiento hostiles a la religión, y finalmente esa actitud del hombre pecador que, por miedo, se oculta de Dios (cf. Gn 3,8-10) y huye ante su llamada (cf. Jon 1,3). 29 Attamen homo « hanc intimam ac vitalem cum Deo coniunctionem »2 oblivisci, neglegere, immo explicite reiicere potest. Tales habitudines e fontibus valde diversis possunt oriri:3 e rebellione contra malum quod est in mundo, e religiosis ignorantia vel indifferentia, e saeculi et divitiarum sollicitudine,4 e pravo credentium exemplo, e cogitationum tendentiis religioni adversantibus, ex habitudine denique hominis peccatoris ob timorem se a Deo abscondentis5 et ab Eius vocatione fugientis.6
30 “Alégrese el corazón de los que buscan a Dios” (Sal 105,3). Si el hombre puede olvidar o rechazar a Dios, Dios no cesa de llamar a todo hombre a buscarle para que viva y encuentre la dicha. Pero esta búsqueda exige del hombre todo el esfuerzo de su inteligencia, la rectitud de su voluntad, “un corazón recto”, y también el testimonio de otros que le enseñen a buscar a Dios. 30 « Laetetur cor quaerentium Dominum » (Ps 105,3). Si homo potest Dei oblivisci aut Illum respuere, Ipse tamen Deus omnem hominem ad Ipsum quaerendum vocare non desinit, ut homo vivat et beatitudinem inveniat. Haec autem inquisitio ab homine requirit totum eius intelligentiae nisum, eius voluntatis rectitudinem, « cor rectum » atque etiam testimonium aliorum qui eum doceant Deum quaerere.
«Tú eres grande, Señor, y muy digno de alabanza: grande es tu poder, y tu sabiduría no tiene medida. Y el hombre, pequeña parte de tu creación, pretende alabarte, precisamente el hombre que, revestido de su condición mortal, lleva en sí el testimonio de su pecado y el testimonio de que tú resistes a los soberbios. A pesar de todo, el hombre, pequeña parte de tu creación, quiere alabarte. Tú mismo le incitas a ello, haciendo que encuentre sus delicias en tu alabanza, porque nos has hecho para ti y nuestro corazón está inquieto mientras no descansa en ti» (San Agustín, Confessiones, 1,1,1). « Magnus es, Domine, et laudabilis valde: magna virtus Tua et sapientiae Tuae non est numerus. Et laudare Te vult homo, aliqua portio creaturae Tuae, et homo circumferens mortalitatem suam, circumferens testimonium peccati sui et testimonium quia superbis resistis: et tamen laudare Te vult homo, aliqua portio creaturae Tuae. Tu excitas, ut laudare Te delectet, quia fecisti nos ad Te, et inquietum est cor nostrum, donec requiescat in Te ».7
II Las  vías de acceso al conocimiento de Dios II. De viis, quibus ad Deum cognoscendum habetur accessus
31 Creado a imagen de Dios, llamado a conocer y amar a Dios, el hombre que busca a Dios descubre ciertas “vías” para acceder al conocimiento de Dios. Se las llama también “pruebas de la existencia de Dios”, no en el sentido de las pruebas propias de las ciencias naturales, sino en el sentido de “argumentos convergentes y convincentes” que permiten llegar a verdaderas certezas. 31 Homo, ad Dei imaginem creatus et ad Deum cognoscendum et amandum vocatus, cum Deum quaerit, quasdam detegit « vias » ut ad Dei accedat cognitionem. Illae etiam « argumenta exsistentiae Dei » appellantur, non tamen eodem sensu quo scientiae naturales quaerunt argumenta, sed quatenus « argumenta convergentia et persuadentia » sunt quae ad veras certitudines pertingere sinunt.
Estas “vías” para acercarse a Dios tienen como punto de partida la creación: el mundo material y la persona humana. Hae « viae » Deo appropinquandi initium a creatione sumunt: a mundo materiali et a persona humana.
32 El mundo: A partir del movimiento y del devenir, de la contingencia, del orden y de la belleza del mundo se puede conocer a Dios como origen y fin del universo. 32 Mundus: Deus potest, ex motu et efficientia, ex contingentia, ex ordine et pulchritudine mundi, ut origo et finis universi cognosci.
San Pablo afirma refiriéndose a los paganos: “Lo que de Dios se puede conocer, está en ellos manifiesto: Dios se lo manifestó. Porque lo invisible de Dios, desde la creación del mundo se deja ver a la inteligencia a través de sus obras: su poder eterno y su divinidad” (Rm 1,19-20; cf. Hch 14,15.17; 17,27-28; Sb 13,1-9). Sanctus Paulus de gentibus affirmat: « Quod noscibile est Dei, manifestum est in illis; Deus enim illis manifestavit. Invisibilia enim Ipsius a creatura mundi per ea, quae facta sunt, intellecta conspiciuntur, sempiterna Eius et virtus et divinitas » (Rom 1,19-20).8
