ago 312012
 

Salve Regina in latine

Haec oratio, quam multi compositores in musica ornaverunt praesertim in cantu gregoriano, putatur Hermannum Contractum primum scripsisse in Reichenan, Germania. Postquam Sanctus Bernardus Claraevallensis addicit in hac deprecatione: O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria.

Cum ea finitur rosarium Virginis Mariae et Completorium Liturgiae Horarum.

Maria Virginis

Maria Virginis

Salve Regina in latine Tradução literal
Salve, Regina, Mater misericordiae, Salve Rainha, Mãe de misericórdia,
vita, dulcedo, et spes nostra, salve. vida, doçura e esperança nossa, salve!
Ad te clamamus, exsules filii Hevae, A vós bradamos, os degredados filhos de Eva.
ad te suspiramus, gementes et flentes A vós suspiramos, gemendo e chorando
in hac lacrimarum valle. neste vale de lágrimas.
Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos Eia pois, advogada nossa, esses vossos olhos
misericordes oculos ad nos converte; misericordiosos a nós volvei;
et Jesum, benedictum fructum ventris tui, e Jesus, bendito fruto de vosso ventre,
nobis post hoc exilium ostende. A nós depois deste desterro mostrai.
O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria. ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria!
V.: Ora pro nobis sancta Dei Genetrix. V.: Rogai por nós, santa Mãe de Deus.
R.: Ut digni efficiamur promissionibus Christi. R.: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
out 122011
 

Gnosticismo

O maior perigo para a Igreja nos primeiros séculos de sua História, de fato, consistiu numa subtil e venenosa heresia chamada Gnosticismo. Gnose é uma palavra grega que significa conhecimento, este pretende negar a Revelação divina que é o fato de Deus se dar a conhecer às criaturas humanas e lhes revelar seus eternos desígnios de salvação. A Igreja, como guardiã da Revelação, é também a guardiã e mestra do verdadeiro conhecimento a respeito de Deus. Santo Irineu ensinava que a verdadeira gnose é a doutrina dos Apóstolos (Santo Irineu, Contra as heresias, IV, 33,8). A Religião Cristã, por outro lado, é religião de mistério, e nela há uma dimensão infinita da verdade divina que não é alcançável pela inteligência humana, mas ante à qual, a razão deve se inclinar reverente e submissa. Entretanto, em todos os tempos, houve espíritos insatisfeitos ante essa contingência humana nos quais fervia o desejo de perscrutar, com seus meros recursos de inteligência, horizontes que só a Revelação nos pode descortinar.

Santo Irineu de Lyon

Santo Irineu de Lyon

Deste modo também em todos os tempos, a posse de pretensos conhecimentos secretos, a respeito da origem do mundo e da vida, do bem e do mal, revelados apenas a iniciados, cativou certos espíritos. O gnosticismo tem nisso sua origem.

Com existência muita antiga — há quem diga que ela se perde na noite dos tempos — o gnosticismo permanece, ele mesmo, um mistério. Pode-se, em todo caso, distinguir uma gnose pagã, manifestada no Egito, na Índia, na Grécia na Pérsia, e em muitos outros lugares, de uma gnose judaica e de outra “cristã”, ou seja, impregnações do gnosticismo, no judaísmo e no cristianismo.

O Gnosticismo é uma doutrina extremamente complexa, imprecisa, confusa, e nem sequer se pode dizer que é uma corrente doutrinária. São, na verdade, muitas correntes, adaptadas aos mais diversos tipos de psicologias, com diferentes graus de segredo. Pode-se, entretanto, discernir nelas algumas linhas gerais.