Y san Agustín: “Interroga a la belleza de la tierra, interroga a la belleza del mar, interroga a la belleza del aire que se dilata y se difunde, interroga a la belleza del cielo […] interroga a todas estas realidades. Todas te responde: Ve, nosotras somos bellas. Su belleza es su proclamación (confessio). Estas bellezas sujetas a cambio, ¿quién las ha hecho sino la Suma Belleza (Pulcher), no sujeta a cambio?” (Sermo 241, 2: PL 38, 1134). Atque sanctus Augustinus dicit: « Interroga pulchritudinem terrae, interroga pulchritudinem maris, interroga pulchritudinem dilatati et diffusi aeris, interroga pulchritudinem coeli, […] interroga ista. Respondent tibi omnia: Ecce vide, pulchra sumus. Pulchritudo eorum, confessio eorum. Ista pulchra mutabilia quis fecit, nisi incommutabilis Pulcher? ».9
33 El hombre: Con su apertura a la verdad y a la belleza, con su sentido del bien moral, con su libertad y la voz de su conciencia, con su aspiración al infinito y a la dicha, el hombre se interroga sobre la existencia de Dios. En todo esto se perciben signos de su alma espiritual. La “semilla de eternidad que lleva en sí, al ser irreductible a la sola materia” (GS 18,1; cf. 14,2), su alma, no puede tener origen más que en Dios. 33 Homo: allectus sua veritati et pulchritudini apertione, boni moralis sensu, libertate et suae conscientiae voce, infiniti et beatitudinis appetitu homo de exsistentia Dei se interrogat. In his omnibus, animae suae spiritualis percipit signa. « Semen aeternitatis, quod [homo] in se gerit, ad solam materiam cum irreductibile sit »,10 eius anima originem ducere nequit nisi a solo Deo.
34 El mundo y el hombre atestiguan que no tienen en ellos mismos ni su primer principio ni su fin último, sino que participan de Aquel que es el Ser en sí, sin origen y sin fin. Así, por estas diversas “vías”, el hombre puede acceder al conocimiento de la existencia de una realidad que es la causa primera y el fin último de todo, “y que todos llaman Dios” (San Tomás de Aquino, S.Th. 1, q. 2 a. 3, c.). 34 Mundus et homo testantur se in semetipsis neque primum principium neque finem habere ultimum, sed participare illius « Esse » quod in se est sine origine et sine fine. Sic, per varias huiusmodi « vias », homo accedere potest ad cognitionem exsistentiae illius realitatis quae est causa prima finisque ultimus omnium et « quam omnes Deum nominant ».11
35 Las facultades del hombre lo hacen capaz de conocer la existencia de un Dios personal. Pero para que el hombre pueda entrar en la intimidad de Él ha querido revelarse al hombre y darle la gracia de poder acoger en la fe esa revelación. Sin embargo, las pruebas de la existencia de Dios pueden disponer a la fe y ayudar a ver que la fe no se opone a la razón humana. 35 Hominis facultates illum capacem efficiunt Dei personalis exsistentiam cognoscendi. Sed ut homo in Eius intimitatem ingredi possit, voluit Deus Se homini revelare illique gratiam conferre qua hanc Revelationem per fidem accipere possit. Nihilominus argumenta exsistentiae Dei ad fidem disponere possunt atque adiutorio esse ut fides humanae rationi non opponi perspiciatur.
III El conocimiento de Dios según la Iglesia III. De Dei cognitione secundum Ecclesiam
36 “La Santa Madre Iglesia, mantiene y enseña que Dios, principio y fin de todas las cosas, puede ser conocido con certeza mediante la luz natural de la razón humana a partir de las cosas creadas” (Concilio Vaticano I, Const. dogm. Dei Filius, c.2: DS 3004; cf. Ibíd., De revelatione, canon 2: DS 3026; Concilio Vaticano II, DV 6). Sin esta capacidad, el hombre no podría acoger la revelación de Dios. El hombre tiene esta capacidad porque ha sido creado “a imagen de Dios” (cf. Gn 1,27). 36 « Sancta Mater Ecclesia tenet et docet, Deum, rerum omnium principium et finem, naturali humanae rationis lumine e rebus creatis certo cognosci posse ».12 Sine hac capacitate, homo Revelationem Dei accipere nequiret. Hanc vero capacitatem habet homo quia « ad imaginem Dei » creatus est (Gn 1,27).
37 Sin embargo, en las condiciones históricas en que se encuentra, el hombre experimenta muchas dificultades para conocer a Dios con la sola luz de su razón: 37 Attamen homo in condicionibus historicis, in quibus versatur, plures experitur difficultates ad Deum solo rationis lumine cognoscendum.
«A pesar de que la razón humana, sencillamente hablando, pueda verdaderamente por sus fuerzas y su luz naturales, llegar a un conocimiento verdadero y cierto de un Dios personal, que protege y gobierna el mundo por su providencia, así como de una ley natural puesta por el Creador en nuestras almas, sin embargo hay muchos obstáculos que impiden a esta misma razón usar eficazmente y con fruto su poder natural; porque las verdades que se refieren a Dios y a los hombres sobrepasan absolutamente el orden de las cosas sensibles, y cuando deben traducirse en actos y proyectarse en la vida exigen que el hombre se entregue y renuncie a sí mismo. El espíritu humano, para adquirir semejantes verdades, padece dificultad por parte de los sentidos y de la imaginación, así como de los malos deseos nacidos del pecado original. De ahí procede que en semejantes materias los hombres se persuadan de que son falsas, o al menos dudosas, las cosas que no quisieran que fuesen verdaderas (Pío XII, enc. Humani generis: DS 3875). « Licet humana ratio, simpliciter loquendo, veram et certam cognitionem unius Dei personalis, mundum providentia Sua tuentis ac gubernantis, necnon naturalis legis a Creatore nostris animis inditae, suis naturalibus viribus ac lumine assequi revera possit, nihilominus non pauca obstant, quominus eadem ratio hac sua nativa facultate efficaciter fructuoseque utatur. Quae enim ad Deum pertinent et ad rationes spectant, quae inter homines Deumque intercedunt, veritates sunt rerum sensibilium ordinem omnino transcendentes, quae, cum in vitae actionem inducuntur eamque informant, sui devotionem suique abnegationem postulant. Humanus autem intellectus in talibus veritatibus acquirendis difficultate laborat tum ob sensuum imaginationisque impulsum, tum ob pravas cupiditates ex peccato originali ortas. Quo fit ut homines in rebus huiusmodi libenter sibi suadeant esse falsa vel saltem dubia, quae ipsi nolint esse vera ».13
38 Por esto el hombre necesita ser iluminado por la revelación de Dios, no solamente acerca de lo que supera su entendimiento, sino también sobre “las verdades religiosas y morales que de suyo no son inaccesibles a la razón, a fin de que puedan ser, en el estado actual del género humano, conocidas de todos sin dificultad, con una certeza firme y sin mezcla de error” (ibid., DS 3876; cf. Concilio Vaticano I: DS 3005; DV 6; santo Tomás de Aquino, S.Th. 1, q. 1 a. 1, c.). 38 Hac de causa, homo eget per Dei Revelationem illuminari non solum circa ea quae suum superant intellectum, sed etiam « ut ea, quae in rebus religionis et morum rationi per se impervia non sunt, in praesenti quoque humani generis condicione, ab omnibus expedite, firma certitudine et nullo admixto errore cognosci possint ».14
IV ¿Cómo hablar de Dios? IV. Quomodo de Deo loquendum?
39 Al defender la capacidad de la razón humana para conocer a Dios, la Iglesia expresa su confianza en la posibilidad de hablar de Dios a todos los hombres y con todos los hombres. Esta convicción está en la base de su diálogo con las otras religiones, con la filosofía y las ciencias, y también con los no creyentes y los ateos. 39 Ecclesia, cum rationis humanae capacitatem Deum cognoscendi defendit, suam exprimit fiduciam de sua omnibus hominibus et cum omnibus hominibus de Deo loquendi possibilitate. Ab hac persuasione, eius colloquium cum aliis religionibus, cum philosophia et scientia, atque etiam cum non credentibus et atheis initium sumit.
40 Puesto que nuestro conocimiento de Dios es limitado, nuestro lenguaje sobre Dios lo es también. No podemos nombrar a Dios sino a partir de las criaturas, y según nuestro modo humano limitado de conocer y de pensar. 40 Cum nostra de Deo cognitio sit limitata, locutiones nostrae de Deo pariter limitatae sunt. Deum nominare nequimus nisi a creaturis procedentes atque secundum nostrum humanum limitatum cognoscendi et cogitandi modum.
41 Todas las criaturas poseen una cierta semejanza con Dios, muy especialmente el hombre creado a imagen y semejanza de Dios. Las múltiples perfecciones de las criaturas (su verdad, su bondad, su belleza) reflejan, por tanto, la perfección infinita de Dios. Por ello, podemos nombrar a Dios a partir de las perfecciones de sus criaturas, “pues de la grandeza y hermosura de las criaturas se llega, por analogía, a contemplar a su Autor” (Sb 13,5). 41 Omnes creaturae quandam cum Deo prae se ferunt similitudinem, singulariter autem homo ad Dei imaginem et similitudinem creatus. Multiplices creaturarum perfectiones (earum veritas, bonitas, pulchritudo) Dei perfectionem reverberant infinitam. Hac de causa, Deum valemus nominare ab Eius creaturarum procedentes perfectionibus, « a magnitudine enim et pulchritudine creaturarum cognoscibiliter potest Creator horum videri » (Sap 13,5).