O que sobretudo move os gnósticos é a preocupação de explicar a origem do mal. Se Deus é bom e só pode criar coisas boas, como explicar o aparecimento de seres  imperfeitos e do mal, sobretudo do mal moral? Recusando eles os divinos ensinamentos sobre a criação e o pecado, engendram fantasiosas e contraditórias explicações: O Deus único e perfeito é na origem um Pan (tudo), posto num estado de perfeita harmonia e felicidade. Em determinado momento, deste tudo, destacou-se uma partícula, que tomando consciência de sua individualidade, se afirmou como um princípio do mal, e determinou uma explosão, neste tudo divino, provindo daí o que nós chamamos Criação. Tal explosão propiciou a existência de seres diferenciados e desiguais, resultando a concepção de que, não só a criação é um mal, mas sobretudo é má a existência de seres individuais e desiguais. E a desigualdade, por ser a mais expressiva manifestação da diferenciação, se afigura aos gnósticos como um mal sumamente rejeitável. Os seres individuais, que teriam resultado desta fragmentação do “deus”, são denominados eons, e foram aprisionados à matéria, produto do “deus mau”. Razão pela qual os gnósticos tem a matéria —  e portanto o corpo humano —,  em oposição ao espírito, como essencialmente má.

Temos, deste modo, a concepção gnóstica chamada dualismo, ou seja a existência de dois deuses: um “mau” outro “bom”. Esses dois deuses estariam em oposição, e a vitória do “bom” consistiria em alcançar — pelo desprezo crescente das coisas inferiores, especialmente das ligadas à matéria — a aniquilação dos condicionamentos materiais, das características pessoais e até das próprias individualidades, para restabelecer o “Pleroma” (a unidade inicial). Isso se faria levando os seres “hilicos” (dominados pela matéria), a ascenderem à condição de “psíquicos” (que estão em luta com os seres inferiores e com a matéria); e estes últimos chegarem à condição de “gnósticos” perfeitos” ou “puros”, (que teriam aniquilado em si tudo o que é inferior e que os diferencia dos outros) alcançando assim a condição de “salvos”, prontos para se reintegrarem no “tudo” primitivo, ou seja, reconstituírem o Pleroma. O “Tudo” o “Pleroma”, para o qual se caminharia por uma ascese de aniquilação da própria individualidade, vem a ser também, logicamente, um “nada”, um abismo eterno, contradição na qual não se pode deixar de discernir o sinal “digital” do “pai da mentira”. 

Como foi dito acima, na ordem concreta, a gnose dissolvia essa “tintura mãe” em muitos coloridos e muitos matizes diversos, e se beneficiava da atração natural que o espírito humano tem pelos conhecimentos secretos, para comunicá-la gradualmente a seus neófitos.

O contato de tais doutrinas com o Evangelho suscitou o gnosticismo “cristão”, ou seja uma concepção gnóstica do cristianismo. Assim, o deus mau vem a ser o Deus do Antigo Testamento, criador e justiceiro, que diferencia, discrimina,  premiando uns e punindo outros, e que subjugou o “deus” bom. Em revide uma emanação deste “deus” bom, o demiurgo, se impôs, e veio pregar o perdão, a união, a igualdade , a fraternidade, etc. Este demiurgo seria, para eles, Nosso Senhor Jesus Cristo, que teria vindo realizar obra oposta ao Deus do Antigo Testamento.

As sutilezas e camuflagens com que tais doutrinas eram apresentadas fizeram com que elas se transformassem, como foi dito, no maior perigo para a Igreja de Deus naqueles tempos.

Marcionismo e Maniqueísmo

Em contato com gnósticos sírios, um armeiro de nome Marcião, a quem São Policarpo qualificava de primogênito de Satanás — excomungado pelo próprio pai que era bispo — pôs-se a difundir uma doutrina impregnada de ideias gnósticas, que veio a chamar-se Marcionismo. Recusava todo o Antigo Testamento e do novo aceitava apenas alguns livros nos quais julgava encontrar apoio para suas doutrinas. Foi esta, precisamente, a mais perigosa heresia que o Cristianismo enfrentou naqueles primeiros tempos. Contra ela se levantou a invicta pena de São Justino, e mais tarde a brilhante ciência e erudição de Santo Irineu e Tertuliano, grande autor latino. Contido mas não morto, o marcionismo renasce no IV século com Manés, tomando por isso o nome de Maniqueísmo, chegando a colher em suas malhas, por algum tempo, aquele que veio a ser seu brilhante vencedor: Santo Agostinho. Mesmo vencido pela lógica e pela dialética desses grandes doutores, o gnosticismo marcionita, ressurgirá  peçonhento, no século XIII, com os cátaros (puros), como veremos mais adiante.