42 Dios transciende toda criatura. Es preciso, pues, purificar sin cesar nuestro lenguaje de todo lo que tiene de limitado, de expresión por medio de imágenes, de imperfecto, para no confundir al Dios “que está por encima de todo nombre y de todo entendimiento, el invisible y fuera de todo alcance” (Liturgia bizantina. Anáfora de san Juan Crisóstomo) con nuestras representaciones humanas. Nuestras palabras humanas quedan siempre más acá del Misterio de Dios. 42 Deus omnem transcendit creaturam. Necessarium igitur est nostras indesinenter locutiones purificare ab eo quod limitatum, imaginarium et imperfectum est, ne Deum, qui est « ineffabilis, incomprehensibilis, invisibilis, inexcogitabilis »,15 cum nostris humanis confundamus repraesentationibus. Nostra humana verba semper citra Dei manent mysterium.
43 Al hablar así de Dios, nuestro lenguaje se expresa ciertamente de modo humano, pero capta realmente a Dios mismo, sin poder, no obstante, expresarlo en su infinita simplicidad. Es preciso recordar, en efecto, que “entre el Creador y la criatura no se puede señalar una semejanza tal que la desemejanza entre ellos no sea mayor todavía” (Concilio de Letrán IV: DS 806), y que “nosotros no podemos captar de Dios lo que Él es, sino solamente lo que no es, y cómo los otros seres se sitúan con relación a Ël” (Santo Tomás de Aquino, Summa contra gentiles, 1,30). 43 Cum sic de Deo loquimur, nostrae locutiones humano utique modo exprimuntur, sed revera Deum Ipsum attingunt, quin tamen Ipsum in Eius infinita exprimere possint simplicitate. Illud etenim in memoriam revocare oportet: « Inter Creatorem et creaturam non potest similitudo notari, quin inter eos maior sit dissimilitudo »;16 atque etiam: « Non enim de Deo capere possumus quid est, sed quid non est, et qualiter alia se habeant ad Ipsum ».17
Resumen Compendium
44 El hombre es por naturaleza y por vocación un ser religioso. Viniendo de Dios y yendo hacia Dios, el hombre no vive una vida plenamente humana si no vive libremente su vínculo con Dios. 44 Homo natura et vocatione est ens religiosum. Cum vero homo a Deo veniat et ad Deum vadat, vita plene humana non vivit, nisi libere coniunctus vivat cum Deo.
45 El hombre está hecho para vivir en comunión con Dios, en quien encuentra su dicha.”Cuando yo me adhiera a ti con todo mi ser, no habrá ya para mi penas ni pruebas, y mi vida, toda llena de ti, será plena” (San Agustín, Confessiones, 10,28,39). 45 Homo factus est ut in communione vivat cum Deo, in quo eius invenitur felicitas. « Cum inhaesero Tibi ex omni me, nusquam erit mihi dolor et labor, et viva erit vita mea tota plena Te ».18
46 Cuando el hombre escucha el mensaje de las criaturas y la voz de su conciencia, entonces puede alcanzar a certeza de la existencia de Dios, causa y fin de todo. 46 Cum creaturarum nuntium suaeque conscientiae auscultat vocem, homo ad certitudinem existentiae Dei, causae et finis omnium, pervenire potest.
47 La Iglesia enseña que el Dios único y verdadero, nuestro Creador y Señor, puede ser conocido con certeza por sus obras, gracias a la luz natural de la razón humana (cf. Concilio Vaticano I: DS 3026). 47 Ecclesia docet Deum unum et verum, nostrum Creatorem et Dominum, per Eius opera, naturali rationis humanae lumine certo cognosci posse.19
48 Nosotros podemos realmente nombrar a Dios partiendo de las múltiples perfecciones de las criaturas, semejanzas del Dios infinitamente perfecto, aunque nuestro lenguaje limitado no agote su misterio. 48 Deum revera nominare possumus procedentes a multiplicibus creaturarum perfectionibus, quae Dei infinite perfecti sunt similitudines, licet nostrae finitae locutiones Eius non exhauriant mysterium.
49 “Sin el Creador la criatura se […] diluye” (GS 36). He aquí por qué los creyentes saben que son impulsados por el amor de Cristo a llevar la luz del Dios vivo a los que no le conocen o le rechazan. 49 « Creatura […] sine Creatore evanescit ».20 Propterea credentes sciunt se amore Christi urgeri ut Dei viventis lumen afferant ad illos, qui Eum ignorant vel respuunt.
(1) Concilium Vaticanum II, Const. past. Gaudium et spes, 19: AAS 58 (1966) 1038-1039.