set 192011
 
Canis,is (m)
Canis,is (m)
Latine (em latim) Francogalice (em francês) Lusitane (em português)
Agnus, i (m) L’agneau Cordeiro
Aper, apri (m.) Le sanglier Javali
Apis,is (f.) L’abeille Abelha
Aquila, ae (f.) L’aigle Águia
Asinus, i (m.) L’âne Asno (burro)
Avis,is (m., f.) L’oiseau Ave
Bos, bovis (m) Le boeuf Boi
Camelus,i (m.) Le chameau Camelo
Capella, ae (f.) La chèvre Cabra
Columba,ae (f.) Le colombe Pomba
Curvus,I (m.) Le corbeau Corvo
Elepha,antis (m.) l‘éléphant Elefante
Equus,i (m.) Le cheval Cavalo
Gallina, ae (f.) La poule Galinha
Leo,onis (m.) Le lion Leão
Lepus, oris (m.) Le lièvre Lebre
Ovis, is (f) La brebis Ovelha
Piscis, is (m.) Le poisson Peixe
Rana,ae (f.) Le grenouille
Serpens,entis (f.) Le serpent Serpent
Simius, ii (m.) Le singe Macaco
Taurus,i (m) Le Taureau Touro
Tigris,is (idis) (m., f.) Le tigre Tigre
Ursus,I (m.) L’ours Urso
Vulpes,is (f.) Le renard Raposa
Sciurus,i (m.)
Sciurus,i (m.)
jun 262011
 

Provérbios Latinos (Parte III, Q-Z)

Ubi Petrus, ibi Ecclesia

Ubi Petrus, ibi Ecclesia

40. Qualis vita, finis ita: Tal vida, tal morte. Não pode morrer bem aquele que viveu mal, é o princípio aceito pelos mestres da vida espiritual.
41. Quia nominor leo: Porque me chamo leão. Trecho de Fedro usado para estigmatizar aqueles que abusam de sua posição ou força, para oprimir os fracos.
42. Qui potest capere, capiat: Quem é apto para o admitir, admita. Palavras com que Cristo conclui sua exortação à prática da castidade perfeita (Mateus, 19, 12).
43. Quot capita, tot sensus: Quantas cabeças, tantas sentenças.
44. Quo vadis?: Aonde vais? Pergunta que, segundo a tradição, teria feito Cristo a Pedro na Via Ápia, quando o apóstolo fugia da perseguição de Nero.
45. Similia similibus curantur: Os semelhantes curam-se pelos semelhantes. Med Lema da homeopatia que se opõe à alopatia cujo princípio é: contraria contrariis curantur.
46. Si vis pacem, para bellum: Se queres a paz, prepara a guerra. Aforismo ainda hoje seguido pelas nações, que procuram fortalecer-se a fim de evitar uma eventual agressão.
47. Tabula rasa: Tábua raspada. Expressão muito empregada em linguagem filosófica de origem aristotélica. Aristóteles admitia que o espírito humano era, antes de qualquer experiência, inteiramente vazio como as tabuinhas cobertas de cera em que nada fora escrito.
48. Tempus est optimus judex rerum omnium: O tempo é o melhor juiz de todas as coisas.
49. Timeo hominem unius libri: Temo o homem de um só livro. Santo Tomás de Aquino empregou esta expressão para dizer que temia aquele que não tinha uma cultura vasta, mas era adversário temível quando se aprofundava no estudo de uma especialidade.
50. Tua res agitur: Trata-se de coisa tua. É de teu interesse (Horácio, Epístola I, 18, 84).
51. Tulit alter honores: Outro teve as honras. Queixa de Virgílio por ver outros colherem os frutos do seu trabalho.
52. Tu quoque fili!: Tu também, filho! Exclamação de César ao ver Bruto, considerado seu filho, entre os conspiradores.
53. Ubi Petrus, ibi Ecclesia: Onde (está) Pedro aí (está) a Igreja. Provérbio muito citado pelos apologistas católicos que só consideravam verdadeira a igreja que estivesse em comunhão com o pontífice romano.
54. Vae soli!: lat Ai do solitário! Expressão com que o Eclesiastes (IV, 10) lamenta a fraqueza do homem abandonado à própria sorte.
55. Veni, vidi, vici: Vim, vi, venci. Palavras com que César anunciou, ao Senado Romano, sua vitória sobre Farnaces, rei do Ponto, no ano 47 a. C. São citadas como alusão a um êxito seguro e rápido em qualquer empreendimento.
56. Verba volant, scripta manent: As palavras voam, os escritos permanecem. Provérbio de grande atualidade que aconselha prudência em pronunciamentos comprometedores e na assinatura de contratos bilaterais.
57. Vincit omnia veritas: A verdade vence todas as coisas.
58. Volenti nihil difficile: Nada é difícil a quem quer; querer é poder.
59. Vox populi, vox Dei: Voz do povo, voz de Deus. O assentimento de um povo pode ser o critério de verdade.
60. Vulnerant omnes, ultima necat: Todas ferem, a última mata. Inscrição filosófica em mostradores de relógios. Cada hora fere a nossa vida até que a derradeira a roube.

Os 60 frasses mais famosas em latim (I)

As 60 frases mais famosas em latim (II)

jun 222011
 

Quem foi o autor do hino gregoriano Adoro te devote?

O mundo viu nascer Tomás de Aquino no ano de 1225, no castelo de Roccasecca, próximo a Nápoles, na Itália. Dos sete filhos do conde Landolfo d’Aquino, Tomás era o mais novo. Aos cinco anos, foi enviado ao famoso Convento de Monte Cassino, para lá ser educado. Seu tio, Sunibaldo, era abade e encarregou-se de sua formação. Tudo indica que sua família também ansiava que ele viesse a ser o superior daquele prestigioso mosteiro.
Pouco se sabe deste período de sua vida, a não ser que o “pequeno monge”, ao percorrer o majestoso claustro daquela abadia, inquiria os religiosos sobre um tema que não saía da sua mente: “Que é Deus?”. Não passaram para a história as respostas proferidas. Contudo, parece certo dizer que ninguém lhe respondeu satisfatoriamente, pois, desde criança, ele fez dessa primeira indagação a força motriz que o impulsionaria a produzir a maior obra teológica de todos os tempos.
Ao ingressar na vida acadêmica, rapidamente destacou-se pela prodigiosa fecundidade de pensamento. Esse doutor que mereceu ser chamado “Angélico”, foi um grande luzeiro posto por Deus no meio de sua Igreja, a fim de esclarecer, confortar e animar as almas pelos séculos futuros. Viveu apenas 49 anos, dedicando a metade de sua vida à nobre e árdua tarefa de ensinar nos mais importantes centros universitários da França, Itália e Alemanha.
Guilherme de Tocco, seu primeiro e principal biógrafo, afirmou que “nas aulas o seu gênio começou a brilhar de tal forma e a sua inteligência a revelar-se tão perspicaz, que repetia aos outros estudantes as lições dos mestres de maneira mais elevada, mais clara e mais profunda do que as tinha ouvido” (1).
São Tomás soube unir harmoniosamente a santidade com a genialidade, e a erudição com a virtude, a fim de produzir a maior obra teológica de todos os tempos. Durante os quase oito séculos que separam sua existência da nossa, foi ele sempre exaltado com eloquentes louvores pelos Papas, em termos não comuns em documentos pontifícios.
O Papa João XXII, em 1318, afirmou: “Ele sozinho iluminava a Igreja mais que os outros doutores. Lendo seus livros um homem aproveita mais em um ano do que durante toda a sua vida”(2). São Pio V, em 1567, não foi menos categórico: “A Igreja fez dela a sua doutrina teológica, por ser a mais certa e a mais segura de todas”. E o Papa Leão XIII, em 1892, disse que “se se encontram doutores em desacordo com São Tomás, qualquer que seja o seu mérito, a hesitação não é permitida; sejam os primeiros sacrificados ao segundo”. Por sua vez, o Concílio Vaticano II aconselha que São Tomás seja seguido nos Seminários e nas Universidades católicas. O Papa Paulo VI, comentando esse fato, disse: “é a primeira vez que um Concílio Ecumênico recomenda um teólogo, e este é precisamente São Tomás de Aquino”.