(2) Concilium Vaticanum II, Const. past. Gaudium et spes, 19: AAS 58 (1966) 1039.

(3) Cf Concilium Vaticanum II, Const. past. Gaudium et spes, 19-21: AAS 58 (1966) 1038-1042.

(4) Cf Mt 13,22.

(5) Cf Gn 3,8-10.

(6) Cf Ion 1,3.

(7) Sanctus Augustinus, Confessiones, 1, 1, 1: CCL 27, 1 (PL 32, 659-661).

(8) Cf Act 14,15-17; 17,27-28; Sap 13,1-9.

(9) Sanctus Augustinus, Sermo 241, 2: PL 38, 1134.

(10) Concilium Vaticanum II, Const. past. Gaudium et spes, 18: AAS 58 (1966) 1038; cf Ibid., 14: AAS 58 (1966) 1036.

(11) Sanctus Thomas Aquinas, Summa theologiae, I, q. 2, a. 3, c: Ed. Leon. 4, 31.

(12) Concilium Vaticanum I, Const. dogm. Dei Filius, c. 2: DS 3004; cf Ibid., De Revelatione, canon 2: DS 3026; Concilium Vaticanum II, Const. dogm. Dei Verbum, 6: AAS 58 (1966) 819.

(13) Pius XII, Litt. enc. Humani generis: DS 3875.

(14) Ibid.: DS 3876. Cf Concilium Vaticanum I, Const. dogm. Dei Filius, c. 2: DS 3005; Concilium Vaticanum II, Const. dogm. Dei Verbum, 6: AAS 58 (1966) 819-820; Sanctus Thomas Aquinas, Summa theologiae, I, q. 1, a. 1, c: Ed. Leon. 4, 6.

(15) Liturgia Byzantina. Anaphora sancti Ioannis Chrysostomi: Liturgies Eastern and Western, ed. F.E. Brightman (Oxford 1896) p. 384 (PG 63, 915).

(16) Concilium Lateranense IV, Cap. 2. De errore abbatis Ioachim: DS 806.

(17) Sanctus Thomas Aquinas, Summa contra gentiles, 1, 30: Ed. Leon. 13, 92.

(18) Sanctus Augustinus, Confessiones, 10, 28, 39: CCL 27, 175 (PL 32, 795).

(19) Cf Concilium Vaticanum I, Const. dogm. Dei Filius, De revelatione, canon 2: DS 3026.

(20) Concilium Vaticanum II, Const. past. Gaudium et spes, 36: AAS 58 (1966) 1054.