São Tomás de Aquino

São Tomás de Aquino

Festa de Corpus Christi e o Adoro te Devote

Como vimos no post anterior História da solenidade de Corpus Christi e a sequência Lauda Sion (letra em português e latim), São Tomás compôs o ofício litúrgico para a Festa de Corpus Christi. Além da sequência Lauda Sion, o Doutor Angélico compôs o Adoro te devote, o qual disponibilizamos aos leitores de Praecones Latine em sua versão original latina e tradução portuguesa.

Letra do Adoro te Devote em português

1. Devotamente Vos adoro, ó Divindade escondida,
velada realmente nesta figuras:
Meu coração a Vós se submete plenamente,
que desfalece inteiro, Vos contemplando.

2. A vista, o tato, o paladar aqui se enganam,
só o que ouço sustenta a minha Fé.
Pois creio no que disse o Filho do Deus vivo;
E nada há mais verdadeiro que a palavra da Verdade.

3. Na Cruz estava oculta só a divindade;
Aqui também se oculta a humanidade;
Contudo numa e outra creio e confesso,
o que pedia o ladrão arrependido, peço.

4. Como Tomé não vejo as chagas,
por meu Deus, contudo, Vos proclamo.
Que eu creia sempre mais e mais,
em Vós espere, que eu Vos ame.

5. Ó lembrança da morte do Senhor!
Pão vivo que ao homem dais a vida.
Concedei à minha alma em Vós viver,
que a ela seja doce Vos pertencer.

6. Senhor Jesus, pelicano cheio de ternura,
purificai-me por Vosso Sangue, eu imundo.
Deste Sangue pelo qual uma só gota,
basta para limpar os crimes ao mundo.

7. Ó Deus, que agora velado vejo,
concedei ao ardor de meus desejos,
que vendo-Vos um dia face a face,
em gáudio contemple Vossa glória eternamente. Amém.

Letra do Adoro te devote em latim

Para ouvir o cântico gregoriano executado pelos Arautos do Evangelho, clique aqui.

1. Adóro te devóte, látens Déitas,
quae sub his figúris vere látitas:
Tíbi se cor méum tótum súbjicit,
quia te contémplans tótum déficit.

2. Vísus, táctus, gústus in te fállitur,
sed audítu sólo tuto créditur:
Crédo quídquid dixit Déi Fílius:
Nil hoc Vérbo veritátis vérius.

3. In crúce latébat sóla Déitas,
at hic látet simul et humánitas:
Ambo tamen crédens atque cónfitens,
péto quod petívit látro páenitens.

4. Plágas, sicut Thóma, non intúeor:
Déum tamen méum te confíteor:
Fac me tíbi semper magis crédere,
in te spem habére, te dilígere.

5. O memoriále mórtis Dómini,
pánis vívus vítam praestans hómini,
praésta méae ménti de te vívere,
et te ílli semper dúlce sápere.

6. Píe péllicáne Jésu Dómine,
me immúndum múnda túo sánguine,
cújus úna stílla sálvum fácere
tótum múndum quit ab ómni scélere.

7. Jesu, quem velátum nunc aspício,
oro, fiat illud quod tam sítio,
ut te reveláta cernes fácie,
visu sim beátus tuae glóriae. Amen.

Bibliografia
(1) Guillelmus de Tocco: Storia Sancti Thome de Aquino, ed. C. Le Brun Gouanvic, Pontifical Institute of Medieval Studies, Toronto, 1996.
(2) As citações mencionadas neste parágrafo encontram-se na obra: Odilão, Moura. Prefácio a Exposição Sobre o Credo. In: Tomás De Aquino. Exposição Sobre o Credo. 4ª ed. São Paulo: Loyola, 1981. pp. 11-16.

jun 012011
 

Como o próprio Papa João Paulo II afirma na Constituição Apostólica Sacrae Disciplinae Leges, as razões para a promulgação de um novo Código derivaram em geral de dois fatores: primeiro, da nova eclesiologia do Concílio, e segundo, das necessidades pastorais do mundo moderno.

Em vista disto, o Código de 1983 segue os seguintes princípios:

1. considerar a índole jurídica da Igreja, a qual provem de sua natureza social; busca evitar o conflito entre o foro interno e o foro externo;

2. resguardar a autoridade do Supremo Legislador e as demais autoridades subsidiárias;

3. relembrar o princípio de subsidiaridade;

4. afirmar o serviço como fundamento da autoridade em razão da igualdade fundamental dos fieis;

5. distinguir as funções eclesiásticas e a índole territorial no exercício do regime eclesiástico sem olvidar a coação como remédio disciplinar.

6. Estes objetivos resultaram em uma nova disposição sistemática do Código,

7. o qual não procura ser conhecido apenas pelos peritos, mas sobretudo pelos fieis.

John Paul 2

Beatus Ioannes Paulus II

Quare Beatus Ioannes Paulus II novum Codicem Iuris Canonici promulgavit? (Textus in latine)

Sicut ipse Papa in Constitutione Apostolica Sacrae Disciplinae Leges de necessitate novi codicis affirmat, ea provenit praesertim ex duobus fontibus: primum, de nova ecclesiologica Concilii doctrina, et secundum, de necessitatibus pastoralibus in mundo moderno.

Codex anno MCMLXXXIII sequitur principia quaedam:

I. respicere indolem iuridicam ecclesiae, quam provenit de sua natura sociabile;

II. vitare conflitum inter forum externum internumque;

III. custodire auctoritatem Supremi Legislatoris et aliam auctoritatem;

IV. memorare principium subsidiarietatis;

V. affirmare servitium sicut fundamentum auctoritatis in ratione aequalitatis fundamentalis christifidelium;

VI. distinguere functiones ecclesiasticas, indolem territorialem in exercitatione regiminis ecclesiastici, de coactione sicut remedium et itaque nova dispositione sistematica codicis efficitur.

VI. Novum codex etiam respicit esse notus non solum a peritis, sed autem a pastoribus et praesertim chritifidelibus.

maio 302011
 

História da Salve Rainha

A Salve Rainha é uma oração dirigida a Nossa Senhora surgida no século XI. Narra a História que um monge chamado Hermano Contracto compôs a oração cerca do ano de 1050 na cidade de Reichenau, Alemanha. Quando São Bernardo de Claraval tomou contato com a oração cantada pelos monges ficou tomado de tal enlevo a ponto de improvisar a última parte do cântico. Daí surgiu o verso “O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria”, que em português significa, “Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria”.

Domina Nostra a Fatima

Domina Nostra a Fatima

Historia Salve Regina

Salve Regina oratio ad Dominam Nostram scripta in XI saeculo. Monachus benedictinus Hermanus Contractus circa anno 1050 factus est eam in oppido Reichenau, Germania. Cum Sanctus Bernardus Claraevallensis cognoscit eam cantatam a monachis, admiratione afflante, postremam precis partem componit: “O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria”.

Texto da oração – Textus orationis

Salve, Rainha, mãe de misericórdia,
Salve, Regina, Mater misericordiae,
vida, doçura, esperança nossa, salve!
vita, dulcedo, et spes nostra, salve.
A vós bradamos os degredados filhos de Eva.
Ad te clamamus, exsules filii Hevae,
A vós suspiramos, gemendo e chorando
ad te suspiramus, gementes et flentes
neste vale de lágrimas.
in hac lacrimarum valle.
Eia, pois, advogada nossa,
Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,
misericordes oculos ad nos converte;
e depois deste desterro mostrai-nos Jesus,
et Jesum, benedictum fructum ventris tui,
bendito fruto do vosso ventre,
nobis post hoc exilium ostende.
Ó clemente, ó piedosa,
O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria.
ó doce sempre Virgem Maria
V.: Ora pro nobis sancta Dei Genetrix.
V.: Rogai por nós santa Mãe de Deus
R.: Ut digni efficiamur promissionibus Christi.
R.: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Textus in latine

Salve, Regina, Mater misericordiae,

vita, dulcedo, et spes nostra, salve.

Ad te clamamus, exsules filii Hevae,

ad te suspiramus, gementes et flentes

in hac lacrimarum valle.

Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos

misericordes oculos ad nos converte;

et Jesum, benedictum fructum ventris tui,

nobis post hoc exilium ostende.

O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria.

Em alguns ainda é adicionado:

V.: Ora pro nobis sancta Dei Genetrix.

R.: Ut digni efficiamur promissionibus Christi.

O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria

O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria

maio 282011
 

Como iniciar uma conversa em latim?

Quomodo incipere colloquium in latine?

Sacerdos in colloquio cum iuvenibus
Sacerdos in colloquio cum iuvenibus

In Latine

In vernaculo

Faustum diem exopto vobis.

Bom Dia.

Optimas post meridianas horas exopto vobis.

Boa tarde.

Exopto faustam noctem.

Boa noite.

Qua es valetudine?      Ut vales?

Como vai você?

Optime,  gratias ago.

Muito bem,  obrigado.

Aliquid male in valetudine sentio.

Não me sinto bem.

Possum ad te producere…

Posso apresentar…

Mihi nomen est…

Meu nome é _____.

Quomodo te vocas?

Qual é o seu nome?

Felix ego.

O prazer é meu.

Unde es?

De onde você é?

Qua natione es?

Qual a sua nacionalidade?

Quid agis ut vitam degas?

Você trabalha em que?

Studeo.

Estou estudando ______.

Vou à universidade ______.

Ad Universitatem … me confero.

Sum in classe…

Estou no ____ ano.

Cupio discere linguam latinam

Quero aprender latim.

Permanet in proxima hebdomada.

Continua na próxima semana.

est?

Wo ist die Cafeteria? Où est la cafétéria ?

Onde você mora? Ubi habitas?

Wo wohnen Sie? Où habitez-vous ?

De onde você é? Unde es?

Wo kommen Sie her? D’où êtes-vous?

maio 272011
 

Proverbium latinum quod significat colloqui discrete, sub secreto, cum circumspectione.

In lingua lusitana dicitur: “da boca ao ouvido”; in lingua hispanica: “De la boca al oído”; in lingua anglica: “From mouth to ear”.

Etiam Maria colloqui ab ore ad aurem christifidelium...

Etiam Maria colloqui ab ore ad aurem christifidelium solet...

maio 262011
 

De Codice Iuris Canonici

In die XXV mensis Ianuarii, anno MCMLXXXIII, Ioannes Paulus II promulgavit Codicem Iuris Canonici per Constitutionem Apostolicam Sacrae Disciplinae Leges. Post vacatio legis, novum codex, vim legis habet pro universa Ecclesia latina.

Ecclesia Catholica Romana

Ecclesia Catholica Romana

In hac constitutione, postquam memineri diem anni MCMLIX, qua Ioannes XXIII primum publice nuntiavit captum ab se Concilium reformandi antiquus vigens Corpus legum canonicarum, quod anno MCMXVII fuerat promulgatum, narravit de necessitate antiqui Codicis reformandi. Reformatio Codicis Iuris Canonici prorsus posci atque expeti videbatur, primum invenitur in eodem Codice, anno MCMXVII promulgato, sed praesertim ab ipso Concilio, quod in Ecclesiam maximopere considerationem suam converterat.

Quinimmo affirmari licet inde etiam proficisci notam illam, qua Codex habetur veluti complementum magisterii a Concilio Vaticano II propositi, peculiari modo quod attinet ad duas constitutiones, dogmaticam (Lumen Gentium) nempe atque pastoralem (Gaudium et Spes). Novus hic Codex concipi potest veluti magnus nisus transferendi in sermonem canonisticum hanc ipsam doctrinam ecclesiologiam conciliarem. Quod si fieri nequit, ut imago Ecclesiae per doctrinam Concilii descripta perfecte in linguam canonisticam convertatur. Hinc sequitur, ut fundamentalis illa ratio novitatis, quae, a traditione legifera Ecclesiae numquam discedens, reperitur in Concilio Vaticano II, praesertim quod spectat ad eius ecclesiologicam doctrinam, efficiat etiam rationem novitatis in novo Codice.

Ex elementis autem, quae veram ac propriam Ecclesiae imaginem exprimunt, haec sunt praecipue recensenda: doctrina qua Ecclesia ut Populus Dei, et auctoritas hierarchica uti servitium proponitur; doctrina praeterea quae Ecclesiam uti communionem ostendit ac proinde mutuas statuit necessitudines quae inter Ecclesiam particularem et universalem, atque inter collegialitatem ac primatum intercedere debent; item doctrina qua omnia membra Populi Dei, modo sibi proprio, triplex Christi munus participant, sacerdotale scilicet propheticum atque regale, cui doctrinae ea etiam adnectitur, quae respicit officia ac iura christifidelium, ac nominatim laicorum; studium denique ab Ecclesia in oecumenismum impendendum.

De consideratione naturae operum, qui Codicis promulgationem praecesserunt, haec vero nota collegialitatis, qua processus originis huius Codicis eminenter distinguitur, cum magisterio et indole Concilii Vaticani II plane congruit. Hac igitur de causa Episcopi et Episcopatus invitati sunt ad sociam operam praestandam in novo Codice apparando, ut per tam longum iter, ratione quantum fieri posset collegiali, paulatim formulae iuridicae maturescerent, quae, deinde, in usum universae Ecclesiae inservire deberent.

De natura fudamentisque novum Codex Iuris Canonici, Sacrae Disciplinae Leges repetit longinqua illa hereditas iuris, quae in libris Veteris et Novi Testamenti continetur, ex qua tota traditio iuridica et legifera Ecclesiae, tamquam a suo primo fonte, originem ducit (Mt 5,17; Rm 12,8-10; Gl 5,13-25; 6,2).

De fine Codicis, Ioannes Paulus II memorat quod non ut in vita Ecclesiae christifidelium fides, gratia, charismata ac praesertim caritas substituantur. Ex contrario, Papa dixit Codex eo potius spectat, ut talem gignat ordinem in ecclesiali societate, qui, praecipuas tribuens partes amori, gratiae atque charismati, eodem tempore faciliorem reddat ordinatam eorum progressionem in vita sive ecclesialis societatis, sive etiam singulorum hominum, qui ad illam pertinent.